segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Um antilulismo movido a preconceito


Tem sido visto ultimamente uma gente, não é conveniente fulanizar por enquanto, tudo gente de bem e de bens, que leva uma vida boa e confortável do ponto de vista material, aquilo que se poderia chamar de: "privilegiados". Estão quase todos os dias a publicar ou compartilhar posts ofensivos contra Lula, a quem acusam de tudo, sempre com as piores acusações e desqualificações, já visando atingi-lo o máximo possível, com o claro objetivo de que toda essa carga negativa possa dar resultado no julgamento marcado para o dia 24 de janeiro próximo em Porto Alegre, ou seja, com o objetivo de fazer pressão sobre os juízes, que julgarão o caso. E no entanto, considero bastante curioso, que sobre os corruptos do seu próprio campo político, não dizem um "ái", nunca dizem nada, silenciam o silêncio da cumplicidade, como se esses nunca tivessem feito nada, como se não tivesse sido encontrado no apartamento de Geddel, na Bahia, a soma de mais de 51 milhões, uma mala com remessa para Temer com meio milhão de reais, malas e pacotes totalizando 2 milhões de reais entregues por Joesley Batista para Aécio Neves, um helicóptero com mais de 500 quilos de cocaína pura, com fortes suspeitas de pertencer a “Aécio & Perrela”, além de muitos outros fatos delituosos. Por que será? Portanto a acusação de corrupção usada à exaustão contra políticos do campo popular, a chamada esquerda, que foi utilizado como arma política para criminalizar e retirar da vida pública, várias personalidades daquele campo político, enquanto os seus corruptos preferidos, de várias siglas partidárias, como do PSDB, DEM, MDB e outros, foram e são blindados o tempo todo, não são atingidos pela justiça política, tendenciosa, SELETIVA e partidária deles, (in)justiça que está sendo usada e utilizada descaradamente, como instrumento de ação política. A estratégia de usar a corrupção, para atingir determinado setor da vida nacional, não cola mais, porque já está muito manjada, aliás é uma tática amplamente utilizada no país desde os anos 50 do século XX, foi assim contra Getúlio Vargas em 1954 com o famoso "mar-de-lama", um pouco contra JK, contra João Goulart em 1964, quando deram um golpe usando os quartéis, e agora contra Dilma, usando-se a desculpa esfarrapada das pedaladas fiscais e o judiciário. Sei que existem várias razões para agirem dessa forma, a que chama mais atenção é a falta de argumento político para o debate público, falta de uma "pauta do bem" para o país, são golpistas, e só conseguem chegar ao poder através de golpes, como o que deram em 2016. Não possuem argumentos convincentes para construir e estabelecer uma narrativa, trata-se de uma direita chinfrim, uma direita burra, que repetem o que assistem as nove horas no jornal nacional de todas as noites, de forma passiva, sem questionar, e que consideram como verdade quase absoluta. Não confessam jamais, talvez porque, para a grande maioria dos indivíduos do campo político conservador antilulista, não sejam ainda conscientes da grande motivação, que está por trás, que os mobilizam nessa cruzada maldita contra o líder político metalúrgico. Tenho um palpite, uma leve desconfiança, quase uma certeza, que o que está por trás desse ódio todo contra Lula, não tenha nada a ver com corrupção ou qualquer outra falta, que porventura Lula tenha cometido, ou deixado de fazer. Tudo leva a crer, que toda a campanha antilulista, tem a ver com o preconceito dessa “gente-de-bem”, que não se conformam em ter sido governados, e bem governados, por um político, que veio de baixo, das camadas mais inferiores da escala social. Para essa gente conservadora, com mentalidade fortemente escravista, embora a maioria deles não se dê conta, uma mentalidade herdada ainda dos tempos do escravismo nacional, dos tempos da casa grande e senzala, que essa gente ainda cultiva sem perceber. Daí tamanho preconceito. Para esse tipo de gente preconceituosa, político bom tem que ser doutor, de preferência bem apessoado, engravatado, com perfil elitista, mesmo que seja corrupto. Quem não se lembra de Fernando Collor em 1989? Para quem não importa o ser, o importante é a aparência. Por isso não toleram um político com o perfil de Lula, e ainda com um dedo faltando um pedaço, sem diploma universitário, sem boa dicção. Essa gente vive de aparência, por isso demonizam tanto Lula, que não corresponde jamais ao ideal do homem público idealizado. Um indivíduo, que vem de baixo e sobe na vida por esforço próprio, tão valorizado na cultura norte-americana, o chamado “self-made-man”, na cultura e mentalidade escravocrata brasileira não funciona, não é valorizado jamais. No afã de manter a sua situação de privilégios, vis-à-vis o restante e a maioria da população, não gostam nem um pouco de assistir alguma melhora para a gentalha, querem continuar pagando merreca à empregada doméstica, e de pouco ou nenhuma oportunidade para os do andar de baixo, por isso combatem tanto a política de cotas para pobres e negros, o bolsa-família e tantos outros programas de políticas públicas deixados pelo governo deposto. É uma gente de coração muito ruim, egoísta e preconceituosa. É lamentável assisti-los continuar cultivando a consciência num nível tão baixo.


