segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Um antilulismo movido a preconceito


Tem sido visto ultimamente uma gente, não é conveniente fulanizar por enquanto, tudo gente de bem e de bens, que leva uma vida boa e confortável do ponto de vista material, aquilo que se poderia chamar de: "privilegiados". Estão quase todos os dias a publicar ou compartilhar posts ofensivos contra Lula, a quem acusam de tudo, sempre com as piores acusações e desqualificações, já visando atingi-lo o máximo possível, com o claro objetivo de que toda essa carga negativa possa dar resultado no julgamento marcado para o dia 24 de janeiro próximo em Porto Alegre, ou seja, com o objetivo de fazer pressão sobre os juízes, que julgarão o caso. E no entanto, considero bastante curioso, que sobre os corruptos do seu próprio campo político, não dizem um "ái", nunca dizem nada, silenciam o silêncio da cumplicidade, como se esses nunca tivessem feito nada, como se não tivesse sido encontrado no apartamento de Geddel, na Bahia, a soma de mais de 51 milhões, uma mala com remessa para Temer com meio milhão de reais, malas e pacotes totalizando 2 milhões de reais entregues por Joesley Batista para Aécio Neves, um helicóptero com mais de 500 quilos de cocaína pura, com fortes suspeitas de pertencer a “Aécio & Perrela”, além de muitos outros fatos delituosos. Por que será? Portanto a acusação de corrupção usada à exaustão contra políticos do campo popular, a chamada esquerda, que foi utilizado como arma política para criminalizar e retirar da vida pública, várias personalidades daquele campo político, enquanto os seus corruptos preferidos, de várias siglas partidárias, como do PSDB, DEM, MDB e outros, foram e são blindados o tempo todo, não são atingidos pela justiça política, tendenciosa, SELETIVA e partidária deles, (in)justiça que está sendo usada e utilizada descaradamente, como instrumento de ação política. A estratégia de usar a corrupção, para atingir determinado setor da vida nacional, não cola mais, porque já está muito manjada, aliás é uma tática amplamente utilizada no país desde os anos 50 do século XX, foi assim contra Getúlio Vargas em 1954 com o famoso "mar-de-lama", um pouco contra JK, contra João Goulart em 1964, quando deram um golpe usando os quartéis, e agora contra Dilma, usando-se a desculpa esfarrapada das pedaladas fiscais e o judiciário. Sei que existem várias razões para agirem dessa forma, a que chama mais atenção é a falta de argumento político para o debate público, falta de uma "pauta do bem" para o país, são golpistas, e só conseguem chegar ao poder através de golpes, como o que deram em 2016. Não possuem argumentos convincentes para construir e estabelecer uma narrativa, trata-se de uma direita chinfrim, uma direita burra, que repetem o que assistem as nove horas no jornal nacional de todas as noites, de forma passiva, sem questionar, e que consideram como verdade quase absoluta. Não confessam jamais, talvez porque, para a grande maioria dos indivíduos do campo político conservador antilulista, não sejam ainda conscientes da grande motivação, que está por trás, que os mobilizam nessa cruzada maldita contra o líder político metalúrgico. Tenho um palpite, uma leve desconfiança, quase uma certeza, que o que está por trás desse ódio todo contra Lula, não tenha nada a ver com corrupção ou qualquer outra falta, que porventura Lula tenha cometido, ou deixado de fazer. Tudo leva a crer, que toda a campanha antilulista, tem a ver com o preconceito dessa “gente-de-bem”, que não se conformam em ter sido governados, e bem governados, por um político, que veio de baixo, das camadas mais inferiores da escala social. Para essa gente conservadora, com mentalidade fortemente escravista, embora a maioria deles não se dê conta, uma mentalidade herdada ainda dos tempos do escravismo nacional, dos tempos da casa grande e senzala, que essa gente ainda cultiva sem perceber. Daí tamanho preconceito. Para esse tipo de gente preconceituosa, político bom tem que ser doutor, de preferência bem apessoado, engravatado, com perfil elitista, mesmo que seja corrupto. Quem não se lembra de Fernando Collor em 1989? Para quem não importa o ser, o importante é a aparência. Por isso não toleram um político com o perfil de Lula, e ainda com um dedo faltando um pedaço, sem diploma universitário, sem boa dicção. Essa gente vive de aparência, por isso demonizam tanto Lula, que não corresponde jamais ao ideal do homem público idealizado. Um indivíduo, que vem de baixo e sobe na vida por esforço próprio, tão valorizado na cultura norte-americana, o chamado “self-made-man”, na cultura e mentalidade escravocrata brasileira não funciona, não é valorizado jamais. No afã de manter a sua situação de privilégios, vis-à-vis o restante e a maioria da população, não gostam nem um pouco de assistir alguma melhora para a gentalha, querem continuar pagando merreca à empregada doméstica, e de pouco ou nenhuma oportunidade para os do andar de baixo, por isso combatem tanto a política de cotas para pobres e negros, o bolsa-família e tantos outros programas de políticas públicas deixados pelo governo deposto. É uma gente de coração muito ruim, egoísta e preconceituosa. É lamentável assisti-los continuar cultivando a consciência num nível tão baixo.


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Radar para detectar fans de Bolsonaro

