domingo, 28 de fevereiro de 2010

Novas Possibilidades



Depois de passar todo o mês de fevereiro, e também janeiro, arredio, longe do blog, distante desse espaço por “n” motivos, dentre os quais, o afastamento do grupo de estudo, provocado pela parada para as férias de verão, verão do hemisfério sul, parada que sempre fazemos nessa época. Além de outra interrupção menor, que acontece durante o mês de julho, no inverno, quando costuma fazer frio, aqui nessa cidade serrana de Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Creio, que já estava passando da hora de voltar ao blog. Voltar a usar esse espaço conquistado, e postar coisas, que embora continue envolto em um misterioso silêncio, devido à falta de comentários, pelo menos sirva para mostrar algumas sendas, sinais de outros caminhos e de novas possibilidades. Nesse nosso possível fazer, um fazer que não se restrinja apenas a uma prática, que é o fazer pelo simples ato de fazer alguma coisa, uma ação praticada quase no automático, mas a uma práxis, que é a atividade consciente por excelência. Pois bem, o que o título acima sugere, foi um vislumbre que me ocorreu durante um breve encontro com amigos jovens, num dos points jovens daqui da cidade. Quando fui apresentado por uma amiga muito querida, a um jovem professor de geografia muito interessante, que demonstrou sem pedantismo ter certo conhecimento de filosofia, imaginem que ele mesmo sem me conhecer, deu algumas sugestões e fez recomendações de como ler Hegel. Para não tirar um pingo da importância de suas palavras, eu não quis dizer que já fui professor de filosofia, nem que ajudei a organizar um grupo de estudos filosóficos desde 2001 aqui na cidade. Depois que o jovem professor de geografia afastou-se, para se juntar a outro grupo, fiquei pensando em quantos jovens iguais àquele deveriam existir por aí. Como deveria ser importante descobrir e identificar jovens de talentos, curiosos e inteligentes, e assim poder atraí-los para a filosofia, mas para uma filosofia crítica, não para o exibicionismo barato de quem se pavoneia com o saber, para tirar onda com os colegas, numa coisa tola de mostrar que sabe mais do que os outros, exibir-se gratuitamente por aí, que infelizmente ainda se observa em certos adultos idiotas e tolos, que se acham os tais. Vislumbrei na hora inclusive, como num sonho, passeando por ali em outra ocasião, e ouvir conversas jamais imaginadas antes, coisas inteligentes, de gente que amanhã, vai estar no comando de um país que caminha para ser muito mais rico. Daí a razão de colocar a questão: "em que medida uma cultura filosófica, bem estruturada e sistemática, pode ser um fator favorável, para certa juventude dessa cidade, juventude que faz o que qualquer outro jovem gosta de fazer, como por exemplo, sair à noite, para encontrar com os seus pares, trocar ideias, paquerar, se divertir, tomar alguma coisa, e porque não também questionar o mundo e a realidade, do ponto de vista e da perspectiva filosófica?" Poderia muito bem incluir o último item dentro do cardápio do programa, por que não? Não tenho a menor ideia do que e como fazer, para arregimentar esses jovens e agregá-los em grupo, e tocar esse movimento, sei que isso é quase uma utopia, mas tenho certeza que seria muito bom, ao passear por aí, poder ouvir gente jovem discutindo certas questões filosóficas de interesse, não apenas para exibirem-se, como mencionei acima, uma tolice, mas para tratar do mundo que o cerca, com mais profundidade e inteligência. Mais como preocupação de uma geração, que daqui a pouco, certamente, estará no comando de uma sociedade muito mais rica e poderosa do que é hoje, em outro patamar. Bem, que o país precisa desses jovens.