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Radar para detectar fans de Bolsonaro

Grande parte dos fãs de Bolsonaro adoram falar de corrupção,  mas enrustem publicamente sua preferência eleitoral, gostam levantar o pau da bandeira anticorrupção bem alto. E assim, acusam fulano, sicrano e beltrano de corruptos, o tempo todo, praticamente só falam nisso, amam fazer o teatrinho da indignação contra a corrupção, com caras e bocas típicas da situação. Declaram-se militantes da luta anticorrupção, falam como se acreditassem, que o dia há de chegar, quando acabarão de vez com a corrupção, muitos procuram demonstrar, que acreditam nessa fábula, ou seja, acabar de forma definitiva com a corrupção. Esse é um discurso, que colou na cabeça dos simpatizantes do marqueteiro pseudo nazista, e quando digo marqueteiro, preciso esclarecer que esse personagem é vazio de qualidades e atributos, e precisa o quanto antes construir algo, preencher o vazio, e como não tem nada, qualquer coisa serve. Até mesmo fazer cara de mal, falar um pouco mais grosso, exalar mais testosterona, que os outros, e finalmente bancar o fascistão do pedaço, o bruto da esquina, que ameaça todo mundo, até o dia, que alguém o encare para valer, e descubra, que não passa de um fanfarrão, um falastrão, um enganador, um embusteiro, enfim uma fraude. Quando tenta-se investigar o que entendem por corrupção, parece ser um delito muito similar ao suborno, quando alguém molha a mão de outro, para obter vantagens, favores, privilégios. O campo da corrupção é muito mais vasto, não se limita apenas ao suborno, existem outras formas de corrupção, que a maioria desconhece, nem imagina sua existência. Diante desse quadro, fica mais fácil acreditar, que a maneira mais rápida e eficiente para combater o delito da corrupção seja a truculência, a violência desmedida contra meros acusados, o abuso de autoridade por partes de agentes públicos, o desrespeito à lei e ao estado de direito da sociedade civil, com todas as garantias da cidadania, presunção de inocência até que se prove o contrário, direito de defesa. É gente que acha, que bandido bom é bandido morto, frase tão propalada nos meios de comunicação, e repetida infinitas vezes pelos simpatizantes do campo político da direita. Então uma parte do aparelho repressivo de estado, na figura do ministério público e de seus procuradores, e do judiciário com certos juízes de primeira instância, onde grande parte deles receberam treinamento nos EUA. Aliás representantes do poder judiciário e MP de quase toda a América Latina receberam treinamento do mesmo tipo. Por isso começamos a assistir de 2013 para cá, uma justiça seletiva e dirigida contra uma determinada agremiação política nacional, sempre contando com cobertura espetaculosa da grande mídia, incluindo a televisão, seguida de muita truculência da parte da Polícia Federal, com conduções coercitivas ilegais e prisões preventivas a três por dois, quando cumprem mandatos de prisão solicitados por juízes de primeira instância, principalmente da força tarefa da Lava Jato em todos os seus braços e tentáculos, que vem se expandindo em várias unidades da federação, com a sede da operação em Curitiba, e como se fossem tentáculos de um polvo gigante e perigoso, que pegassem incautos também no Rio de Janeiro, Florianópolis e Brasília, a coisa foi se expandindo monstruosamente. Criou-se uma espécie de indústria da delação premiada. Que continua funcionando de vento em popa, até o momento da denúncia feita pelo advogado Rodrigo Tacla Duran, que vive hoje na Espanha, acusação de que procuradores da Lava Jato de Curitiba cobraram 5 milhões de dólares de propina, por um acordo de delação, além de admitir responsabilidades em uma série de crimes não cometidos. Como não aceitou as cláusulas do acordo espúrio, não precisou pagar e se refugiou na Espanha. Se agiram dessa forma contra