Grande parte dos fãs de Bolsonaro adoram falar de corrupção,  mas enrustem publicamente sua preferência eleitoral, gostam levantar o pau da bandeira anticorrupção bem alto. E assim, acusam fulano, sicrano e beltrano de corruptos, o tempo todo, praticamente só falam nisso, amam fazer o teatrinho da indignação contra a corrupção, com caras e bocas típicas da situação. Declaram-se militantes da luta anticorrupção, falam como se acreditassem, que o dia há de chegar, quando acabarão de vez com a corrupção, muitos procuram demonstrar, que acreditam nessa fábula, ou seja, acabar de forma definitiva com a corrupção. Esse é um discurso, que colou na cabeça dos simpatizantes do marqueteiro pseudo nazista, e quando digo marqueteiro, preciso esclarecer que esse personagem é vazio de qualidades e atributos, e precisa o quanto antes construir algo, preencher o vazio, e como não tem nada, qualquer coisa serve. Até mesmo fazer cara de mal, falar um pouco mais grosso, exalar mais testosterona, que os outros, e finalmente bancar o fascistão do pedaço, o bruto da esquina, que ameaça todo mundo, até o dia, que alguém o encare para valer, e descubra, que não passa de um fanfarrão, um falastrão, um enganador, um embusteiro, enfim uma fraude. Quando tenta-se investigar o que entendem por corrupção, parece ser um delito muito similar ao suborno, quando alguém molha a mão de outro, para obter vantagens, favores, privilégios. O campo da corrupção é muito mais vasto, não se limita apenas ao suborno, existem outras formas de corrupção, que a maioria desconhece, nem imagina sua existência. Diante desse quadro, fica mais fácil acreditar, que a maneira mais rápida e eficiente para combater o delito da corrupção seja a truculência, a violência desmedida contra meros acusados, o abuso de autoridade por partes de agentes públicos, o desrespeito à lei e ao estado de direito da sociedade civil, com todas as garantias da cidadania, presunção de inocência até que se prove o contrário, direito de defesa. É gente que acha, que bandido bom é bandido morto, frase tão propalada nos meios de comunicação, e repetida infinitas vezes pelos simpatizantes do campo político da direita. Então uma parte do aparelho repressivo de estado, na figura do ministério público e de seus procuradores, e do judiciário com certos juízes de primeira instância, onde grande parte deles receberam treinamento nos EUA. Aliás representantes do poder judiciário e MP de quase toda a América Latina receberam treinamento do mesmo tipo. Por isso começamos a assistir de 2013 para cá, uma justiça seletiva e dirigida contra uma determinada agremiação política nacional, sempre contando com cobertura espetaculosa da grande mídia, incluindo a televisão, seguida de muita truculência da parte da Polícia Federal, com conduções coercitivas ilegais e prisões preventivas a três por dois, quando cumprem mandatos de prisão solicitados por juízes de primeira instância, principalmente da força tarefa da Lava Jato em todos os seus braços e tentáculos, que vem se expandindo em várias unidades da federação, com a sede da operação em Curitiba, e como se fossem tentáculos de um polvo gigante e perigoso, que pegassem incautos também no Rio de Janeiro, Florianópolis e Brasília, a coisa foi se expandindo monstruosamente. Criou-se uma espécie de indústria da delação premiada. Que continua funcionando de vento em popa, até o momento da denúncia feita pelo advogado Rodrigo Tacla Duran, que vive hoje na Espanha, acusação de que procuradores da Lava Jato de Curitiba cobraram 5 milhões de dólares de propina, por um acordo de delação, além de admitir responsabilidades em uma série de crimes não cometidos. Como não aceitou as cláusulas do acordo espúrio, não precisou pagar e se refugiou na Espanha. Se agiram dessa forma contra Tacla Duran, não é difícil imaginar o quanto devem ter auferido em tantos acordos de delação já assinados até aqui. A denúncia foi feita numa CPI do Congresso, a suspeita está no ar, e espalha-se com muita velocidade. Acho que agora, a coisa está feia para o lado deles, está complicado para a Lava Jato. Da parte da população, que simpatiza com pautas da extrema direita, da direita truculenta e nazifascista, comportam-se como se um vírus maldito, tivesse se colado na mente de todos, tivesse sido inoculado e contaminado muita gente, e muitos não conseguem criar anticorpos, o vírus se fortalece e toma conta do cérebro, o domina, o escraviza, o transforma num quase robô, um morto-vivo, um replicante, um sujeito que repete as mentiras, que ouve, quando assiste tevê sem questionar, já não é mais capaz, perdeu completamente a autonomia, faz parte agora de uma grande manada irracional, incapazes de refletir ou pensar.
Assistam: Vídeo


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Fazeres

Sem dúvida, em tempos de tantas selfies e bigbrothers, da super exposição ‘full time’, que não para nunca, não para jamais, são incansáveis, estão em toda parte, todos conectados, em todos os lugares, no trem, metrô, barcas, veeletê, e em todos os ônibus da cidade, sempre fixados no pequeno monitor brilhante, durante 24 horas consecutivas. Chega a ser bom, dá certo prazer está envolvido em tudo, que anda rolando, toda essa rede louca, a imensa possibilidade de interagir, a quase infinita possibilidade de diferentes coisas rolarem, que chega dar certo calor, causa calafrio, porque é tudo muito viciante. Embora seja fugaz, acaba se eternizando na repetição. Existe espaço para manifestações das curtidas, onde se pode mostrar diferentes tonalidades de emoções, para as variadas qualidades de curtidas. Com tudo à mostra, e o prazer conexo do leitor ou audiência, para o que é exibido, onde além da curtida do bem, chega-se também à morbidez da curtida do escabroso, do escroto, da política do esgoto, do asqueroso viciante, dá prazer até mesmo, ver exposta as entranhas mais escondidas do outro, seu canto mais íntimo, seu canto mais particular, dos recônditos do seu cérebro, vê-lo compelido a compartilhar, tornar público e expor tudo, quando o pudor deixou totalmente de existir. Toda essa excessiva exposição, de todo tipo e gosto, o tempo todo de quase todos, acaba por conduzir todos para a lógica do maior número, do maior ibope, do próximo recorde em quantidade de visualizações, da maior quantidade de curtidas, e de compartilhamentos. Descobrir que precisa trabalhar cada vez mais  e com bastante afinco e foco, para alcançar o sucesso total, se tornar popular, ser conhecido por um maior número de seguidores cada dia que passa. Enfim, trabalhar com afinco em busca de atingir o objetivo, até o momento que irá perceber, que não se deve priorizar a quantidade em detrimento da qualidade. Qualidade que precisa reagir, a busca da qualidade de conteúdo é sempre essencial e fundamental, se terá mais ou menos leitores não importa, se será lido mais ou menos é acidental, no máximo consequência, jamais causa ou pautar objetivos e a criatividade, criatividade sem a qual não sobrevive, ou apenas sobreviva. Dito isso, não se pode terminar sem fazer a ressalva, de quando se trata da política, o aspecto quantitativo tem alguma relevância, porque o agente público que cuida de ações e eventos políticos, como indutor de ações efetivas, como portador de verdades que precisam ser divulgadas, não apenas as verdades do político, mas as verdades sobre o bem comum, sobre bens públicos, que vai impactar e produzir uma ação benéfica para quem mais precisa. Nesse momento, quanto mais gente se consiga convencer e conquistar para a causa, para o seu lado, melhor. Convencer o maior número, para uma boa causa, sempre ajuda muito, porque precisa-se legitimar aquela ação política, com o crivo da maioria, precisa-se reverberar a ação, dar voz àquele grupo, dar voz ao coletivo, não se deixar alienar apenas pelo deus mercado.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Meu corrupto é melhor que o seu


Considero estarrecedor assistir, gente do campo conservador, direitista, gente que apoiou a quebra da legalidade e da Constituição, dando apoio ao golpe de Estado, que tirou do poder uma presidente legítima e eleita pelo povo, para colocar no poder um vice-presidente envolvido em várias falcatruas, já acusado duas vezes pela procuradoria da república por formação de quadrilha e outras ilicitudes, já suficientemente tornadas públicas. Um vice que após chegar ao poder, já teve vários de seus ministros afastados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, obstrução de justiça, formação de quadrilha e outros graves delitos, alguns deles, inclusive já estão ou estiveram presos, mas blindados, que foram, por um Congresso composto por gente eleita com dinheiro sujo, fez com que um corporativismo do mal, os livrassem da cadeia. O que mostra a evidência bastante clara, que não foi o problema da corrupção, coisa crônica da história da política brasileira, a razão maior, que moveu os golpistas para retirar do governo a presidente Dilma, já que de lá pra cá, a corrupção só aumentou, e os paneleiros nem tocam mais no assunto. Portanto as razões do golpe foram outras.
Como dizia, tem-se visto alguns notórios golpistas, gente que foi para a rua vestido de verde amarelo, para apoiar o golpe, usar hoje o expediente, uma tentativa vã, na minha opinião, para desgastar a imagem do maior líder político do campo popular brasileiro, publicar em redes sociais imagens de Lula junto a outros políticos, que hoje se encontram presos, como Sérgio Cabral por exemplo, fotos postadas completamente fora do contexto. Fotos que foram clicadas há muitos anos atrás por ocasião de alguma solenidade, inauguração de obra, ou de quando o Rio de Janeiro foi contemplado como sede da Copa do mundo de futebol ou das olimpíadas, conquistas bastante comemoradas na ocasião pelo população do Rio, e evidentemente, não poderia ser diferente, também pelos dirigentes políticos do estado na ocasião. Fotos que hoje, alguns golpistas estão usando de má-fé, visando atingir a imagem do ex-presidente Lula. Acontece, que os mesmos apoiadores do golpe, que compraram na primeira hora, a ideia de Aécio Neves, seus fiéis eleitores, de sabotar de todas as formas o segundo governo Dilma, por não aceitar o resultado das urnas como legítimo. DIANTE dos delitos criminais praticados por seu queridinho político SILENCIAM. Quem cala consente, já dizia o velho ditado. Então chega a ser ridículo assistir a forma como esse tipo de gente se comporta diante dos fatos políticos. Comportam-se como quem diz, “Ah, meu corrupto é melhor que o seu”.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Banalizaram a corrupção

