quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Outros comentários sobre a Imprensa e a Ética


A propósito da liberdade de imprensa

Para começar, pode-se iniciar perguntando: "Quem se beneficia da chamada liberdade de imprensa?"; "A imprensa é livre para quem?"; "Quem tira partido, ou seja, quem tira o maior proveito dessa liberdade?". Porque identificar esse quem, já é meio caminho andado, na busca de tentar esclarecer o nosso espinhoso assunto acima em epígrafe. No caso do jornal impresso, pode-se dizer que a grande mídia impressa brasileira é composta por feudos familiares, os Marinhos, os Mesquitas, os Frias, etc. Diferentemente de alguns políticos profissionais, desprovidos de qualquer paixão político-ideológica, para quem a política é puro interesse ou negócio, o que os levam a estar todo o tempo atrelados ao poder político de ocasião, presos como carrapato, não importa a coloração ideológica de quem seja o poderoso do momento, seja hoje um ditador general direitista, ou amanhã um democrata eleito pelo voto popular, o espectro político não importa, desde que permaneçam atrelados ao poder.
Quer dizer, esses políticos de interesses, em geral interesses pecuniários, sem ideologia, hoje podem estar à direita e amanhã à esquerda, de acordo com as suas conveniências, sem o menor constrangimento e a maior cara de pau, já que contam sempre com o esquecimento das massas em relação às suas incoerências e mau caratismo. Já as grandes famílias midiáticas dos grandes jornalões brasileiros, é claro, que elas também trabalham visando determinados interesses, do qual não abrem mão em absoluto.
Mas, diferentemente da canalha política, eles participam da luta pelo poder político, e por isso são instrumentos dessa luta, são veículos, mediação da luta, apresentando a todo o tempo, a ideia de país no projeto político das forças em jogo, que eles representam como modelo de país, formas de governo, conservação do status quo, e o liberalismo econômico da economia de mercado, dogmas apresentados e defendidos com muita convicção. Hoje a direita política no Brasil, chamada por alguns de a nova direita, perdeu a vergonha de mostrar a cara, é como se muitos deles tivessem saído de trás do biombo, onde permaneceram por muito tempo conspirando escondidos na surdina, porque sempre foram muito atuantes e eficientes politicamente falando, daí o nosso atraso em termos de conquistas sociais, na questão do bem estar social, as favelas e tudo o mais.
Mas esse movimento da direita raivosa surgido nos últimos tempos, como um efeito manada, bastou que uns poucos surgissem de forma impetuosa, e pronto, já encorajou tantos outros a tomar o mesmo rumo, sem questionar os equívocos de tal decisão ou escolha, parecendo uma coisa de modismo passageiro, porém perigoso, porque já assistimos a esse filme antes, em países como a Itália de Mussolini e a Alemanha dos anos vinte no tempo do assassinato de Rosa Luxemburgo, que acabou por levar Hitler ao poder. Alguns chamam esse fenômeno da direita político ideológica, como um sair do armário "en masse", quase todos ao mesmo tempo, um desenrustimento coletivo de certos sectores, que sempre atuou politicamente, mas na surdina, estavam ávidos por poder falar, exprimir o rancor contra a emergência dos sectores dominados da sociedade, ao defender a pauta de: "nada para a gentalha". Há quem argumente com razão, que é legítimo uma determinada empresa jornalística exprimir essa ou aquela posição político ideológica. O problema, é que essa posição nem sempre fica muito clara, o que pode levar o leitor desavisado a considerar, uma posição tendenciosa político partidária do jornal, como verdade, escamoteando-se assim, a verdade da informação, não deixando ao leitor a chance de distinguir bem a notícia da opinião, burlando totalmente a função do jornal como instrumento de prestação de serviço ao público, de divulgar a informação e a notícia, deixando a "opinião" aos editoriais e aos articulistas de colunas especializadas ou blogs. Dessa maneira, os veículos de mídia transformaram-se em porta-vozes de determinados valores, crenças, preconceitos, quase um partido político, só que, o que é perigoso e nocivo para a sociedade, de forma mascarada, camuflada e escamoteada. Com isso, o leitor e cidadão, que cada um é ao mesmo tempo, permitiu que acontecesse com a sua omissão consciente, quando concordam com aquelas idéias e opiniões. Quando, enquanto leitor, encontra nas páginas matutinas de um jornal ou revista, uma matéria com a qual concorda, é quase motivo para soltar um foguetório, pois, além de não se incomodar em nada, está expresso ali, de uma forma muito mais elaborada, tudo aquilo que também pensa e gostaria de dizer, e não tem os meios para tal. Nem ocorre pensar, se a maneira como tudo aquilo está acontecendo, é certo ou errado, não pensa em ética, se coincide com as suas idéias, está correto. Portanto, vai corroborar com toda aquela prática jornalística, que só o beneficia enquanto leitor, e onde não consegue enxergar nada sujeito à crítica. Passa a ser, quase um militante do partido da grande mídia politiqueira, e a defende sempre que possível, contra qualquer crítica, que aponte a tendenciosidade ou partidarização daquele veículo, que às vezes considera como o seu jornal. Esse leitor apaixonado defende o seu jornal preferido, porque esse veículo praticamente pensa como ele, há uma identificação, uma adequação de pontos de vista. Quando isso ocorre, fica muito difícil o leitor pensar ou refletir sobre a questão da liberdade de imprensa. Agora, quando é o contrário, que acontece, isto é, quando o leitor não concorda com a linha de pensamento do veículo, o que costuma acontecer? O que fazer ou proceder? Deixa de comprar o jornal de preferência, e passa para outro? Sabe-se que não adianta o leitor indignado, entupir de e-mails críticos o seu jornal, porque esse não publica cartas contra si mesmo, o que hoje em dia é quase uma regra básica da grande imprensa, nacional ou estrangeira. Considera-se não ser correto, não ser ético, um jornal, de forma velada ou escancarada, tornar-se palanque. Se a coisa é vista do ponto de vista ético, não é correto, mesmo quando o veículo seja favorável ao candidato do leitor. Esse é o ponto da questão. Algo parecido aconteceu com um juiz de futebol, que não usa o mesmo critério em suas punições para as infrações cometidas pelos jogadores em campo, para um lado é um carrasco implacável, e para o outro deveras benevolente. A favorecer com isso, apenas um lado, o que revela que algo de podre possa estar a acontecer, como corrupção, por exemplo. O que pode levar à manipulação de resultados de jogos, como já ocorreu em países da Europa, como na Alemanha, e um caso descoberto em São Paulo há alguns anos atrás.
Dois pesos e duas medidas, não são corretos, quando tudo são encarados e analisados do ponto de vista ético, portanto o mais longe possível da polaridade ideológica e da paixão política. É bom poder fazer um esforço para viabilizar o viés ético tanto quanto possível, embora muitos não acreditem nessa possibilidade. Se não pode ser de outro modo, tudo bem, só resta deixá-los entregues às suas limitações intelectuais, com a esperança de que um dia possam crescer e avançar em direção a compreensão, e mais cidadania, o que implica respeito ao outro; e passemos a nos dirigir aos que entendem o que é ética. Se a paixão política deixa-me cego, impossibilitado enquanto leitor, incapaz de perceber as sutilezas da quebra da ética, isso é uma coisa, não vejo porque não consigo ver, inviabilizado por aquela paixão avassaladora, o que também é grave, porque revela uma evidente fraqueza e debilidade. Agora, quando não vejo porque não quero, porque não é conveniente, porque não interessa, aí é muito mais grave e revelador da falta de ética. São duas posições bem distintas e evidentes, que é comum encontrar, quando se trata a questão da ética, muito embora não exista essa coisa de ser mais, ou ser menos ético. Para finalizar, concluo dizendo que, não é apenas a sua paixão política que é cega, qualquer uma é, inclusive a minha.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Ética na política, é possível isso?