Tacla Duran, não é difícil imaginar o quanto devem ter auferido em tantos acordos de delação já assinados até aqui. A denúncia foi feita numa CPI do Congresso, a suspeita está no ar, e espalha-se com muita velocidade. Acho que agora, a coisa está feia para o lado deles, está complicado para a Lava Jato. Da parte da população, que simpatiza com pautas da extrema direita, da direita truculenta e nazifascista, comportam-se como se um vírus maldito, tivesse se colado na mente de todos, tivesse sido inoculado e contaminado muita gente, e muitos não conseguem criar anticorpos, o vírus se fortalece e toma conta do cérebro, o domina, o escraviza, o transforma num quase robô, um morto-vivo, um replicante, um sujeito que repete as mentiras, que ouve, quando assiste tevê sem questionar, já não é mais capaz, perdeu completamente a autonomia, faz parte agora de uma grande manada irracional, incapazes de refletir ou pensar.
Assistam: Vídeo


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Fazeres

Sem dúvida, em tempos de tantas selfies e bigbrothers, da super exposição ‘full time’, que não para nunca, não para jamais, são incansáveis, estão em toda parte, todos conectados, em todos os lugares, no trem, metrô, barcas, veeletê, e em todos os ônibus da cidade, sempre fixados no pequeno monitor brilhante, durante 24 horas consecutivas. Chega a ser bom, dá certo prazer está envolvido em tudo, que anda rolando, toda essa rede louca, a imensa possibilidade de interagir, a quase infinita possibilidade de diferentes coisas rolarem, que chega dar certo calor, causa calafrio, porque é tudo muito viciante. Embora seja fugaz, acaba se eternizando na repetição. Existe espaço para manifestações das curtidas, onde se pode mostrar diferentes tonalidades de emoções, para as variadas qualidades de curtidas. Com tudo à mostra, e o prazer conexo do leitor ou audiência, para o que é exibido, onde além da curtida do bem, chega-se também à morbidez da curtida do escabroso, do escroto, da política do esgoto, do asqueroso viciante, dá prazer até mesmo, ver exposta as entranhas mais escondidas do outro, seu canto mais íntimo, seu canto mais particular, dos recônditos do seu cérebro, vê-lo compelido a compartilhar, tornar público e expor tudo, quando o pudor deixou totalmente de existir. Toda essa excessiva exposição, de todo tipo e gosto, o tempo todo de quase todos, acaba por conduzir todos para a lógica do maior número, do maior ibope, do próximo recorde em quantidade de visualizações, da maior quantidade de curtidas, e de compartilhamentos. Descobrir que precisa trabalhar cada vez mais  e com bastante afinco e foco, para alcançar o sucesso total, se tornar popular, ser conhecido por um maior número de seguidores cada dia que passa. Enfim, trabalhar com afinco em busca de atingir o objetivo, até o momento que irá perceber, que não se deve priorizar a quantidade em detrimento da qualidade. Qualidade que precisa reagir, a busca da qualidade de conteúdo é sempre essencial e fundamental, se terá mais ou menos leitores não importa, se será lido mais ou menos é acidental, no máximo consequência, jamais causa ou pautar objetivos e a criatividade, criatividade sem a qual não sobrevive, ou apenas sobreviva. Dito isso, não se pode terminar sem fazer a ressalva, de quando se trata da política, o aspecto quantitativo tem alguma relevância, porque o agente público que cuida de ações e eventos políticos, como indutor de ações efetivas, como portador de verdades que precisam ser divulgadas, não apenas as verdades do político, mas as verdades sobre o bem comum, sobre bens públicos, que vai impactar e produzir uma ação benéfica para quem mais precisa. Nesse momento, quanto mais gente se consiga convencer e conquistar para a causa, para o seu lado, melhor. Convencer o maior número, para uma boa causa, sempre ajuda muito, porque precisa-se legitimar aquela ação política, com o crivo da maioria, precisa-se reverberar a ação, dar voz àquele grupo, dar voz ao coletivo, não se deixar alienar apenas pelo deus mercado.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Meu corrupto é melhor que o seu