A impressão que se tem, olhando o panorama visto de longe, após assistir, durante muito tempo toda a campanha do impeachment contra Dilma, quando se falou tanto contra a corrupção no governo do petê, partido que, dizia-se, precisava ser banido da vida pública nacional, exatamente por quem, depois assumiria o governo central, e contra quem havia sérias denúncias criminais, acusações gravíssimas. Pois bem, para tomar o poder, alcançar os objetivos golpistas, falou-se muito sobre corrupção, falaram o que nunca haviam falado, e não haviam falado antes, porque também sempre foram corruptos, envolvidos em diversas falcatruas com dinheiro público. Agora para conseguir derrubar uma presidente enfraquecida politicamente, sem apoio na Câmara, bombardeada o tempo pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha, outro corrupto, com um arsenal de pautas bombas, lançadas uma atrás da outra, visando impedi-la de governar, nada que vinha do Planalto era aprovado na Câmara, a maioria nem chegava à votação, que o boicote de Cunha acabava engavetando. Os golpistas falaram muito de corrupção,  usaram vários meios para tratar do assunto, a televisão, revistas, jornais, rádios e principalmente a internet, durante o golpe/impeachment, não importa quem venha primeiro, golpe ou impeachment, mas falaram tanto, sempre com a ideia de corrupção conectada a suborno, limitada apenas ao suborno, suborno quase como definição de corrupção, jamais se mencionava ou se atentava para outras formas de corrupção, que não são poucas, como se sabe, tão nefastas quanto ou mais, que o suborno. E essa banalização da palavra corrupção se deu, quando usaram e abusaram do termo em demasia, usaram em excesso, que o termo acabou se tornando uma palavra desgastada, a tal ponto, que não é difícil encontrar um corrupto contumaz, gente com vários inquéritos nas costas, denunciado como suspeito de práticas ilícitas, blindado pelo privilégio do foro, e que está livre, para gerir seus negócios ilícitos, todo mundo sabe, todo mundo conhece, fala-se a respeito, o rumor é geral, nas colunas de jornais impressos e também publicados na internet. Enfim, o rumor está em todas as bocas, mesmo assim, para encarnar o personagem, a primeira impressão que vem é a figura do político, mas não apenas os políticos são protagonistas nessa história, essa habilidade, hoje em dia, é encontrada e vista em todas profissões. Vamos supor que o personagem seja um político corrupto. Da maneira que falaram de corrupção, se o leitor tivesse feito a cabeça pelas mídias dominantes, diria que político e corrupto são quase sinônimos, tal foi o processo de desqualificação do político pela oposição ao governo Dilma, sendo que os próprios, agora estamos vendo realmente, o quanto a cúpula toda do golpe é corrupta, chefiada pelo gangster maior com cara de vampiro, Michel Temer, que se protegia, enquanto armava seus planos diabólicos, deixando a sua retaguarda sob o comando do "general" Eduardo Cunha, chefe de mais de cento e quarenta gatunos na Câmara dos deputados, todos eleitos com dinheiro sujo, obtido através da venda de favores, no balcão de negócios em que se transformou a Câmara dos deputados, além de muitos outros acusados, entre os quais, figuras como Moreira Franco, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e Henrique Alves. Pois bem, estou cansado de assistir gente desse naipe, figurões de alto escalão, prefiro dizer, bandidos de alto escalão, vir a público, seja em entrevista na televisão, ou na internet, a fazer declarações e até, muitas vezes, discursos inflamados contra a corrupção. É inacreditável, mas é verdade, quem vive no Brasil, sabe do que estou falando.Quem não se lembra de ver Geddel Vieira Lima e família, por exemplo, todos vestidos de verde e amarelo, em manifestações públicas na Bahia contra a corrupção. Uma desconsideração total e completa com a verdade, e com a inteligência alheia, como se tudo pudesse ser tudo, uma desfaçatez completa, quase um cinismo, não no sentido filosófico, propriamente dito, mas no senso comum mesmo. Como numa peça de  Luigi Pirandello, “assim é se lhe parece”. Tem gente que pensa, que para tirar o oponente do caminho, basta desqualificá-lo gratuitamente, sem motivo ou razão aparente, e do nada, transformar o adversário num nada, de uma hora pra outra, como num passe de mágica, desconsiderando toda a história de vida do oponente, sua formação, eficiência na execução de seus objetivos, vontade própria, convicções, crenças políticas e ideológicas, pensa que pode destruir sua imagem sem motivo, emburaca e escancara o desrespeito contra o adversário, com truculência, violência inaudita, violência não esperada. Acusa o adversário de corrupto, sendo o próprio acusador um corrupto incurável. O sujo falando do mal lavado.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Fascistas brasileiros cobram mais democracia na Venezuela



Esse vídeo vai principalmente, para aqueles que, de forma irresponsável, estão vindo a público, defender uma intervenção norte-americana na Venezuela, baseados e inspirados naquilo que leem na grande imprensa brasileira, uma imprensa que tem lado, que é partidária, corrupta, golpista, tendenciosa, mafiosa e aliada dos interesses ianques. Uma imprensa que possui em seus quadros profissionais, alguns jornalistas a trabalho, prestando serviço, fazendo uma boquinha, para serviços de espionagem norte-americanos, tanto aqui como na Venezuela. Acredito que alguns desses canalhas, favoráveis à intervenção no país vizinho, sabem toda a verdade e conhecem perfeitamente, a real situação da Venezuela, sabem o que mostra e revela o vídeo de Paulo Moreira Leite, mas como hoje o que manda mais é a MÁ-FÉ, então nada mais importa. Não importa mais a verdade, e sim determinados interesses políticos criminosos de uma gente cretina, que vem a público mentir e dar apoio a intervenção, desejam que uma guerra se instale em nosso continente. E o mais inusitado de tudo, é ver alguns desses canalhas posar de democrata, acusar o regime político do país vizinho de ser uma ditadura, e em relação ao seu próprio país, o Brasil, defendem pautas absolutamente fascistas. Justificam e legitimam com seus comentários maldosos, os procedimentos de certo judiciário nacional, que comete arbitrariedades contra acusados delatados sem provas, com conduções coercitivas, prisões preventivas, coação, extorsões e uma série de outros atos ilícitos e fora da lei, que vão na contramão de qualquer regime democrático, que mereça esse nome. Defendem práticas e procedimentos judiciais no Brasil, fora do estado democrático de direito, e no entanto criticam o governo venezuelano, por reprimir atos de vandalismo realizados por desordeiros de extrema direita, que sabotam a ordem pública, destruindo, queimando o patrimônio público e impedindo o direito de ir e vir da população civil. Portanto são fascistas no Brasil, e quando mencionam a Venezuela, querem fazer uma selfie posando de democratas. Aliás, quando apoiam os desordeiros de lá, estão sendo fascistas também, mas não têm alcance para entender o processo. É muita cara-de-pau. E contradição!



