Moro recebe
treinamento nos EUA desde 2009, inclusive treinamento preparatório de como
proceder nos casos de delação premiada, incluído os procedimentos da pressão
psicológica necessária, para obter os resultados esperados, e também sobre como
proceder em prisões preventivas sem objetos claros o suficiente, que
deem margem ou causa, para a prisão arbitrária. O que para o leitor
desatento à cena internacional, possa parecer mais um treinamento técnico jurídico como
outro qualquer, lembro do episódio ocorrido em junho de 2013 em Hong Kong, onde
Edward Snowden ex-agente da NSA, que por enquanto continua refugiado na Rússia
de Putin, sob ameaças de morte pelos serviços de espionagem ianques. Naquela
ocasião Snowden convocou uma coletiva de imprensa, para informar sobre toda
espionagem dos EUA contra autoridades internacionais, dentre as quais figuras
como Angela Merkel, Dilma Rousseff e a empresa estatal brasileira Petrobras.
Dilma tinha uma visita de Estado programada aos EUA, que cancelou abruptamente. Em seguida, denunciou a espionagem contra ela durante encontro anual de chefes de Estado realizada na sede ONU. Quem não se lembra? Tudo isso que acabo de narrar, apenas para estabelecer os
elos de ligação entre uma coisa e outra, isto é, entre o treinamento do Sr.
Moro nos EUA e os episódios de espionagem, que já vinham em andamento e execução, contra
os interesses econômicos do país e das suas empresas, incluindo as
empreiteiras nacionais. Os caras são eficientes, trabalham em várias frentes, levam
vários aspectos do problema em consideração, e o judiciário é um fator
importante, para amarrar bem a questão em pauta, e não dar a menor chance a nenhuma
falha. Pois muito bem, o State Department têm interesse em desestabilizar regimes políticos como o brasileiro, porque não vê com bons olhos o negócio do país junto ao
bloco Brics, com todas as suas tratativas, incluindo a criação do Banco dos Brics, como alternativa ao Banco Mundial e ao FMI em Washington, e da
exploração de óleo e gás do pré-sal e outras questões geopolíticas. Retornando a falar de Snowden, o documentário "CitizenFour" de Laura Poitras,
disponibilizado no Youtube, mostra tudo isso e outras coisas mais, e até agora
o State Department não desmentiu nada do que foi vazado, porque são documentos assinados por
autoridades do próprio Departamento de Estado. Por outro lado, o que o Sr. Moro, um juiz de primeira instância, fato raríssimo, está fazendo
contra as empreiteiras nacionais é um crime de lesa pátria contra os interesses
nacionais, transcende completamente o aspecto jurídico da questão, que deveria
ser a punição dos responsáveis pelos malfeitos, e não punir as empresas
envolvidas. Por que paralisar as atividades das empreiteiras no país inteiro?
Gerando com isso a perda de centenas de milhares de postos de trabalho. A quem
interessa esse tipo de ação? Claro, que às empreiteiras norte americanas,
concorrentes das brasileiras, pelo mundo afora, que devem estar adorando, além de outras, como as chinesas. Só no Comperj em Itaboraí/RJ, segundo dados do Caged, foram mais de 24 mil trabalhadores a ficar sem emprego,
uma calamidade pública num município tão pequeno e ainda pobre. Não se pode colocar todo o
desemprego na conta de Moro, claro, a gente sabe também da imensa queda do valor do
petróleo no mercado de commodities, que reduziu em muito o valor dos royalties
recebidos pelos municípios da área de óleo e gás. Mesmo assim Moro é um
perigo, um risco, que deveria ser afastado com urgência, aliás não só ele, mas toda a força tarefa da Lava Jato, já está mais do que provado, que é uma farsa, uma fraude, que foi instrumentalizada por agentes políticos, para se conseguir objetivos políticos por outros meios. Só mesmo a
cegueira ideológica e sectária, de quem faz oposição, é que transformou um
homem desse tipo em herói nacional, herói de meia tigela. Porque não é usual, comum, legítimo e racional se punir a pessoa jurídica, e através do judiciário se levar uma empresa à derrocada e à falência. Seria como se jogar fora a água suja do banho com o bebê junto. Quando um grande grupo empresarial quebra, em geral é por problemas na gestão do negócio, um grande grupo ser levado à bancarrota pelo judiciário é fato raro. Não é esse o papel do judiciário. O caso Enron no Texas na primeira década desse século, é um caso exemplar, da razão principal, em casos de falência, ter sido por razão econômico financeira. Quanto ao envolvimento com a corrupção, há evidências do envolvimento da empreiteira norte americana Hulliburton, em vários casos de corrupção mundo afora, com o objetivo de conseguir vantagens indevidas ou vencer licitações de forma fraudulenta, e já foi pega em várias falcatruas do tipo, sobretudo em países da África, onde há provas de ter corrompido diversos agentes públicos locais, e não conheço nenhuma ação de censura feita pelo governo americano contra a empresa. O Sr. Moro é um agente público do
Estado brasileiro, tudo leva a crer, que tenha sido cooptado e aliciado para
servir a outros interesses, em detrimento do interesse nacional, e que agora
trabalha para a desestabilização do país, disso não resta a menor dúvida, por
todo o estrago, que já foi produzido a partir de suas ações intempestivas contra as
empreiteiras nacionais. Está tudo muito claro e evidente, está na
cara. Quanto ao império maior, é uma outra briga, uma briga de cachorro grande, onde o que está
em jogo é a manutenção da hegemonia econômica deles. A Rússia está sofrendo uma
pressão enorme, com bloqueio econômico, similar ao que o império impôs durante
anos ao Iran, e contra a China estão tentando o mesmo, só que de outra
forma. Contra cada país uma estratégia diferente, levando-se em consideração as
especificidades e peculiaridades de cada um deles. Com a Síria está todo mundo
assistindo o desdobramento da intervenção americana de modo indireto, uma guerra chamada de: "por procuração", quando se utiliza de agentes desestabilizadores pagos, isto é, milicianos mercenários contratados e financiados pelos países imperialistas e seus aliados da região, como a Arábia Saudita e Israel, subsidiando-os com muito dinheiro e armas potentes. O mesmo já feito no Afganistão com o grupo fundamentalista Taleban, por ocasião da intervenção soviética naquele país, ainda no tempo da guerra fria, e todo mundo sabe muito bem qual foi o resultado e o seu desdobramento, que aliás ainda continua. A forma como foi conduzida a intervenção,
levou a Síria a uma absurda guerra civil, e se não fosse o forte apoio da
Rússia e do Iran, já teriam reduzido o país a pó, como fizeram no Iraque, uma
civilização de mais de cinco mil anos, que teve toda a sua cultura, memória e museus, dizimada e vilipendiada pelas tropas norte-americanas. A Líbia é hoje totalmente um Estado
falido, desestruturado, estuprado e ocupado por diferentes gangues ao serviço
desse ou daquele grupo de interesse, um verdadeiro caos. Muitos apontam, que o agravamento da questão migratória na Europa, se deve, em parte, à destruição do regime Kadhafi. Sem falar do Egito, da Ucrânia
e outros. Concluo afirmando, sem medo de errar, que tentar alcançar
determinados objetivos políticos através da desestabilização total do país, é
um ERRO absoluto, onde todos os brasileiros pagarão um preço muito alto, que já estamos pagando. Então por que continuar a pagá-lo? Faço essa indagação àqueles setores protagonistas favoráveis ao golpe, que para alcançá-lo, se valem do artifício de levar o país ao caos e à desestabilização total.
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