Considero estarrecedor assistir, gente do campo conservador, direitista, gente que apoiou a quebra da legalidade e da Constituição, dando apoio ao golpe de Estado, que tirou do poder uma presidente legítima e eleita pelo povo, para colocar no poder um vice-presidente envolvido em várias falcatruas, já acusado duas vezes pela procuradoria da república por formação de quadrilha e outras ilicitudes, já suficientemente tornadas públicas. Um vice que após chegar ao poder, já teve vários de seus ministros afastados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, obstrução de justiça, formação de quadrilha e outros graves delitos, alguns deles, inclusive já estão ou estiveram presos, mas blindados, que foram, por um Congresso composto por gente eleita com dinheiro sujo, fez com que um corporativismo do mal, os livrassem da cadeia. O que mostra a evidência bastante clara, que não foi o problema da corrupção, coisa crônica da história da política brasileira, a razão maior, que moveu os golpistas para retirar do governo a presidente Dilma, já que de lá pra cá, a corrupção só aumentou, e os paneleiros nem tocam mais no assunto. Portanto as razões do golpe foram outras.
Como dizia, tem-se visto alguns notórios golpistas, gente que foi para a rua vestido de verde amarelo, para apoiar o golpe, usar hoje o expediente, uma tentativa vã, na minha opinião, para desgastar a imagem do maior líder político do campo popular brasileiro, publicar em redes sociais imagens de Lula junto a outros políticos, que hoje se encontram presos, como Sérgio Cabral por exemplo, fotos postadas completamente fora do contexto. Fotos que foram clicadas há muitos anos atrás por ocasião de alguma solenidade, inauguração de obra, ou de quando o Rio de Janeiro foi contemplado como sede da Copa do mundo de futebol ou das olimpíadas, conquistas bastante comemoradas na ocasião pelo população do Rio, e evidentemente, não poderia ser diferente, também pelos dirigentes políticos do estado na ocasião. Fotos que hoje, alguns golpistas estão usando de má-fé, visando atingir a imagem do ex-presidente Lula. Acontece, que os mesmos apoiadores do golpe, que compraram na primeira hora, a ideia de Aécio Neves, seus fiéis eleitores, de sabotar de todas as formas o segundo governo Dilma, por não aceitar o resultado das urnas como legítimo. DIANTE dos delitos criminais praticados por seu queridinho político SILENCIAM. Quem cala consente, já dizia o velho ditado. Então chega a ser ridículo assistir a forma como esse tipo de gente se comporta diante dos fatos políticos. Comportam-se como quem diz, “Ah, meu corrupto é melhor que o seu”.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Banalizaram a corrupção

A impressão que se tem, olhando o panorama visto de longe, após assistir, durante muito tempo toda a campanha do impeachment contra Dilma, quando se falou tanto contra a corrupção no governo do petê, partido que, dizia-se, precisava ser banido da vida pública nacional, exatamente por quem, depois assumiria o governo central, e contra quem havia sérias denúncias criminais, acusações gravíssimas. Pois bem, para tomar o poder, alcançar os objetivos golpistas, falou-se muito sobre corrupção, falaram o que nunca haviam falado, e não haviam falado antes, porque também sempre foram corruptos, envolvidos em diversas falcatruas com dinheiro público. Agora para conseguir derrubar uma presidente enfraquecida politicamente, sem apoio na Câmara, bombardeada o tempo pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha, outro corrupto, com um arsenal de pautas bombas, lançadas uma atrás da outra, visando impedi-la de governar, nada que vinha do