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Guerra de narrativa

Hoje em dia, ao mesmo tempo, que ficou mais fácil, qualquer pessoa ir para uma rede social, para falar ou escrever sobre qualquer coisa, o que, à primeira vista, parece uma coisa boa, e deveria ser, mas não é bem assim, que a banda toca. Porque tem gente, que conheço há décadas, que não entende nada de política, não sabe nem quem foi Maquiavel, e que de repente, vejo que se transformou da noite para o dia, num exaltado analista político, ditando regras sobre quase tudo, fala até mesmo de parte do planeta onde jamais pôs os pés. O que é bem complicado, pois  na exaltação provocada pela paixão política, acaba dizendo besteira, que me faz ficar pisando em ovos, para não ofender ao querer criticar ou comentar, e acabo desistindo. Leio a bobagem publicada, mas não digo nada, evito fazer qualquer comentário a respeito. Talvez possa ser considerado um excesso de cautela ou covardia da minha parte não comentar. Penso sempre, quando isso acontece, que qualquer coisa dita, possa ser mal interpretada ou não bem compreendida, e aí o estrago será fatal, com o que, posso acabar criando um clima, um stress desnecessário, ferir a susceptibilidade alheia, e como consequência, acabar por criar uma inimizade. Então é preciso tomar cuidado. Foi por isso, que passei a procurar entender porque a maioria das pessoas evitam  fazer comentários, é difícil encontrar comentários, mas essa dificuldade  poderá ser também, uma incapacidade do leitor, expressar um pensamento, ou até mesmo, entender com mais profundidade o texto. Enfim, pelo sim pelo não, a maioria dos leitores, na minha avaliação, fogem, por tudo que é mais sagrado, como o diabo foge da cruz, de fazer um comentário. É raro encontrar alguma nota nas coisas, que vejo publicadas. Evidentemente, tudo que falei só vale, quando estamos se referindo às postagens dos amigos, porque quanto aos desconhecidos, é um verdadeiro salve-se quem puder, há de tudo, fala-se e escreve-se de tudo e muito. Acontece, que o momento que o país está passando, que o golpe mergulhou numa tremenda crise política, crise que dividiu o país, numa verdadeira guerra de narrativa, a direita contra a esquerda e vice-versa. Assim que o golpe se deu, os militantes do campo popular, a chamada esquerda, que sempre foi muito dividida dentro de seu espectro político, da extremidade ao centro. O golpe político deixou a todos do campo popular atônitos, meio nas cordas, na defensiva, e assim se mantiveram até recentemente. Agora, pouco a pouco, esse campo político, estimulado pela escalada das caravanas de Lula, que está disparando nas pesquisas eleitorais, como o candidato melhor avaliado, e em virtude disso, as esquerdas começam a reagir, embora Lula não seja unanimidade nas esquerdas, é visto nessa conjuntura, como a melhor alternativa, para a saída da crise provocada pelo golpe, e tudo isso começa a se refletir no discurso político publicado, isto é, na narrativa de esquerda, e até mesmo na batalha que se trava em toda parte, sobretudo na internet, onde o pau está quebrando o tempo todo. Chega a ser contagiante, acompanhar a luta ideológica travada no dia a dia, onde não existe marasmo. Aposto muito mais as minhas fichas na narrativa de esquerda, porque as pautas da direita são muito impopulares, além de conservadoras e reacionárias. É verdade, que eles contam com o forte auxílio da  mídia aliada oligopolista familiar e mafiosa de direita, mesmo assim, já começo a sentir uma leve vantagem do discurso esquerdista. Tanto é assim, que o candidato Lula, apesar de toda demonização feita pela mídia contra a sua figura, está na frente em todas as pesquisas, e continua avançando a cada nova pesquisa realizada, embora a campanha eleitoral ainda esteja longe de iniciar oficialmente. É claro, que a direita golpista está contando como certa, a criminalização do candidato Lula pela injustiça seletiva, parcial e partidária de Curitiba. Porém, como se sabe muito bem, todo grupo autônomo, que se investe de poder durante muito tempo, em algum momento, acaba sempre trocando os pés pelas mãos, o que o leva a fazer bobagem, cometer erros, e até praticar o ilícito e a corrupção. E assim é o que parece, que anda acontecendo com a força tarefa da Lava Jato, tanto a de Curitiba, como a do Rio de Janeiro, e até mesmo a de Florianópolis, onde uma delegada irresponsável da PF, ao receber uma falsa acusação de um desafeto do reitor, mandou prender e cometeu tantas arbitrariedades contra o reitor Cancellier da UFSC, que acabou por levar o pobre homem a cometer suicídio, o que já provocou um pedido de abertura de inquérito policial, para apurar o que aconteceu. Portanto, a guerra  política está aberta, declarada e escancarada, os militantes do campo popular não estão mais deixando barato, estão respondendo a tudo e a todos. Ainda é cedo e imprevisível avaliar até onde tudo isso pode chegar, mas se a justiça, que é parte do golpe, com Sérgio Moro e sua turma, resolver tirar Lula da jogada política, com condenações sem provas, como já foi feito por Moro na primeira instância em Curitiba, mas que ainda está dependendo do que decidirão a segunda turma de Porto Alegre, poderá haver reação popular, que ainda não se pode avaliar seu impacto, mas que poderá provocar confrontos e desestabilização por todo lado. Há quem acredite nisso. É preciso aguardar, para ver os desdobramentos. Mas a direita está esticando tanto a corda, que esta poderá não aguentar.