Há de certa forma, uma confusão conceitual, no tratamento, que é dado, por parte da mídia brasileira, quando trata da questão da Ética na política. Na Folha de hoje (6.12.2009), na matéria intitulada: "Mensalões fragilizam debate ético em 2010", inclusive com depoimentos de figurões do conhecimento, dois renomados professores de filosofia de São Paulo, como é o caso, tanto de José Arthur Giannotti, como de Renato Janine Ribeiro,
o último é professor titular de Ética na USP, e foi apresentador de um programa na tevê pública sobre Ética. Quem não se lembra das intervenções de Giannotti, tanto na tevê como na mídia impressa, durante o governo FHC, para justificar determinadas ações do governo. Diziam até, que ele era o ideólogo oficial do governo, mas isso é outro assunto.
É admirável, que tão renomados mestres, doutores em filosofia, não tenham percebido tamanha confusão, pois, pelo menos na matéria acima citada, não mencionam uma linha sequer a respeito. E agora vem a pergunta, claro, que é, onde está a confusão? O que é que estão confundindo? Usando o exemplo do escândalo da vez, ou do momento, que é o caso do chamado mensalão do DEM de Brasília, onde aparece o Governador Arruda e seus assessores, recebendo montanhas de dinheiro, provenientes de empresas prestadores de serviços públicos. Configurando-se numa série de crimes, contra a lei penal, como por exemplo, a venda de favores, tráfico de influência, e outros crimes, que os acusados justificam afirmando ser uma espécie de caixa dois, para fazer face às despesas de campanhas políticas, mas que, está mais do que evidente, tratar-se de crime comum, inclusive, para enriquecimento pessoal. A compra de propriedades através de "laranjas", aumento de patrimônio de forma sub-reptícia. Estamos, na verdade, diante de atos praticados por criminosos, não importa se governadores ou secretários de estado. Portanto, dizer, que as infrações arroladas nos autos contra o governador Arruda e seus assessores, sejam apenas quebra da ética, é eufemismo. Agora virou moda no Brasil, considerar atos criminosos, quando praticados por políticos, como falta de ética. Urge parar com considerações desse tipo. As palavras, conceitos e vocábulos não foram criados ou construídos, para cada um usar como bem quer, para usar ao bel prazer. A quebra da Ética é um fenômeno de outra natureza, e muito mais sutil. Ah! Quem nos dera, se os problemas brasileiros com os políticos, fossem apenas a quebra da Ética. Aliás, deixo essa questão da falta de Ética na política, para outro texto. Porque, se compreendi bem Maquiavel, n'O Príncipe, o objetivo principal de um político, não é apenas conquistar o poder político de estado, mas se manter no poder, a qualquer custo, não importa o que ele tenha que fazer, para manter-se no posto. Logo, não cabe ser bonzinho, correto e bacana com seus adversários políticos, senão corre o risco de perder a cabeça ou o cargo. É preciso saber lidar com os adversários e oponentes, alguns chegam a ser inimigos, e para isso, vale usar de toda a esperteza, astúcia, malícia, sagacidade, artimanha, sabedoria política, enfim todas as armas e ferramentas disponíveis e ao alcance. Coisa que, em qualquer outra ocupação ou atividade da vida ordinária, é considerada como falta de Ética, mas que, pelo visto em Maquiavel, na política é necessário ter. Para concluir, não podemos nem devemos, pura e simplesmente, confundir delitos criminais com falta de Ética, como temos visto acontecer, de forma recorrente, na mídia dominante e hegemônica.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Última terça no grupo de estudo filosóficos

