quarta-feira, 6 de abril de 2016

O bom versus o mau


Cada dia que passa mais me convenço, que setores da nossa classe média, em particular aqueles setores, que hoje em dia abraçaram para valer, o ideário da direita política, GOSTAM de acreditar em fábulas. Com as suas pautas, adeptos de preconceitos sociais, confiantes na eficácia de sua estratégia de desqualificar adversários, da intensa campanha negativa contra as políticas públicas, que favorecem mais os mais pobres, demonização contra os cotistas negros, e fiéis adeptos da campanha do impeachment contra a presidente legitimamente eleita em 2014, etc. Enfim todos aqueles, que hoje em dia se convencionou chamar de ‘coxinhas’. Cada dia me convenço mais, que esses setores da classe média GOSTAM de acreditar em fábulas. Ou então assistem muito películas do cinema norte-americano, principalmente aos filmes de cowboy, a eterna luta do bem contra o mal, ou no caso de Hollywood era mesmo o bom contra o ruim, ou seja, numa inversão total de lugar entre bom e ruim. Por que o índio era considerado ruim por exemplo? Se o era, era por uma lógica partidária e tendenciosa, era o ponto de vista dos não-índios, os brancos. Portanto completamente relativizado e invertido, isto é, o bandido ocupando de forma sub-reptícia e errônea o lugar do mocinho. Por outro lado, estou adorando a emergência de todas essas manifestações individuais no campo da direita, porque está dando chance de vir à tona muita coisa ruim, emoções e sentimentos brotarem dos esgotos mentais, coisa bem peculiar a alguns setores da classe média tradicional. Está ficando tudo muito transparente. Porque costumava lidar com gente, a quem costumava idealizar um pouco o caráter. É natural mitificarmos a ideia que fazemos de alguém quando não a conhecemos direito. Agora com todas essas manifestações vindo à tona, muita gente resolveu aproveitar a onda e sair definitivamente do armário ideológico, o que é ótimo. Junto com isso trouxe também todo um arsenal preconceituoso, uma espécie de cartilha do ódio e da intolerância, cartilha a que se manteve fiel durante a vida toda, pois sempre pensou dessa forma, só não tinha chance de mostrar em público. Por essa razão é que quase ninguém desconfiava o que esse cidadão ‘coxinha’ pensava, não havia jeito de descobrir, se não exibia. Mas agora não, agora está sendo diferente, quase todos perderam a vergonha de expor até mesmo os piores preconceitos. Não tem o menor pudor em mostrar simpatia por Eduardo Cunha, pois ele está prestando um serviço útil, embora muito sujo. Tudo vale quando o objetivo é derrubar o atual governo, nacionalista e único que tem autoridade a falar com e pelos pobres, porque tem autoridade para tal. Lula por exemplo é um ex-pobre dos mais autênticos e verdadeiros em sua forma peculiar de ser: homem, pobre, mestiço, nordestino, ex-metalúrgico, ex-sindicalista e que chegou na vida, depois de entrar na carreira política, ao cargo máximo de presidente da República. Em qualquer país do mundo seria enaltecido por sua vida de conquistas, aquele que veio do nada e subiu na vida por seu próprio esforço e mérito, o chamado "self-made-man". Tem legitimidade portanto, porque fez, trabalhou, tanto Lula como a sua sucessora, que deu continuidade ao mesmo projeto político de inclusão social e ampliação da democracia brasileira, que apesar de tudo que foi feito, ainda continua com um enorme passivo social, resultado de uma dívida quase impagável e ainda uma enorme desigualdade. O trabalho está incompleto, e com a crise há risco de retrocesso em alguns programas. Tudo realizado através das políticas públicas implementadas, não apenas as de transferência de renda, como também todas as outras em execução, como o Minha Casa, o Mais Médicos, Luz para todos, o Fiéis, Prouni, o programa de cotas para negros e afrodescendentes, e dezenas de outros programas, que é até cansativo ficar mencionando o nome de cada um deles. Agora é muito curioso assistir a atual superexposição de ‘coxinhas’, dentre as quais a de alguns conhecidos. E como está sendo revelador tudo isso! Estão exibindo as suas piores crenças, cheias de ódio e preconceitos, as suas entranhas pútridas e sem o menor pudor moral em exibi-las publicamente, estão mostrando a cara, e ela, não está nada bem na foto. E o mais curioso dessa história toda é verificar, que como nos filmes de Hollywood, eles passaram a usar a estratégia do jogo do bom contra o ruim, o mau em estado puro. É claro que segundo essa lógica invertida, os bons serão sempre apenas os coxinhas, e o mal absoluto é cada petralha, governista, agente público de estado ou os seus apoiadores, numa total inversão de valores. Como é que gente que cultiva e destila o ódio, pode se colocar em algum lugar que seja considerado bom? Não pode ser, em hipótese alguma, só mesmo sob o império da desonestidade moral, intelectual, de um caráter completamente corrompido pela ambição desmedida e pela injustiça. Para concluir, na hipótese de concordar com a lógica hollywoodiana do bom contra o mau, trazendo para dentro da história do Brasil, e a ser considerado assim; se existe bandido nessa nossa relação histórica, está mesmo visto, que esse bandido não está no campo dos expoliados e explorados, dos condenados da terra como dizia Frantz Fanon. Quem fez e continua fazendo o maior mal, a quem? Respondam e terão a resposta, é simples.

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