sexta-feira, 13 de junho de 2014

A onda pessimista




Tem sido visto com frequência, nessa época de copa do mundo, alguns comentários de certos brasileiros, que com muito custo tem se rendido à euforia da Copa. Que está difícil para eles entrar no clima da Copa, porque querem um país melhor, e por essa razão fica difícil torcer pelo Brasil. Na verdade eles foram, como muitos outros brasileiros, contaminados pela onda de pessimismo, que assola o país inteiro patrocinada pelos meios de comunicação dominantes e pelos políticos de oposição em ano eleitoral. Quem disse que querer um país melhor significa torcer contra o país e mergulhar no pessimismo? Os analistas de plantão tentando compreender o fenômeno, dizem tratar-se de comportamento de manada, burrice ou até mesmo desonestidade intelectual. Por que será que desejar o melhor para o país, significa que não possamos reconhecer o mérito daquilo que já melhorou? Ou que está a caminho de melhorar, como é o caso das obras de infraestrutura, que como sabemos demoram mesmo em qualquer lugar do mundo, é o caso por exemplo do VLT carioca, além de muitas outras pelo país afora. Aliás essa onda pessimista lembra muito o lacerdismo dos anos 50 e 60 do século passado, um udenismo que só sabia fazer a política do quanto pior melhor, da desqualificação constante do adversário político, nada que o oponente fizesse ou propusesse era aceito. Como grande parte das propostas de políticas públicas da UDN eram antipopulares, e para não perder votos, eles se valiam a maior parte do tempo, da tática da desqualificação de quem estivesse no governo. Fizeram isso com Getúlio Vargas, com a chamada campanha de difamação e do mar de lama de Carlos Lacerda diariamente nos jornais e no rádio, que eram os veículos de mídia mais importantes na época. Fizeram uma pressão monstruosa contra o velho, com ameaças de todo tipo, inclusive de golpe de Estado. E que acabou levando o velho Vargas ao suicídio em agosto de 1954. Agora, o que é curioso nessa história, é que para os adversários políticos do governo atual, usar uma estratégia política da desqualificação do adversário o tempo todo, como deu certo e funcionou em 1954, continuem a fazer a mesma coisa hoje, em plena segunda década do século XXI. Talvez eles continuem a acreditar naquela máxima nazista, de que uma mentira repetida à exaustão, torna-se automaticamente verdade.