Com o fim da exposição do físico Mariano, sobre o processo caótico e estocástico, com todos aqueles gráficos, fórmulas complexas de matemática, em narrativa nada linear, pois não tinha começo, meio e fim, deixando alguns ouvintes com o sentimento, de que são mais ignorantes do que imaginavam ser. É incrível isso acontecer, porque o fenômeno da física hoje no planeta é de fato um fenômeno, se formos pensar na audiência, na quantidade de livros vendidos, principalmente por parte de alguns gurus indianos, que são verdadeiras fábricas de dinheiro, tal é a volúpia, com a qual esses gurus transformam um simples lançamento corriqueiro de livro em best-seller. Bom, mas esse assunto pode se tornar outro post no futuro, que trate exclusivamente do assunto, do fenômeno editorial dos gurus da física, indianos ou não. Deixo aberto o blog, até para a colaboração de algum amigo, que queira contribuir com alguma coisa nesse sentido. Gostaria de deixar registrado, um pouco do que rolou no último encontro do grupo de Filosofia, realizado na última terça dia primeiro de dezembro. Com o fim da exposição de Mariano, e com o fim do ano e de nossas atividades chegando ao fim, acabamos ficando sem pauta, sem assunto ou tema definido, para tratar e discutir em grupo no último encontro.
Como Paulo Mafort mencionou, que recentemente havia feito uma apresentação sobre a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, sugeri então, se não seria oportuno, dar uma palinha, e caso agradasse, talvez pudesse tornar-se tema num futuro próximo.
Paulo de pronto concordou, e iniciamos os trabalhos no grupo, com a exposição do assunto, meio de improviso, já que foi de surpresa, pois, como mencionei acima, estávamos sem pauta. Uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo no grupo de estudo, é que as pessoas não têm o menor temor de intervir, mesmo tratando-se de um assunto, que elas desconheçam totalmente. Com isso, qualquer coisa lançada naquela arena heterogênea, é motivo mais do que suficiente, para surgir as mais apaixonadas discussões e polêmicas. E não foi diferente mais uma vez, mesmo que o assunto não tivesse sido combinado previamente, ninguém havia lido nada antes sobre o assunto, salvo o próprio narrador Paulo Mafort. Quando ele mencionou a expressão Teoria Crítica, julguei, que fosse desenvolver em primeiro lugar, o significado dos termos, fosse fazer um pequeno histórico, etc., enfim, fosse trabalhar mais com o trabalho teórico de Max Horkheimer, que foi quem cunhou essa expressão Teoria Crítica, no ensaio Teoria Tradicional e Teoria Crítica, ainda nos anos trinta, antes da segunda guerra mundial e do exílio nos EUA. Mas para a minha surpresa, Paulo tomou um rumo totalmente inesperado, e começou a citar Adorno e até Benjamim, em reflexões sobre a arte, sobre os textos de Adorno a respeito da música, a crítica de Adorno ao Jazz norte americano, que segundo Adorno, não ajudava o espectador, era um empecilho no cultivo da boa música, e pelo contrário, o preparava de alguma forma, para o que depois, veio a ser a manipulação do consumidor pela indústria cultural, que visava mais o lucro, do que a qualidade, etc. Dessa forma, voltou a polaridade entre uma cultura de elite e uma cultura mais popular, e pronto, estava, mais do que suficiente, presente o motivo, para ser instaurado mais um polêmico debate, e aí ninguém conseguiu segurar mais o grupo, que não deixou espaço nem mesmo para o narrador expositor, que perdeu o protagonismo e foi obrigado a voltar a insignificância de ser apenas, mais um elemento do debate, que fluía acaloradamente por todos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Para onde vai FHC?