Planalto era aprovado na Câmara, a maioria nem chegava à votação, que o boicote de Cunha acabava engavetando. Os golpistas falaram muito de corrupção,  usaram vários meios para tratar do assunto, a televisão, revistas, jornais, rádios e principalmente a internet, durante o golpe/impeachment, não importa quem venha primeiro, golpe ou impeachment, mas falaram tanto, sempre com a ideia de corrupção conectada a suborno, limitada apenas ao suborno, suborno quase como definição de corrupção, jamais se mencionava ou se atentava para outras formas de corrupção, que não são poucas, como se sabe, tão nefastas quanto ou mais, que o suborno. E essa banalização da palavra corrupção se deu, quando usaram e abusaram do termo em demasia, usaram em excesso, que o termo acabou se tornando uma palavra desgastada, a tal ponto, que não é difícil encontrar um corrupto contumaz, gente com vários inquéritos nas costas, denunciado como suspeito de práticas ilícitas, blindado pelo privilégio do foro, e que está livre, para gerir seus negócios ilícitos, todo mundo sabe, todo mundo conhece, fala-se a respeito, o rumor é geral, nas colunas de jornais impressos e também publicados na internet. Enfim, o rumor está em todas as bocas, mesmo assim, para encarnar o personagem, a primeira impressão que vem é a figura do político, mas não apenas os políticos são protagonistas nessa história, essa habilidade, hoje em dia, é encontrada e vista em todas profissões. Vamos supor que o personagem seja um político corrupto. Da maneira que falaram de corrupção, se o leitor tivesse feito a cabeça pelas mídias dominantes, diria que político e corrupto são quase sinônimos, tal foi o processo de desqualificação do político pela oposição ao governo Dilma, sendo que os próprios, agora estamos vendo realmente, o quanto a cúpula toda do golpe é corrupta, chefiada pelo gangster maior com cara de vampiro, Michel Temer, que se protegia, enquanto armava seus planos diabólicos, deixando a sua retaguarda sob o comando do "general" Eduardo Cunha, chefe de mais de cento e quarenta gatunos na Câmara dos deputados, todos eleitos com dinheiro sujo, obtido através da venda de favores, no balcão de negócios em que se transformou a Câmara dos deputados, além de muitos outros acusados, entre os quais, figuras como Moreira Franco, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e Henrique Alves. Pois bem, estou cansado de assistir gente desse naipe, figurões de alto escalão, prefiro dizer, bandidos de alto escalão, vir a público, seja em entrevista na televisão, ou na internet, a fazer declarações e até, muitas vezes, discursos inflamados contra a corrupção. É inacreditável, mas é verdade, quem vive no Brasil, sabe do que estou falando.Quem não se lembra de ver Geddel Vieira Lima e família, por exemplo, todos vestidos de verde e amarelo, em manifestações públicas na Bahia contra a corrupção. Uma desconsideração total e completa com a verdade, e com a inteligência alheia, como se tudo pudesse ser tudo, uma desfaçatez completa, quase um cinismo, não no sentido filosófico, propriamente dito, mas no senso comum mesmo. Como numa peça de  Luigi Pirandello, “assim é se lhe parece”. Tem gente que pensa, que para tirar o oponente do caminho, basta desqualificá-lo gratuitamente, sem motivo ou razão aparente, e do nada, transformar o adversário num nada, de uma hora pra outra, como num passe de mágica, desconsiderando toda a história de vida do oponente, sua formação, eficiência na execução de seus objetivos, vontade própria, convicções, crenças políticas e ideológicas, pensa que pode destruir sua imagem sem motivo, emburaca e escancara o desrespeito contra o adversário, com truculência, violência inaudita, violência não esperada. Acusa o adversário de corrupto, sendo o próprio acusador um corrupto incurável. O sujo falando do mal lavado.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Fascistas brasileiros cobram mais democracia na Venezuela