domingo, 3 de dezembro de 2017

As coisas estão mudando

Tenho ouvido dizer, que a direita política, aproveita-se dos momentos de crise econômica e política, para engendrar as suas pautas conservadoras e extremamente impopulares, para as inocular na sociedade, através de massiva propaganda, onde instrumentaliza o ódio contra supostos inimigos, deixando-os na defensiva e assim tornar mais fácil o avanço em busca de seus objetivos espúrios. Com o golpe político, que se iniciou com a derrubada do governo anterior, através de um impeachment ilícito, e que continua avançando dia a dia em outras áreas do Estado, como definido pela Constituição de 1988, que os governos posteriores foram, pouco a pouco, regulamentando e estruturando, onde muita coisa ainda estava por fazer. Com o golpe não só foi interrompido o lento avanço, que vinha sendo feito, como foi alterado, cortado, violado, estuprado e retirado várias garantias constitucionais, conquistas da sociedade civil alcançada depois de longas e duras lutas. E assim da noite para o dia, os golpistas resolveram acabar vilipendiando, num verdadeiro rolo compressor, e só não fez mais, devido aos seus próprios erros e falhas, como as duas denúncias contra Temer, feitas pela Procuradoria Geral da República, que solicitou ao STF dois pedidos de investigação contra o presidente ladrão e golpista, que tendo que se defender, não sobrou muito tempo para continuar a sua investida devastadora contra o Estado e a sociedade brasileira. A gente sabe quem são os principais agentes do golpe, aqueles que instrumentalizaram o golpe, uma artimanha iniciada pela Câmara dos deputados, para dar uma aparência legal, através do pedido de afastamento da presidente protocolado na Câmara, pela descabelada Janaína Paschoal e pelo advogado gagá Hélio Bicudo, aceita pelo criminoso confesso Eduardo Cunha, que presidia a Câmara na ocasião. Um impeachment sem crime de responsabilidade não poderia jamais ser legitimado, então eles inventaram um fenômeno inusitado, chamado de pedaladas fiscais, e sacramentaram com uma vitória acachapante no dia 17 de abril de 2016. O STF completamente conivente com a farsa do impeachment, acovardou-se, não se posicionou, e acabou por aceitar o golpe dado, que se consumou com o afastamento definitivo da presidente. É claro, que os golpistas não poderiam agir, como fizeram, sem contar com o apoio da mídia, de uma mídia mafiosa, composta por oligarquias familiares, que cartelizou completamente a veiculação de notícias no país, da pior maneira possível, num país que retardou muito em fazer a regulação da mídia, como já existe na maioria dos países avançados do mundo civilizado, sobretudo na Europa ocidental e EUA. Para agravar a situação, o Ministério Público Federal tendo recebido pela Constituição de 1988, uma certa autonomia de operação, como jamais tinha tido ao longo da história, e só recebeu porque estávamos saindo de um regime ditatorial, e não se queria interferência externa no judiciário. Com a presidente sofrendo ataques a partir de 2013 de todos os lados, o MPF começou a soltar as suas asinhas, e começou a cometer todo tipo de arbitrariedade, principalmente em operações feitas em conjunto com a PF, realizando prisões arbitrárias, conduções coercitivas, coações, ameaças a familiares de acusados, e muito mais, quebrando praticamente com o Estado de direito no país, num arremedo do modus operandi do MP dos países anglo-saxões, o que não é a nossa tradição jurídica, em nenhuma hipótese, e que continuam a praticar abusos e arbitrariedades até o presente momento. De repente, as esquerdas muito divididas, que estavam todas recuadas e na defensiva, começam a despertar da letargia e a reagir, e refletir sobre os erros cometidos, que as fizeram chegar até esse ponto. Foram republicanos demais, precisam ser mais maquiavélicos em todos os sentidos, porque as cobras peçonhentas da direita levantaram demais suas cabeças nojentas, que precisam ser esmagadas o quanto antes. Na próxima vez não será mais como antes, não se pode compor, nem fazer alianças com cobras desse calibre. O jogo precisa ser diferente. Não se pode deixá-los se criar, nem deixar mais o campo aberto. A luta continua.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

O jardim de dona Estrovenga

Dona estrovenga é uma velhota baixa e atarracada, não deve passar muito, se passar, de um metro e meio de altura, com uma idade em torno dos setenta anos, talvez um pouco mais ou um pouco menos, porque é sempre muito difícil precisar a idade de uma mulher. Não é gorda nem magra, dirige automóvel, não bebe nem fuma, tem uma pequena cadelinha, que lhe faz companhia, já que é muito solitária, quase não recebe visitas. Leva a vida, a maior parte do tempo, isolada e fechada dentro de casa, e o que faz para ocupar o tempo é um mistério, ler livros não pode mais, pois como sofre de mácula, não pode passar muito tempo com leituras prolongadas, com isso, os livros foram descartados completamente, mantém ainda uma assinatura de jornais, mais por hábito, pois gosta de fazer palavras cruzadas, uma mania que cultiva desde jovem, além disso, ler as resenhas de novelas da telinha, e mais uma ou outra coisa, que encontre no jornal, porque com a política não se ocupa mais, considera uma perda de tempo. Parece um pouco masculinizada, principalmente pela voz, quando a escuto falando, sem vê-la, só pelo tom da voz, já dá impressão de estar ouvindo um homem, tal é a gravidade do timbre, quase um baixo profundo, uma nota a mais ou a menos, facilitaria muito se quisesse ser dubladora, porque poderia perfeitamente dublar personagens masculinos. Mas não é só pela voz, que a deixa com aspecto de macho, acredito que como pertence a uma geração de mulheres, onde era mais do que necessário, esconder o máximo possível, qualquer dissonância da norma vigente, do padrão estabelecido, enrustiu tanto, que acabou alcançando, de forma involuntária, uma afetação além da conta, que não sei se percebe em si mesma. Na versão masculina do mesmo fenômeno, é mais ou menos, o que se costuma observar, em certos gays, que mesmo à distância, se costuma dizer: "lá vem um gay", por mais que ele queira esconder ou camuflar a sua orientação. Esse é um mistério, que guarda trancado a sete chaves, jamais abre ou fala a respeito, ou seja, não gosta de falar sobre a sua orientação sexual. Uma particularidade, que deve ser respeitada. Fica bastante irritada, quando percebe alguma insinuação ou desconfiança a respeito. Bem, voltando para o dia a dia da vida pública de dona Estrovenga, da vida que leva no condomínio, não preciso dizer, que não se dá com nenhum condômino, não fala com ninguém, nem o cumprimento social básico, do bom dia boa tarde, salvo com a síndica, sua cúmplice e confidente, a quem narra todas as intrigas, fofocas e mentiras, que inventa com a sua cabeça maluca e maldosa, estórias que tece na sua falta do que fazer, na vida vazia e ociosa, que leva. Dizem as más línguas, que o seu saco de maldades está quase transbordando. No trato com os empregados do condomínio, faz questão de ser sempre muito dura e autoritária, acha que só agindo dessa forma, eles irão respeitá-la, foi a própria, quando ainda me dava com ela, que me alertou uma vez, que estava sendo muito benevolente com a faxineira, que a qualquer momento, a empregada iria aprontar alguma. "Com essa gente tem que ser durona mesmo, senão não entendem", asseverou. Então, era assim que agia, de forma ríspida, dura, autoritária e arbitrária, falando sempre de cima pra baixo, com todos os empregados, do pedreiro ao jardineiro, tanto que nas redondezas, todos os que passaram pelo condomínio, e que estiveram sob suas ordens, não a suportam, todos têm ojeriza à sua pessoa, todos sem exceção. Tanto é assim, que um profissional, que conheci na vizinhança, desses homens, que prestam qualquer tipo de serviço, trabalha em várias áreas, é pau para toda obra, como se costuma dizer, uma espécie de quebra-galho, um faz-tudo, de bombeiro-hidráulico a jardinagem; nos meses mais frios, costumava comprar dele, lenha de lareira, telefonava e ele trazia, um ou dois feixes, em geral de eucalipto. Mas só consegui comprar poucas vezes, contou-me, que entrava no condomínio meio ressabiado, preocupado e receoso com a possibilidade de um encontro inesperado com dona Estrovenga, com quem tivera um stress sério tempos atrás, temia ouvir algum desaforo, uma provocação, e assim, perder a cabeça, não conseguir se controlar, e acabar fazendo uma coisa pior, porque a odiava profundamente. Nunca soube a razão de tanto ódio, embora desconfiasse e imaginasse, pelo que já conhecia da invocada senhora, e assim acabei perdendo um bom fornecedor de lenha. Todos costumavam dizer, quando queriam se referir à dona Estrovenga, que era muito sistemática. Dessa forma, era sempre muito difícil dona Estrovenga encontrar um jardineiro, que morasse por perto, pelas redondezas, quando conseguia encontrar algum, podia-se ter certeza, que vinha de longe ou de muito longe. Costuma dizer, que jardinagem, é o seu hobby favorito, mas o curioso, é que nunca a vi gastar seu tempo com qualquer jardineiro, por as mãos literalmente na terra, pelo menos, com os jardineiros que passaram por lá. O jardineiro chegava, ela o recebia, dizia o que precisava ser feito, dava as ordens, como se diz, e em seguida voltava para os seus aposentos e se enclausurava. O negócio dela é mandar, adora ter poder, ter alguém sob seu comando, para poder se sentir a tal. Se por acaso, tivesse nascido homem, certamente teria feito carreira, com muito gosto, na cavalaria do exército. Temperamental, irritadiça, de maus bofes e com mania de perseguição, está sempre achando que estão armando algum complô contra si, é muito difícil conviver com dona Estrovenga. Ultimamente descobri mais uma faceta na personalidade de dona Estrovenga, bisbilhotar, mas bisbilhota de forma enrustida, dissimulada, não assume jamais, gosta de ficar atrás de portas ou janelas, na espreita, tentando ouvir conversas, para se prevenir de futuros ataques de potenciais desafetos, que segundo ela, são muitos. Sua palavra favorita é "padrão", talvez por ter se submetido ao padrão  vigente da normalidade sexual dominante durante tanto tempo. Já a palavra que mais odeia, por motivos óbvios, é "capivara". Muito difícil e problemática é a vida de dona Estrovenga!