Poderíamos postar a mesma questão para o Sr. Ferreira Gullar, mas aí fica fácil, a julgar pela crônica dele publicada na ilustrada da Folha num domingo após a publicação do: “Para onde vamos?” de FHC. E a resposta, é o mesmo caminho de FHC, já que ele, que se considera um homem de ideias, reproduz quase que ipsis litteris o arrazoado de ideias do "Para onde vamos?" A posição de classes disfarçada de visão geral, ou viés particular inconfesso, mas dominante, porque é a visão do que se considera o mais forte, o mais intelectualizado e erudito, porque uspiano; porque também já foi poder político dominante, e ainda continue sendo parte dele, mas de outra forma. Um elitismo cheio de soberba e arrogância. Há inclusive uma crença entre os artistas e intelectuais em começo de carreira, de procurar cultivar-se a arrogância, porque é importante para a autoafirmação, para melhorar a baixa autoestima, que é castrante. No caso de FHC, o fenômeno é algo parecido, só que de forma caricatural, dá até para, brincar um pouco, já que ninguém é de ferro, parodiando a frase de Lenine, lembrar que o Elitismo, é a doença senil da bourgeoisie intellectuel de droite. Sabemos que ele tem plateia, quase cativa, tem audiência, que paga caro para assisti-lo em conferências pelo Brasil afora, e em outros cantos do exterior também, só que em menor escala, claro. Isso tudo lhe reforça o convencimento de que ele é o tal, já que está sendo reconhecido. Dizem até que o amor cega, que qualquer outra paixão louca por alguma coisa, cega também, deturpa e interfere na percepção. Nesse sentido, o fato de ser invadido pelo sentimento da inveja ou da vaidade, é uma cegueira. A propósito, constitui-se numa tremenda bandeira, pois fica muito óbvio, quando nos movemos sobretudo por esses sentimentos, nada nobres: "Como ainda sou poderoso, da mesma forma como o Brasil é grande e poderoso, tenho legitimidade para impor o meu gosto, os meus valores políticos ideológicos estéticos. As pessoas me dão crédito, porque me assistem, me ouvem. Portanto posso apontar a direção do vento ideológico das minhas crenças políticas, como sendo a visão mais certa da realidade. E assim sendo, não posso, e não devo qualificar o que não tem qualidades, o inqualificável. Logo tudo aquilo, que beira o gosto popular das classes C, D e E, não merece receber o menor crédito, e por essa razão receber, mais que de imediato, um ataque fatal, para suas pretensões de ser divulgado, e ter visibilidade. Não podemos, nem devemos deixar essa gentalha levantar a cabeça do esterco, porque é muito perigoso, basta ver o exemplo atual, demos uma leve vacilada, e eles elegeram um operário rude, analfabeto (Ui, que é que é isso, Caetano?), como presidente do país. Toda atitude, que lembre, mesmo que de longe, aquela origem humilde do populacho, deve ser criticada violentamente, deve ser evitada e banida, do nosso meio. Para isso, deve ficar como munição disponível, todo um arsenal de combate, cujas armas são as ideias e valores de sempre, cansadas de guerra ou não, não importam, todos os tipos de armas são válidos (Aqui, um pouco Maquiavel, que ele prometeu se dedicar, quando saiu da presidência), para que os nossos agentes de ataque estejam municiados para varrer para além da periferia originária, todos esses bárbaros do conhecimento e o(s) seu(s) modus vivendi e modus operandi". 
Talvez fosse interessante investigar, descobrir, o lugar de origem de todo esse ressentimento antilulista, ou melhor, antipopular, antivarguista, antijanguista, enfim, anti-trabalhista. Dizer apenas, que é inveja, não basta. Proceder uma investigação detetivesca, não sei se é possível, já que tudo isso, parece tão escondido. Dizem, que escondidos nos mais recônditos escaninhos da mente vaidosa de FHC, coisa, que muito provavelmente, nem mesmo ele próprio, se dê conta. Talvez, nem mesmo um psicanalista tarimbado e com experiência, fosse capaz de dar algum subsídio para o nosso investigador. É claro, que outros, poderão apontar esse ou aquele interesse, de um determinado grupo político/econômico, do qual ele faça parte, e seja o principal ideólogo e porta voz. Não diria ventríloquo, porque reconhecemos haver nele, certo conteúdo intelectual relevante, embora saibamos, pela experiência na presidência, que politicamente, ele é vacilante e inseguro na hora de assumir responsabilidades, o típico tucano; aliás, refletindo agora, é bem capaz, que esse conceito de tucano, deve ter sido inspirado na figura do FHC, bem cima do muro. Confundir a cabeça das pessoas, com conceitos, que nem, muito provavelmente, o próprio FHC, tenha clareza do significado (este o caso do conceito: "populismo autoritário"), constitui-se numa espécie de desonestidade intelectual, ou falta de ética, como se queira. Buscar ser honesto e correto, do ponto de vista da razão, do conhecimento racional, é procurar estar o mais próximo possível da verdade dos fatos. Não deve ser envenenando pelo ódio ideológico, mistificando a realidade, distorcendo a visão do mundo com contorcionismos verbais, e a consequente determinação da percepção dos outros através daquela visão distorcida. Portanto não é honesto, não é correto confundir popular com popularesco ou populismo. Aliás, esse conceito de populismo, é o conceito menos válido do ponto de vista teórico, portanto menos teórico no sentido althusseriano, e dos mais ideologizados. Pois se presta a distintas utilizações. Muito usado nos anos setenta, por historiadores e analistas políticos, com os mais variados significados, é um conceito que serve pra quase tudo, não tem a menor precisão conceitual. Logo, esse conceito de populismo, não vale mais pra nada, talvez só sirva mesmo daqui para a frente, como xingamento.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A resistência do atraso