Esse vídeo vai principalmente, para aqueles que, de forma irresponsável, estão vindo a público, defender uma intervenção norte-americana na Venezuela, baseados e inspirados naquilo que leem na grande imprensa brasileira, uma imprensa que tem lado, que é partidária, corrupta, golpista, tendenciosa, mafiosa e aliada dos interesses ianques. Uma imprensa que possui em seus quadros profissionais, alguns jornalistas a trabalho, prestando serviço, fazendo uma boquinha, para serviços de espionagem norte-americanos, tanto aqui como na Venezuela. Acredito que alguns desses canalhas, favoráveis à intervenção no país vizinho, sabem toda a verdade e conhecem perfeitamente, a real situação da Venezuela, sabem o que mostra e revela o vídeo de Paulo Moreira Leite, mas como hoje o que manda mais é a MÁ-FÉ, então nada mais importa. Não importa mais a verdade, e sim determinados interesses políticos criminosos de uma gente cretina, que vem a público mentir e dar apoio a intervenção, desejam que uma guerra se instale em nosso continente. E o mais inusitado de tudo, é ver alguns desses canalhas posar de democrata, acusar o regime político do país vizinho de ser uma ditadura, e em relação ao seu próprio país, o Brasil, defendem pautas absolutamente fascistas. Justificam e legitimam com seus comentários maldosos, os procedimentos de certo judiciário nacional, que comete arbitrariedades contra acusados delatados sem provas, com conduções coercitivas, prisões preventivas, coação, extorsões e uma série de outros atos ilícitos e fora da lei, que vão na contramão de qualquer regime democrático, que mereça esse nome. Defendem práticas e procedimentos judiciais no Brasil, fora do estado democrático de direito, e no entanto criticam o governo venezuelano, por reprimir atos de vandalismo realizados por desordeiros de extrema direita, que sabotam a ordem pública, destruindo, queimando o patrimônio público e impedindo o direito de ir e vir da população civil. Portanto são fascistas no Brasil, e quando mencionam a Venezuela, querem fazer uma selfie posando de democratas. Aliás, quando apoiam os desordeiros de lá, estão sendo fascistas também, mas não têm alcance para entender o processo. É muita cara-de-pau. E contradição!



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Guerra de narrativa

Hoje em dia, ao mesmo tempo, que ficou mais fácil, qualquer pessoa ir para uma rede social, para falar ou escrever sobre qualquer coisa, o que, à primeira vista, parece uma coisa boa, e deveria ser, mas não é bem assim, que a banda toca. Porque tem gente, que conheço há décadas, que não entende nada de política, não sabe nem quem foi Maquiavel, e que de repente, vejo que se transformou da noite para o dia, num exaltado analista político, ditando regras sobre quase tudo, fala até mesmo de parte do planeta onde jamais pôs os pés. O que é bem complicado, pois  na exaltação provocada pela paixão política, acaba dizendo besteira, que me faz ficar pisando em ovos, para não ofender ao querer criticar ou comentar, e acabo desistindo. Leio a bobagem publicada, mas não digo nada, evito fazer qualquer comentário a respeito. Talvez possa ser considerado um excesso de cautela ou covardia da minha parte não comentar. Penso sempre, quando isso acontece, que qualquer coisa dita, possa ser mal interpretada ou não bem compreendida, e aí o estrago será fatal, com o que, posso acabar criando um clima, um stress desnecessário, ferir a susceptibilidade alheia, e como consequência, acabar por criar uma inimizade. Então é preciso tomar cuidado. Foi por isso, que passei a procurar entender porque a maioria das pessoas evitam  fazer comentários, é difícil encontrar comentários, mas essa dificuldade  poderá ser também, uma incapacidade do leitor, expressar um pensamento, ou até mesmo, entender com mais profundidade o texto. Enfim, pelo