domingo, 26 de novembro de 2017

Quando pensei escrever uma carta





Prezada Administradora,

De início preciso mencionar o que motivou escrever essa carta, sem o que, jamais teria tomado a iniciativa de por alguma coisa no papel, e endereçar à vossa competência. Foi quando tomei conhecimento, que a vizinha de parede, unidade 102, havia sido repreendida através de uma notificação por escrito, ou seja, uma carta, coisa que já não escuto falar há tempos. O fato de alguém receber uma carta hoje, é tão inusitado, que me espantei assim que ouvi o relato. Hoje tudo é feito de outro modo, por outro meio, o meio digital, como o e-mail, redes sociais, por onde a maioria se comunica. Pois bem, a vizinha do 102 foi chamada às favas, por ter plantado uma roseira. Plantar uma roseira, onde não devia, foi considerado grave, sob a alegação que estava fora do padrão, tinha que retirar a roseira imediatamente, sem chance do contraditório, direito de defesa, sem poder alegar qualquer coisa, sobre porque plantou, etc., nada. De imediato aquilo tudo bateu rápido na cabeça: carta, escrito, roseira, fora do padrão. Não muito tempo depois indaguei-me, ora bolas! Estou com a parte do jardim anexo à minha unidade 101, a parte do jardim que vejo da janela, completamente abandonada, cheia de lixo, plantas mortas tombadas, mato e aranhas entrando pela janela, um horror! E até aqui não me mandaram nenhuma carta, será que é porque não notaram nada de anormal ainda? Não viram que aquele pedaço de jardim está um caos, e portanto fora do padrão do restante do jardim. Não é possível, que não tenham visto, talvez tenham visto, mas a intenção seja mesmo mantê-lo naquele estado. Porque, tem horas, que os olhos só veem o que o fígado quer. E nessa dancei, me tornei invisível, eu e o pedaço de jardim anexo. Mas como não viram? Se conseguiram perceber uma pequena muda de roseira, plantada perto da porta do 102? Que talvez só tenha sido descoberta, pelo local onde foi plantada, quem sabe se ela tivesse sido plantada no meu pedaço de jardim estivesse viva até hoje. Certamente teria mais chances lá, já que não olharam para o jardim do “povo do buraco” durante o ano inteiro. A pessoa que cuida e zela pelo jardim é a moradora da unidade 201, é quem recebe o jardineiro e ordena o que ele tem que fazer, distribui as tarefas do dia; em outras palavras, é quem dá as ordens ao homem do jardim. Se foi tão zelosa e eficaz com o jardim, a ponto de perceber a roseira plantada, se prestou tanta atenção e foi veloz suficiente, a ponto de tomar providências e solicitar à síndica, que chamasse atenção do 102. Por que largou então a parte do jardim, que me corresponde, abandonada durante tanto tempo? Durante o ano inteiro. Por que será? Continuando a refletir a respeito, questionei: então uma roseira é uma coisa indevida, fora do padrão, e uma parte do jardim completamente abandonado, feio, mato alto e cheio de lixo NÃO É? Tem algo errado aí, algo não tá batendo. Esse negócio de considerar uma muda de roseira plantada no jardim, como algo fora do padrão, não tem nenhum sentido, é uma desculpa esfarrapada, para outro nome que não têm coragem de confessar, a implicância. Condenaram à morte a pobre da roseira por pura implicância, porque não escondem, que não gostam nem um pouco, da moradora do 102, fazem questão de cultivar e manter um permanente clima de tensão e hostilidade, como se a intenção fosse transformar a vida de quem vive no 102 num inferno. Qualquer coisa é motivo para punição, perseguição e ameaças. Foi exatamente nesse momento, que pensei em escrever algo, para registrar, notificar e denunciar o fato, do abandono da parte do jardim, que me toca nesse latifúndio. Há uns três meses atrás comentei rapidamente, com a síndica, num encontro casual na área comum, no estacionamento, a respeito do fato, a convidei até a minha unidade, mostrei o estado do jardim, que ela prometeu tomar providência assim que fosse possível, mas de lá pra cá, até agora, nada foi feito, notificado, ou providenciado. Então uma roseira é considerado fora do padrão, e o abandono deliberado e proposital de parte do jardim não é? Proibiu de forma deliberada, como lhe é peculiar, a ida do jardineiro cuidar e limpar do espaço. Largar e abandonar, dessa forma, uma parte do jardim do condomínio, não devolvendo, com isso, a prestação do serviço de jardim, paga com parte do dinheiro, que o morador pagou pontualmente. Sem dúvida é uma conduta estranha, mas que vai ficando mais claro, as motivações que estão por trás da conduta lesiva, retaliação. Que comportamento é mais fora do padrão? Plantar uma roseira ou não devolver em forma de prestação do serviço de jardinagem, um serviço que já foi pago? E a conduta lesiva de não devolver o serviço de jardinagem já pago, é feita pela responsável pelo jardim, quando não devolve em serviços, aquilo que já foi devidamente pago. Não tenho dúvida em responder, que fora do padrão não é plantar uma roseira, fora do padrão é não cumprir o combinado, e deixar de cumprir o que foi acordado em assembleia. Fora do padrão é não saber distinguir o que é pessoal, daquilo que é eminentemente institucional. Fora do padrão é não ser capaz de separar, de forma clara, o limite entre o que é público ou coletivo, do que é privado ou particular. Fora do padrão é não cuidar devidamente de parte do jardim do condomínio, por motivos inconfessáveis. Fora do padrão é usar o serviço, ou o não serviço, de qualquer profissional contratado pelo condomínio, para retaliar ou prejudicar outro morador. Fora do padrão é a falta de ética, na conduta lesiva de alguns. Que coisa feia! Não a roseira, claro, mas esse tipo de conduta, por quem deveria zelar pelo jardim como um todo, e não apenas a parte do jardim, que consegue avistar da sua janela. Foi divagando a respeito, que comecei a escrever e cheguei até aqui. Cordiais saudações.