Nos anos setenta era comum ouvir o comentário, de que no Brasil, as importações de bens e serviços, chegavam aqui através de avião supersônico, já as ideias, ah! As ideias! Era, como se ainda fosse, através das caravelas do século XVI. Hoje com o avanço tecnológico, a mundialização da internet, etc, as idéias até chegam bem rápido. Hoje as ideias chegam instantaneamente, porém a resistência do atraso, trava a aceitação delas de imediato, barreirando o seu avanço e disseminação, numa espécie de atropelo dos fatos por ideias atrasadas, que não representam nem exprimem mais a realidade, mas que insistem em sobreviver em certa mentalidade conservadora e reacionária, que não quer ceder às evidências dos fatos. É notório, que o país está mudando, avançando em variados aspectos, ampliando direitos, mas para certos ideólogos, continuamos funcionando ainda, em termos de pensamento e ideias, quase como aquela máxima da segunda grande guerra, que dizia que uma mentira muitas vezes repetida, torna-se uma verdade dogmática.
Portanto, esse é o caso no momento, de certos dogmas econômicos da ideologia neoliberal, repetidos ad nauseum, antes, durante e depois da última crise do capitalismo financeiro, que atingiu em cheio também a economia real, a se acreditar que essa crise já terminou. Repetidos por todo tipo de economistazinho, travestido de analista de mercado e outros, ideólogos do capitalismo financeiro, da monetarização do mundo, uma espécie de missionário de ocasião do chamado deus mercado, pregadores do evangelho neoliberal, ou seja, os conhecidos e alardeados no Brasil, principalmente nos últimos quinze anos, os fanáticos adeptos do neoliberalismo econômico. Dentre os dogmas repetidos ad nauseum, está a redução do tamanho do estado, o tal do estado mínimo, a crítica do gasto público, a chamada gastança no jargão dos próprios. Todo esse proselitismo pro-mercado é feito cotidianamente através da imprensa especializada ou não, numa espécie de cantilena quase jesuítica, já que repetida toda hora e todo dia, numa massiva campanha. Eles não desistem nunca, de sua propagação ideológica, numa coisa tipo impor uma narrativa, bater na tecla, que consideram a mais verdadeira. É uma luta ideológica para impor as suas crenças, valores e ideias, não importa se atrasadas ou não. É como dizia Louis Althusser, uma luta de classes na teoria, no caso não se trata de teoria científica, mas crenças ideológicas. Só que agora, diante do mundo atravessando uma grave crise, talvez só superada pela de 1929, continuar com essa cantilena, significa atropelar os fatos. Uma política anticíclica para amenizar os efeitos da crise, continua sendo implementada pelos países centrais, alguns deles criadores da política econômica neoliberal, que foram forçados a mudar movidos, não por ideologia, mas pelo efeitos trágicos dessa crise, senão corriam o risco de falência, "default", quebradeira geral. E assim, despejam trilhões de dólares no sistema financeiro, para irrigar os negócios particulares e privados com recursos, dar fluidez e crédito, para a máquina não correr o risco de parar, para evitar um risco sistêmico, e o seu efeito cascata, inclusive na periferia.
O que os ideólogos neoliberais brasileiros não aceitam, nem se conformam, é que essa crise revela e mostra uma queda de paradigma, praticamente com o mesmo significado da queda do muro de Berlim em 1989. Não adianta mais continuar insistindo na repetição de dogmas e mantras gastos e falidos, pois a evidência dos fatos da realidade se encarregará de deixá-los relegados à lata de lixo da história.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Algumas questões sobre como lidar com a imprensa


As vezes me indago, se existe um lugar donde se possa interrogar uma instituição como a imprensa, apesar das nossas preferências ideológicas. É claro, que não estou falando em isenção total e absoluta, porque a não ser para os ingênuos, sabemos que isso não existe, somos todos movidos por essa ou aquela paixão político ideológica. Agora a questão que se coloca, é se, apesar dessa paixão, podemos ter condições de avaliar, quando uma reportagem é contaminada pela tendência ideológica do articulista ou da linha editorial do veículo de mídia.