sim pelo não, a maioria dos leitores, na minha avaliação, fogem, por tudo que é mais sagrado, como o diabo foge da cruz, de fazer um comentário. É raro encontrar alguma nota nas coisas, que vejo publicadas. Evidentemente, tudo que falei só vale, quando estamos se referindo às postagens dos amigos, porque quanto aos desconhecidos, é um verdadeiro salve-se quem puder, há de tudo, fala-se e escreve-se de tudo e muito. Acontece, que o momento que o país está passando, que o golpe mergulhou numa tremenda crise política, crise que dividiu o país, numa verdadeira guerra de narrativa, a direita contra a esquerda e vice-versa. Assim que o golpe se deu, os militantes do campo popular, a chamada esquerda, que sempre foi muito dividida dentro de seu espectro político, da extremidade ao centro. O golpe político deixou a todos do campo popular atônitos, meio nas cordas, na defensiva, e assim se mantiveram até recentemente. Agora, pouco a pouco, esse campo político, estimulado pela escalada das caravanas de Lula, que está disparando nas pesquisas eleitorais, como o candidato melhor avaliado, e em virtude disso, as esquerdas começam a reagir, embora Lula não seja unanimidade nas esquerdas, é visto nessa conjuntura, como a melhor alternativa, para a saída da crise provocada pelo golpe, e tudo isso começa a se refletir no discurso político publicado, isto é, na narrativa de esquerda, e até mesmo na batalha que se trava em toda parte, sobretudo na internet, onde o pau está quebrando o tempo todo. Chega a ser contagiante, acompanhar a luta ideológica travada no dia a dia, onde não existe marasmo. Aposto muito mais as minhas fichas na narrativa de esquerda, porque as pautas da direita são muito impopulares, além de conservadoras e reacionárias. É verdade, que eles contam com o forte auxílio da  mídia aliada oligopolista familiar e mafiosa de direita, mesmo assim, já começo a sentir uma leve vantagem do discurso esquerdista. Tanto é assim, que o candidato Lula, apesar de toda demonização feita pela mídia contra a sua figura, está na frente em todas as pesquisas, e continua avançando a cada nova pesquisa realizada, embora a campanha eleitoral ainda esteja longe de iniciar oficialmente. É claro, que a direita golpista está contando como certa, a criminalização do candidato Lula pela injustiça seletiva, parcial e partidária de Curitiba. Porém, como se sabe muito bem, todo grupo autônomo, que se investe de poder durante muito tempo, em algum momento, acaba sempre trocando os pés pelas mãos, o que o leva a fazer bobagem, cometer erros, e até praticar o ilícito e a corrupção. E assim é o que parece, que anda acontecendo com a força tarefa da Lava Jato, tanto a de Curitiba, como a do Rio de Janeiro, e até mesmo a de Florianópolis, onde uma delegada irresponsável da PF, ao receber uma falsa acusação de um desafeto do reitor, mandou prender e cometeu tantas arbitrariedades contra o reitor Cancellier da UFSC, que acabou por levar o pobre homem a cometer suicídio, o que já provocou um pedido de abertura de inquérito policial, para apurar o que aconteceu. Portanto, a guerra  política está aberta, declarada e escancarada, os militantes do campo popular não estão mais deixando barato, estão respondendo a tudo e a todos. Ainda é cedo e imprevisível avaliar até onde tudo isso pode chegar, mas se a justiça, que é parte do golpe, com Sérgio Moro e sua turma, resolver tirar Lula da jogada política, com condenações sem provas, como já foi feito por Moro na primeira instância em Curitiba, mas que ainda está dependendo do que decidirão a segunda turma de Porto Alegre, poderá haver reação popular, que ainda não se pode avaliar seu impacto, mas que poderá provocar confrontos e desestabilização por todo lado. Há quem acredite nisso. É preciso aguardar, para ver os desdobramentos. Mas a direita está esticando tanto a corda, que esta poderá não aguentar.