sábado, 25 de novembro de 2017

O Golpe continua em curso, não se encerrou com o impeachment


Para o deputado estadual Paulo Ramos, constituinte de 1988, a prisão de deputados e governadores, como ora em curso no estado do Rio de Janeiro, é completamente ilegal, porque infringe a Constituição. Uma afirmação feita com argumentos firmes e seguros, e acrescenta que o golpe, contra o povo e a sociedade brasileira, ainda está em curso. Ouçam, vejam e assistam ao vídeo, para conferir o conteúdo completo da entrevista feita pelo blogueiro Miguel do Rosário no site Cafezinho. Também não gosto do jogo político feito pela chamada grande mídia, que também é parte do golpe, que muitos preferem chamar: "meios de comunicação de massa", ou aparelho ideológico de Estado. Mídia um braço importante do golpe, um braço do golpe, que tenta, o tempo todo, contaminar a opinião pública, envenenar e instigar o público com conteúdos nocivos e favoráveis à prática do justiçamento, com linchamentos públicos midiáticos. Portanto, manipular a opinião pública, de forma suja e covarde, é desleal, é trapaça enganar a boa-fé do cidadão comum, porque não é ético. Afinal de contas, levar a população a fazer linchamentos públicos, convocá-los e instigá-los através dos meios de comunicação de massa, utilizados para manipular a opinião pública, numa espécie de psicologia de massa do fascismo, prática implementada, disseminada e amplamente utilizada pelo nazismo na Alemanha de Hitler a partir de 1933. De sorte que, manipular as massas dessa maneira, significa reforçar práticas usadas pelo fascismo no passado, legitimar e naturalizar essas práticas políticas como algo normal. Porque não se deve jamais julgar e condenar alguém, um acusado qualquer, movido apenas pela força e a pressão das ruas, pela turba enfurecida; pela massa, que por sua vez, foi suficientemente manipulada, para se chegar àquele estado de coisas, àquele resultado, massa que está sendo usada para legitimar uma ação pública sub-reptícia, e assim, se conseguir alcançar um objetivo político, como a criminalização e condenação de uma adversário político. Justiça, para valer, não se faz dessa forma, e quando se observa, agentes públicos, como  os membros do MP, PF e do judiciário, agindo fora da lei, descumprindo a Constituição, não se deve dar apoio em hipótese alguma. A grande mídia brasileira, verdadeiros oligopólios familiares midiáticos, não tem feito outra coisa, que não seja, estimular e dar o seu apoio, na exploração pública através de manchetes colossais de prisões preventivas, procedimentos policiais e judiciais ilegais, realizados contra determinadas personalidades do meio político e empresarial, feitos fora dos preceitos da lei, atos jamais questionados. Pelo contrário, a mídia faz a execração pública de alguém, não importa o que tenha feito, e carrega mais nas tintas dependendo do campo político do personagem. No início da Lava a Jato, o partido mais demonizado pela mídia era o partido dos trabalhadores, hoje já esculacham  também setores do PMDB, e até agora, nada contra o PSDB, o partido de Aecinho, o queridinho de uma certa mídia. Não é nada correto esse tipo de procedimento, o que só legitima uma ilegalidade, a ilegalidade de procedimentos policiais errados e da própria grande imprensa. Tudo terá que ser feito dentro da lei. Com uma justiça e um aparelho policial, que não cumprem o que manda a lei, não se pode ter segurança jurídica, abrindo com isso, gravíssimos precedentes, para abusos piores da legislação daqui por diante, que no senso comum se chama: golpe. Portanto, se deixar aberta a guarda, golpes piores contra a soberania popular e a cidadania, poderão chegar mais rápido do que se imagina, que atingirão a todos indiscriminadamente, será o golpe contra todo mundo, contra os amigos e também contra os adversários  políticos. Será o autoritarismo ditatorial se absolutizando. Por isso, é um erro político alimentar o clamor popular, acender a chama e apoiar linchamentos públicos, contra quem quer que seja. Hoje se apupa um personagem, que foi demonizado, desprezado e desmoralizado pela mídia, e amanhã estará chorando copiosamente, quando prenderem preventivamente, de forma brutal e arbitrária um ente familiar querido ou um líder político aliado. Saímos da barbárie em direção à civilização, onde ainda não chegamos, porque é um processo constante e contínuo, e pelo que se observa, ainda com muitos desvios e retrocessos pelo caminho. Precisamos estar sempre vigilantes e cobrar pela legalidade e pela existência de um estado de direito com força e pleno vigor, que será um bem de elevado valor, no esforço do caminhar em busca de um mundo mais civilizado. Não quero, e não gosto nem um pouco, quando me forçam a jogar pedra na Geni.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Os homens do presidente