 Sabemos, por outro lado, que em geral, todas as paixões cegam, embotam a nossa capacidade de reflexão. Quem já não ouviu ou leu que o amor é cego? Para evitar cair num ceticismo imobilizante, é melhor acreditar, que é possível, apesar de nossas crenças particulares e individuais, encontrar o lugar donde possamos perceber todos esses movimentos ideológicos, os nossos e os dos veículos de mídia, ou de  qualquer outro. Pois, caso contrário, não seria possível, por exemplo, nem mesmo a reflexão filosófica.
Dito isso, o que costumamos ver no cotidiano de nossa relação com a grande imprensa, jornalzões como o Estadão, a Folha, o Globo e as revistas Veja e Época, não por acaso todos negócios de famílias. Em geral esses veículos são coerentes em suas posições ideológicas, procuram cultivar e reforçar essas posições em seus editoriais, contratando como articulistas, profissionais que se coadunam com as mesmas posições político partidárias. Procuram publicar na seção de cartas dos leitores, apenas as cartas que não se chocam com a sua linha editorial, quer dizer, quase como um anátema ao contraditório. E quanto aos leitores, o que resta?
Procurar ler apenas os meios e veículos, que se afinar mais com o seu gosto político, ou, na medida do possível, procurar ler todos, que é possível ler, mas sempre com um pé atrás, espírito crítico, dando o devido desconto da posição ideológica do veículo midiático lido, o que exige certo esforço e uma vigilância constante e permanente, não pode relaxar jamais, nem dar aquilo como verdade. O que estou habituado a ver, é que, quando a conjuntura de poder é benéfica para o leitor, em geral, a paixão política o leva à cegueira. "Ah! Se concordar, não quero ver nada, recuso-me a enxergar qualquer tendenciosidade." Usa o argumento, de que toda a mídia é tendenciosa mesmo, e acabou. A posição crítica desse leitor vai para o espaço, ele continua alimentando essa relação simbiótica, que pode o levar mesmo ao sectarismo, a ponto de passar a ser um defensor intransigente do veículo midiático em questão, quase que no primeiro impulso, ouvindo qualquer coisa contra, já arma-se em defesa do jornal ou revista, que já considera seu. Claro, aquele veículo diz de uma forma muito melhor, aquilo que aquele leitor gostaria de dizer. Agora o problema maior, não é quando a paixão político-ideológica leva o leitor ao sectarismo e a cegueira, isso acontece o tempo todo, é quase natural. O problema maior é quando mesmo percebendo todas essas implicações e distorções no uso de um serviço, uma concessão pública, o leitor, pela simples razão de sua conveniência, silencia e se omite, esquecendo-se, que as conjunturas só são conjunturas, que mudam de vez em quando na história humana. E nesse caso, caberia a cada leitor se por a questão: "como é que eu sou do ponto de vista ético? Ou só consigo enxergar a falta de ética nos outros?" Será que não seria mais conveniente, configurar o sistema midiático, não apenas para o meu gosto ideológico na atual circunstância, mas para sempre, inclusive para os meus netos, venha ele a pensar o que for e quiser?

sábado, 21 de novembro de 2009

O Primeiro que deixou de ser o primeiro


Confesso que me enrolei e não consegui salvar o meu primeiro post, a máquina deu uma travada, congelou, e dessa forma fiquei sem ter como encontrar qualquer possibilidade de salvamento do material, que se perdeu nos recônditos do universo on line. Acho que não sou capaz de me lembrar daquilo que escrevi no primeiro, pelo menos ipsis litteris, mas como ideia geral, alinhavei algumas coisas, que motivam a usar o espaço do blog. Em primeiro lugar preciso dar o crédito merecido ao amigo, artista multimídia, escritor, artista plástico e sobretudo músico Luís Capucho, pela força e ajuda na confecção do blog, que ainda preciso configurar, melhorar, etc., já que mais uma vez estava por desistir, como já venho fazendo há algum tempo, tal é a minha dificuldade com assuntos eletrônicos e digitais. Lembro que pontuava no Primeiro Post, as razões de querer fazer uso de um instrumento como um blog, que tinha a minha disposição duas fontes de alimentação de conteúdo para o mesmo. Que essas fontes eram como se fosse uma espécie de norte, de motivação e de inspiração. Tratava-se, em primeiro lugar do grupo de estudos filosóficos, uma espécie de arena, aonde se reuni toda terça-feira as oito da noite, no espaço da biblioteca pública de Nova Friburgo/RJ, para debater assuntos filosóficos, seja estética, filosofia política, epistemologia, lógica, ética, ontologia e assuntos gerais. Uma ótima fonte, que por si só já merecia um blog há muito tempo, aliás, um apenas não, mas muito mais, até mesmo uma publicação, caso fôssemos mais institucionalizados. Apesar do blog ser privado e personalizado, espero hospedar aqui no futuro artigos e/ou entrevistas de amigos e pessoas interessantes ligadas ou não grupo de estudos. A outra fonte constante e diária é a leitura dos jornais, revistas e outras publicações, livros inclusive, que nos alimenta o tempo todo com opiniões, conteúdos, linha de raciocínio, manipulação ideológica, equívocos e outras infrações éticas e conceituais, que podem provocar o debate, estimular, motivar e concordar ou não com aqueles conteúdos divulgados. Construir o contraditório e divulgar, passar para um número maior de leitores, quando não concordamos com algo publicado, e precisamos apontar os devidos erros e confusões conceituais, intencionais ou não, cometidos. Nas horas do contraditório, podemos, mas não devemos nos omitir, porque não estudamos filosofia impunemente, é preciso apontar os equívocos quando cometidos, sejam com essa ou aquela intenção, e nesse caso cabe à filosofia esse papel ingrato, nem sempre bem compreendido, de ser a má consciência do conhecimento. É claro, que com isso, virão polêmicas e controvérsias, ninguém é dono da verdade e da razão, os mistérios continuarão mistérios, mas não devemos ser omissos e/ou alimentar preconceitos. Urge que os preconceitos sejam desmascarados. O resto só o tempo mostrará, assim esperamos. Portanto, aqui se abre uma nova trincheira de reflexão, sem grandes expectativas nem sonhos mirabolantes, apenas um espaço de pensamento e reflexão, um instrumento de auxílio, que também poderá ser uma válvula de escape para um desabafo, por que não? Assim sendo, termino esse post, convidando os leitores para o próximo encontro e comentário. Saudações a todos.

