quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Porque o mundo parou de crescer

Com a recente notícia divulgada, que apenas UM por cento da população economicamente ativa mundial é dona de 50% de toda a riqueza do planeta. E apesar dos ideólogos do capitalismo financeiro afirmarem o contrário, acho que não precisa ser economista para perceber, que a consequência lógica dessa concentração da renda em tão poucas mãos, além de levar ao aumento da desigualdade no mundo rico e desenvolvido, LEVA também, por sua vez, as economias dos países à recessão. Porque, com a enorme e crescente concentração da renda em poucas mãos, diminui o número dos potenciais consumidores, e em consequência, diminui a produção, já que não tem mais tantos consumidores em condições de comprar como havia antes. Em seguida surge o desemprego, e o arrocho salarial, para quem permanece no mercado de trabalho. Para quem conseguiu manter-se empregado, com o receio de perder o posto, passa a aceitar condições impostas pelos patrões, agora bem mais draconianas que antes. Diminui a ação efetiva dos sindicatos, agora postos sob suspeita, e os seus principais líderes espionados pelos órgãos de segurança do Estado, atualmente em mãos de forças políticas pro-mercado. Quem lê essa rápida resenha, vai achar que estou falando de uma ditadura exótica do terceiro mundo; pelo contrário, essa situação está em andamento nos países mais desenvolvidos do mundo ocidental, como os Estados Unidos e a Inglaterra, que desde os anos oitenta do século XX, resolveram adotar a liberalização do capitalismo financeiro, afrouxando ou acabando com os instrumentos de estado para regular a especulação financeira, e assim, reduziram ou levaram a quase zero, a taxação sobre heranças e grandes fortunas, achando com isso, que iriam alavancar a economia mundial. De lá pra cá, só se tem visto é uma sucessão de crises nas economias dos países ricos, uma atrás da outra, que culminou em 2008, na pior de todas, alguns afirmam, só inferior à crise de 1929. Apesar de tudo, os ideólogos do neoliberalismo não se dão por vencidos ou convencidos, tornam-se cada vez mais radicais e ortodoxos em suas análises da situação. E como são governo em algumas economias importantes do mundo, não mudam a forma de pensar, e para sair da crise causada pelas políticas propostas pelos próprios, prescrevem o remédio amargo da austeridade. Como está ocorrendo na Europa, em diferentes países, levando ao desespero do desemprego, à redução no valor das aposentadorias e pensões, e dos salários. Conseguindo com isso, trazer imensas massas de volta à pobreza.
Por outro lado, em 2002 o nosso país, através do voto, decidiu seguir outro caminho, quando elegeu Lula. É claro, que a mudança não foi imediata, porque a pressão do mercado financeiro foi enorme, foi necessário se fazer muita concessão ao mercado. Apesar de tudo, com uma política de emprego e renda implantada com sucesso, e mais a valorização do salário mínimo,  fez por onde elevar o aumento do consumo das famílias mais pobres da sociedade, e assim, se conseguiu retirar da exclusão e da indigência um grande contingente da população, fala-se em dezenas de milhões. Com isso, de lá pra cá, o nosso país andou na contramão da ordem mundial, diferente do movimento, do assim chamado, mundo rico e desenvolvido, e dessa forma pudemos passar pela imensa crise econômico financeira mundial, sem desemprego em massa e arrocho salarial, como ainda ocorre em alguns países da Europa, como é o caso da Espanha, Grécia e Portugal por exemplo. Em época de crise, conseguir manter o emprego e a renda é fundamental para qualquer criatura, é o básico. Portanto para espanto de todos, eis que surge um candidato nessa campanha eleitoral, que através do seu ideólogo mor, que foi presidente do Banco Central no segundo mandato de FHC, o economista Armínio Fraga, que quer porque quer levar a economia do país de volta ao neoliberalismo. A propósito de Armínio Fraga, sabemos que ele trabalhou e continua a trabalhar, para esses 1% mais ricos da população economicamente ativa mundial, ele inclusive por ter dupla cidadania, foi cogitado em certa ocasião, teve o nome lembrado para trabalhar no governo americano. Um verdadeiro lacaio do capitalismo financeiro internacional, trabalha com afinco para essa gente lucrar cada vez mais, como foi o caso de George Soros, a quem ajudou a tornar mais rico do que já é. Não consigo entender o que leva gente de boa-fé, desejar através do voto, fazer um personagem com esse curriculum, voltar a cuidar da economia dos brasileiros. Que risco e perigo o país corre. Não seria colocar uma raposa tomando conta do galinheiro?