terça-feira, 12 de abril de 2016

A ÉTICA DA DIREITA



A ética hegemônica hoje na direita brasileira, é aquilo que no senso comum, é conhecido como a ética de: "dois pesos e duas medidas". Ou em outras palavras, algo similar a: "faça o que eu digo, mas não faça o eu faço". Ou ainda a dupla moral, ou o falso moralismo, como o daquele pai que conduz a família na maior linha dura da repressão em casa, e na rua se conduz na bandalha total. Como quem diz: "Na rua posso, em casa não", ou o "meu lar é sagrado". Tudo isso ficou mais do que transparente durante a semana que passou, como narrado no texto em link no rodapé. Após uma entrevista do Ministro Marco Aurélio Mello do STF, concedida ao programa Roda Viva da TV Cultura de São Paulo, transmitida ao vivo na segunda feira do dia 4 de abril. Nessa entrevista, por não poder corresponder ao que a mídia esperava dele, já que a fala do ministro foi toda no sentido de defender o que rege a Constituição Federal, atitude que deveria ser realmente, aquilo que se espera, e o papel constitucional de qualquer ministro da Suprema Corte. Razão mais que suficiente para toda a mídia hegemônica passar a semana a fazer todo tipo de ataque contra o ministro. Ataques covardes, falsos e mentirosos. Durante a semana esse foi um dos assuntos mais pautados pela imprensa de forma geral. Foi feita uma pressão enorme, expressa de forma fascista, numa tentativa de levar toda a sociedade a aderir a um tipo de pensamento único, uma narrativa única de condenação sistemática do governo central, de forma massiva, intensa, ofensiva e agressiva, que se materializou através dos ataques ao ministro, que julgaram ser defensor do governo demonizado. Tudo feito e executado de forma e estilo também fascista. Aproveito para acrescentar que, aqueles que apoiam ações praticadas por certos grupos organizados, gangues de militantes coxinhas, que se juntam vestidos de verde e amarelo, com o propósito de atacar determinadas autoridades de estado, empresários, políticos ou intelectuais favoráveis ao governo, em locais públicos, como aeroportos, restaurantes, livrarias e até em shoppings. É reprovável sob todos os aspectos, principalmente porque é uma prática fascista no sentido clássico do termo. É fascismo também, e ilegal, apoiar ou assegurar apoio nas redes sociais, a quem insulta e ataca qualquer cidadão de bem, ou um agente público de Estado. E o faz, compartilhando posts impregnados de ódio contra autoridades que pensam diferente ou que apoiam o governo. É fascismo, cercear o direito de ir e vir de qualquer cidadão, apenas porque o cidadão tem um pensamento divergente de uma corrente político ideológica, que se quer fazer hegemônica através da força física e bruta, e da pressão dolosa. Por outro lado, quando alguém fala o que se quer ouvir, canta a mesma canção, dança a mesma valsa familiar, como é o caso do ministro Gilmar Mendes. Mas que de imediato, torna-se o queridinho da vez, bajulado por toda a imprensa importante e monopolista do país. Quando pratica alguma arbitrariedade, a mídia condescendente dissimula, e escreve que não é bem assim. Quando solta um corruptor contumaz como Daniel Dantas, a mídia silencia ou justifica como algo banal, juridicamente corriqueiro, nada anormal, conclui legitimando o malfeito. Nas redes sociais, os coxinhas ficam todos excitados com a quantidade de material disponível na internet favorável aos seus interesses. "Puxa vida!" Diz um. "Quanta coisa para compartilhar!" Vaticina outro. Todo mundo a compartilhar a carinha do ministro Gilmar Mendes, como um bravo guerreiro aliado, que está enfrentando as hostes do inimigo PT de forma briosa, "é um homem de valor esse Gilmar Mendes", diz um outro coxinha. Acham tudo bonitinho, normal e legítimo proceder dessa forma. Quer dizer, considera-se normal atacar e tecer críticas a um ministro do STF, por achar que o ministro mostrou um viés mais político em suas considerações, e apoia o governo, o que nem é verdade. Agora quando outro ministro, no caso o ministro Gilmar Mendes, faz abertamente declarações de cunho político, declarações mais alinhadas com a cartilha da direita, e contrária ao governo central, nesse caso dão todo apoio ao ministro do bem. O que só revela de forma clara, que opinião política de quem é contra o governo pode, já a opinião dos favoráveis não pode. Ou seja: a evidente ética de "dois pesos e duas medidas". O que só revela a total falta de legitimidade, em quem age dessa maneira, que além de não ser legítimo, não é legal. E não é legítimo, porque é imoral, porque é ilegal e nada ético. Falando francamente, com seriedade e honestidade. É preciso reconhecer que conduta desse tipo, Não é nada nada bacana. Não é nobre nem digna, sob pretexto algum, um cidadão de bem agir, como um fascista, em sua relação com um oponente político ideológico. É próprio do regime democrático cultivar-se a tolerância em relação a todos os credos seja de que natureza for. Concluo dizendo àqueles que gritam nas ruas simulando indignar-se contra a corrupção, e que nas redes sociais agem da forma descrita acima, com o alerta: "Atenção direita, como é falso o seu moralismo".



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