O Primeiro que deixou de ser o primeiro


Confesso que me enrolei e não consegui salvar o meu primeiro post, a máquina deu uma travada, congelou, e dessa forma fiquei sem ter como encontrar qualquer possibilidade de salvamento do material, que se perdeu nos recônditos do universo on line. Acho que não sou capaz de me lembrar daquilo que escrevi no primeiro, pelo menos ipsis litteris, mas como ideia geral, alinhavei algumas coisas, que motivam a usar o espaço do blog. Em primeiro lugar preciso dar o crédito merecido ao amigo, artista multimídia, escritor, artista plástico e sobretudo músico Luís Capucho, pela força e ajuda na confecção do blog, que ainda preciso configurar, melhorar, etc., já que mais uma vez estava por desistir, como já venho fazendo há algum tempo, tal é a minha dificuldade com assuntos eletrônicos e digitais. Lembro que pontuava no Primeiro Post, as razões de querer fazer uso de um instrumento como um blog, que tinha a minha disposição duas fontes de alimentação de conteúdo para o mesmo. Que essas fontes eram como se fosse uma espécie de norte, de motivação e de inspiração. Tratava-se, em primeiro lugar do grupo de estudos filosóficos, uma espécie de arena, aonde se reuni toda terça-feira as oito da noite, no espaço da biblioteca pública de Nova Friburgo/RJ, para debater assuntos filosóficos, seja estética, filosofia política, epistemologia, lógica, ética, ontologia e assuntos gerais. Uma ótima fonte, que por si só já merecia um blog há muito tempo, aliás, um apenas não, mas muito mais, até mesmo uma publicação, caso fôssemos mais institucionalizados. Apesar do blog ser privado e personalizado, espero hospedar aqui no futuro artigos e/ou entrevistas de amigos e pessoas interessantes ligadas ou não grupo de estudos. A outra fonte constante e diária é a leitura dos jornais, revistas e outras publicações, livros inclusive, que nos alimenta o tempo todo com opiniões, conteúdos, linha de raciocínio, manipulação ideológica, equívocos e outras infrações éticas e conceituais, que podem provocar o debate, estimular, motivar e concordar ou não com aqueles conteúdos divulgados. Construir o contraditório e divulgar, passar para um número maior de leitores, quando não concordamos com algo publicado, e precisamos apontar os devidos erros e confusões conceituais, intencionais ou não, cometidos. Nas horas do contraditório, podemos, mas não devemos nos omitir, porque não estudamos filosofia impunemente, é preciso apontar os equívocos quando cometidos, sejam com essa ou aquela intenção, e nesse caso cabe à filosofia esse papel ingrato, nem sempre bem compreendido, de ser a má consciência do conhecimento. É claro, que com isso, virão polêmicas e controvérsias, ninguém é dono da verdade e da razão, os mistérios continuarão mistérios, mas não devemos ser omissos e/ou alimentar preconceitos. Urge que os preconceitos sejam desmascarados. O resto só o tempo mostrará, assim esperamos. Portanto, aqui se abre uma nova trincheira de reflexão, sem grandes expectativas nem sonhos mirabolantes, apenas um espaço de pensamento e reflexão, um instrumento de auxílio, que também poderá ser uma válvula de escape para um desabafo, por que não? Assim sendo, termino esse post, convidando os leitores para o próximo encontro e comentário. Saudações a todos.