domingo, 3 de dezembro de 2017

As coisas estão mudando

Tenho ouvido dizer, que a direita política, aproveita-se dos momentos de crise econômica e política, para engendrar as suas pautas conservadoras e extremamente impopulares, para as inocular na sociedade, através de massiva propaganda, onde instrumentaliza o ódio contra supostos inimigos, deixando-os na defensiva e assim tornar mais fácil o avanço em busca de seus objetivos espúrios. Com o golpe político, que se iniciou com a derrubada do governo anterior, através de um impeachment ilícito, e que continua avançando dia a dia em outras áreas do Estado, como definido pela Constituição de 1988, que os governos posteriores foram, pouco a pouco, regulamentando e estruturando, onde muita coisa ainda estava por fazer. Com o golpe não só foi interrompido o lento avanço, que vinha sendo feito, como foi alterado, cortado, violado, estuprado e retirado várias garantias constitucionais, conquistas da sociedade civil alcançada depois de longas e duras lutas. E assim da noite para o dia, os golpistas resolveram acabar vilipendiando, num verdadeiro rolo compressor, e só não fez mais, devido aos seus próprios erros e falhas, como as duas denúncias contra Temer, feitas pela Procuradoria Geral da República, que solicitou ao STF dois pedidos de investigação contra o presidente ladrão e golpista, que tendo que se defender, não sobrou muito tempo para continuar a sua investida devastadora contra o Estado e a sociedade brasileira. A gente sabe quem são os principais agentes do golpe, aqueles que instrumentalizaram o golpe, uma artimanha iniciada pela Câmara dos deputados, para dar uma aparência legal, através do pedido de afastamento da presidente protocolado na Câmara, pela descabelada Janaína Paschoal e pelo advogado gagá Hélio Bicudo, aceita pelo criminoso confesso Eduardo Cunha, que presidia a Câmara na ocasião. Um impeachment sem crime de responsabilidade não poderia jamais ser legitimado, então eles inventaram um fenômeno inusitado, chamado de pedaladas fiscais, e sacramentaram com uma vitória acachapante no dia 17 de abril de 2016. O STF completamente conivente com a farsa do impeachment, acovardou-se, não se posicionou, e acabou por aceitar o golpe dado, que se consumou com o afastamento definitivo da presidente. É claro, que os golpistas não poderiam agir, como fizeram, sem contar com o apoio da mídia, de uma mídia mafiosa, composta por oligarquias familiares, que cartelizou completamente a veiculação de notícias no país, da pior maneira possível, num país que retardou muito em fazer a regulação da mídia, como já existe na maioria dos países avançados do mundo civilizado, sobretudo na Europa ocidental e EUA. Para agravar a situação, o Ministério Público Federal tendo recebido pela Constituição de 1988, uma certa autonomia de operação, como jamais tinha tido ao longo da história, e só recebeu porque estávamos saindo de um regime ditatorial, e não se queria interferência externa no judiciário. Com a presidente sofrendo ataques a partir de 2013 de todos os lados, o MPF começou a soltar as suas asinhas, e começou a cometer todo tipo de arbitrariedade, principalmente em operações feitas em conjunto com a PF, realizando prisões arbitrárias, conduções coercitivas, coações, ameaças a familiares de acusados, e muito mais, quebrando praticamente com o Estado de direito no país, num arremedo do modus operandi do MP dos países anglo-saxões, o que não é a nossa tradição jurídica, em nenhuma hipótese, e que continuam a praticar abusos e arbitrariedades até o presente momento. De repente, as esquerdas muito divididas, que estavam todas recuadas e na defensiva, começam a despertar da letargia e a reagir, e refletir sobre os erros cometidos, que as fizeram chegar até esse ponto. Foram republicanos demais, precisam ser mais maquiavélicos em todos os sentidos, porque as cobras peçonhentas da direita levantaram demais suas cabeças nojentas, que precisam ser esmagadas o quanto antes. Na próxima vez não será mais como antes, não se pode compor, nem fazer alianças com cobras desse calibre. O jogo precisa ser diferente. Não se pode deixá-los se criar, nem deixar mais o campo aberto. A luta continua.