Primeiro Post

Essa é a minha primeira postagem, não foi fácil chegar até aqui, estava a algum tempo querendo abrir o blog, mas sempre desistia, devido à minha inabilidade para os negócios eletrônicos; e não fosse pela boa vontade do amigo Luís Capucho, teria desistido mais uma vez. Não tenho muito claro, como devo usar o espaço, não tenho um projeto pronto especificamente para esse fim, acho que as coisas acontecerão ou não no seu próprio caminho. Também não sou daqueles que tem o gosto especial pelas controvérsias, a polêmica pela polêmica, mas não sou ingênuo de pensar que elas não advirão. Acredito que com o tempo, devo aprender a lidar com o contraditório, sem necessariamente ter que alimentar sanhas polemizadoras de certos incautos, ávidos por controvérsias estéreis. Apesar de que, como disse acima, não ter um propósito específico de início, de como usar esse blog, vejo agora um norte bem claro, que na verdade se divide em dois: um é o grupo de estudos filosóficos, que já dura oito anos, que é uma arena ao vivo e a cores, onde se reúne toda terça feira, dentro da biblioteca pública de Nova Friburgo, região serrana do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Um grupo de amigos apaixonados pela filosofia, independentemente de ter ou não formação filosófica, aonde acontece sempre discussões interessantes sobre diferentes assuntos conectados com a filosofia Política, estética, epistemologia, ontologia, lógica, ética e outros assuntos gerais. Esse fato por si só, já é motivo fundamental para dar subsídios, que alimente o blog com ideias. Acho que sempre poderei receber do grupo de estudos filosóficos, e transportar para esse espaço coisas discutidas no grupo, muito embora esse seja um espaço privado e não grupal, mas que não impede a participação de terceiros, e certamente poderei usá-lo no futuro, até mesmo, para postar artigos de colegas, ou entrevistas ligadas ou não ao grupo de filosofia. Outro norte, que vislumbro, é dentre as coisas que leio na mídia impressa, de internet ou papel, na forma de jornais, revistas, cadernos literários, etc., ideias e equívocos de arrepiar os cabelos, barbaridades conceituais, muitas vezes usadas de forma diferente, justo com a intenção de manipular conteúdo, e assim atingir certos objetivos ideológicos. A gente não estuda impunemente, não dá para sacramentar a ignorância, a burrice, estupidez e sobretudo a má-fé. Portanto aqui é onde se encontra o perigo, o campo minado, onde poderá aparecer o fenômeno da controvérsia. Que venha, sem problema.

Primeiro Post

Essa é a minha primeira postagem, não foi fácil chegar até aqui, estava a algum tempo querendo abrir o blog, mas sempre desistia, devido à minha inabilidade para os negócios eletrônicos; e não fosse pela boa vontade do amigo Luís Capucho, teria desistido mais uma vez. Não tenho muito claro, como devo usar o espaço, não tenho um projeto pronto especificamente para esse fim, acho que as coisas acontecerão ou não no seu próprio caminho. Também não sou daqueles que tem o gosto especial pelas controvérsias, a polêmica pela polêmica, mas não sou ingênuo de pensar que elas não advirão. Acredito que com o tempo, devo aprender a lidar com o contraditório, sem necessariamente ter que alimentar sanhas polemizadoras de certos incautos, ávidos por controvérsias estéreis. Apesar de que, como disse acima, não ter um propósito específico de início, de como usar esse blog, vejo agora um norte bem claro, que na verdade se divide em dois: um é o grupo de estudos filosóficos, que já dura oito anos, que é uma arena ao vivo e a cores, onde se reúne toda terça feira, dentro da biblioteca pública de Nova Friburgo, região serrana do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Um grupo de amigos apaixonados pela filosofia, independentemente de ter ou não formação filosófica, aonde acontece sempre discussões interessantes sobre diferentes assuntos conectados com a filosofia Política, estética, epistemologia, ontologia, lógica, ética e outros assuntos gerais. Esse fato por si só, já é motivo fundamental para dar subsídios, que alimente o blog com ideias. Acho que sempre poderei receber do grupo de estudos filosóficos, e transportar para esse espaço coisas discutidas no grupo, muito embora esse seja um espaço privado e não grupal, mas que não impede a participação de terceiros, e certamente poderei usá-lo no futuro, até mesmo, para postar artigos de colegas, ou entrevistas ligadas ou não ao grupo de filosofia. Outro norte, que vislumbro, é dentre as coisas que leio na mídia impressa, de internet ou papel, na forma de jornais, revistas, cadernos literários, etc., ideias e equívocos de arrepiar os cabelos, barbaridades conceituais, muitas vezes usadas de forma diferente, justo com a intenção de manipular conteúdo, e assim atingir certos objetivos ideológicos. A gente não estuda impunemente, não dá para sacramentar a ignorância, a burrice, estupidez e sobretudo a má-fé. Portanto aqui é onde se encontra o perigo, o campo minado, onde poderá aparecer o fenômeno da controvérsia. Que venha, sem problema.