Aumenta o índice de banditismo no governo golpista

As novas caras no ministério do governo golpista, deixa cada vez mais claro, o grau de banditismo existente entre seus quadros. Parece o índice da bolsa de valores, sobe e desce todo dia. Agora mesmo, nesse exato momento, o índice criminal do governo golpista está subindo alto. E como pode ser aferido esse índice? É só observar os nomes das novas aquisições do governo golpista. O novo ministro das cidades, por exemplo, o elemento chamado Alexandre Baldy, indicado pelo atual presidente da Câmara Rodrigo Maia, é unha e carne com um criminoso contumaz, vulgo Carlinhos Cachoeira, envolvido em várias e diversas falcatruas. Quanto ao novo ministro da Secretaria de Governo, o deputado por Mato Grosso do Sul, o Carlos Marun, que todo mundo conhece, é bom que se diga, e conhece não apenas em sua terra, porque sua fama já ultrapassou os limites de sua província natal. Marun apareceu e ganhou notoriedade, na primeira oportunidade que teve na vida, quando se agarrou como pode, como quem se agarra a um tronco podre carregado pela enxurrada, para não morrer afogado. Exatamente, como fez, quando aderiu de corpo e alma à defesa do deputado Eduardo Cunha em Brasília, que na ocasião era presidente da Câmara, e tinha contra si uma enxurrada de acusações por delitos praticados ao longo da vida, como corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, etc. Uma defesa, que levou às últimas conseqüências, uma defesa a qualquer preço, tipo defesa de afogado, que poderia, até mesmo, tê-lo levado ao cadafalso. Depois da prisão de Cunha, seu famoso chefe, e com a celebridade alcançada à custa de Cunha, tornou-se então o maior defensor da terra, do golpista-mor Michel Temer, que com o golpe, havia se tornado presidente da república. Daí por diante, Marun passou a se bater em defesa de Temer, em incansáveis contendas políticas com deputados adversários da oposição, em constantes bate-bocas no plenário do Congresso, debates e brigas que acabaram vazando para a imprensa. Pelo visto adora defender criminosos de alto escalão. Além do episódio Marun, no ministério do governo golpista, ainda restam dois futuros condenados consideráveis, um deles é o Moreira, com extensa folha corrida em investigações policiais, e também um tal de Padilha.

Para concluir, termino lembrando, que foi o próprio Sarney, agora imagine os senhores, o Sarney ainda dando as cartas, e demonstrando ainda ter prestígio nessa república. Foi Sarney, portanto, o grande pistolão, que indicou o nome do novo Delegado Geral da Polícia Federal, o Sr. Fernando Segovia. Isso mesmo! Aquele personagem, que em sua posse, para espanto geral da nação, afirmou que uma mala só, mesmo contendo 500 mil reais, não prova nada contra o presidente ladrão, seria preciso encontrar provas mais robustas para incriminar Temer. Quantas malas seria preciso para incriminar o presidente? Por enquanto ele ainda não respondeu. Inacreditável!

domingo, 19 de novembro de 2017

Qual o efeito da Lava Jato na sua vida?

É verdade, que a Lava Jato hoje, não atinge mais, apenas o Partido dos Trabalhadores, como nos primeiros anos. Há mais de um ano, que as delações a fizeram chegar na alta cúpula do grupo denominado “PMDB da Câmara”, comandado durante muitos anos por Eduardo Cunha, mas à boca pequena, sempre se disse, que o verdadeiro chefe fosse mesmo Michel Temer. As críticas mais relevantes contra a Lava Jato, não estão no mérito das acusações contra os suspeitos, mas nas práticas arbitrárias, e até mesmo fascistas, por parte de seus condutores, juízes, procuradores ou agentes da PF, na forma como conduzem, apuram e investigam. Que apresenta várias irregularidades, completamente fora da lei. Por outro lado, tem sido muito cruel para a sociedade, o impacto econômico trazido pela Lava Jato. O Preço pago tem sido muito alto. Porque com a criminalização das empreiteiras nacionais, contra a pessoa jurídica, com bloqueio de bens, impedindo-as de pegar novos financiamentos, etc. Tudo isso, foi como uma pena capital decretada contra um ramo de negócio empresarial, dos mais bem sucedidos da história brasileira, pelo menos desde os anos oitenta, quando a Mendes Junior, por exemplo, ganhou várias licitações no Iraque, antes da guerra Irã/Iraque. As empresas de construção acusadas pela Lava Jato, bloqueadas e sem dinheiro para capital de giro, foram forçadas a paralisar dezenas de canteiros de obras pelo país afora, e até no exterior. Com isso chegaram ao fim centenas de milhares de postos de trabalho. Fala-se hoje em milhões, que ficaram sem emprego. De forma que, o impacto foi tremendo, só em relação à queda do PIB, o impacto da Lava Jato sozinha foi responsável por uma queda de 4%. A pergunta que não quer calar: a quem interessava tamanho desmantelamento, destruição quase total de um ramo empresarial nacional tão importante, como o das empresas de construção civil? As concorrentes estrangeiras, evidentemente. Portanto, está muito claro, que a Lava a Jato, não é só jurídica e policial, também cumpre um relevante papel político, é um instrumento usado para atender e atingir determinados objetivos políticos.

O juiz Sérgio Moro conseguiu finalmente, cumprir uma de suas mais "nobres" missões, ou seja, provocar o maior estrago possível nas grandes construtoras nacionais, e em consequência favorecer, claro, as empreiteiras norte americanas, e ultimamente até as chinesas. Com isso conseguiu também dizimar a indústria naval nacional, que depende principalmente das encomendas da maior empresa brasileira, a Petrobrás, principal alvo tanto dos espiões ianques como do juiz de Curitiba. O que me faz indagar: "como é que pode um negócio desse?" Sem resposta e completamente pasmo com o rumo dos acontecimentos, acesso uma rede social, e assisto gente enaltecendo os feitos e atos do juiz Moro, como se esse personagem fosse uma espécie de novo herói nacional. A outra missão de Moro, que todo mundo conhece, de tanto assistir ao telejornal noturno preferido, é a perseguição constante e continuada contra o presidente Lula, criminalizando  a maneira de fazer política do velho líder sindical. Com isso querem condená-lo, e em seguida encarcerá-lo definitivamente, impossibilitando-o de participar da vida pública nacional, o que seria um verdadeiro assassinato político do líder operário. Missão que segue em andamento apesar dos pesares. Acho-a, portanto, mais difícil e complicada de ser bem sucedida e dar os resultados esperados, primeiro devido às arbitrariedades cometidas, praticadas e denunciadas pela defesa de Lula, que mais tarde, certamente poderão ser levadas em consideração numa corte superior. E, para concluir, sobretudo agora, que o nefasto juiz, começa a trocar os pés pelas mãos, ou seja, quando a equipe sob seu comando, começa a cometer erros, equívocos e ilícitos, um atrás do outro, e erros graves, como pedir propina a possíveis delatores, como pode ser visto no depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran.

Assuntos conexos:

sábado, 18 de novembro de 2017

Entrevista com o almirante Othon


Não deixem de assistir a entrevista com o almirante Othon. Porque todo mundo precisa saber o que anda acontecendo com essa república, e porque também essas coisas não são jamais exibidas em nossas tevês, por razões óbvias e evidentes, são escondidas do grande público. Como divulgar, se os grandes meios também são parte do golpe? Para dar uma pequena prova do conteúdo da entrevista, cito uma breve fala do almirante Othon no depoimento exibido, quando diz: "É muito difícil viver num sistema, onde um camarada (procurador) diz (que você fez) uma coisa e aquilo vira verdade". Em outras palavras, significa que, do jeito, que o sistema foi montado, para operar de forma autoritária e arbitrária, muitas vezes, uma mentira proferida pela autoridade de plantão, se transforma em verdade. Uma mentira vira verdade? Muitas vezes uma acusação vazia e sem provas, como muitas que partem de delatores ou procuradores, como temos assistido e acompanhado o tempo todo na Lava Jato. "Vamos deixar de fora, por hora, a opinião e se ater ao fato", diz o almirante em outro momento da entrevista. Então nenhuma das garantias constitucionais asseguradas ao acusado estão sendo respeitadas por esses agentes públicos, agentes da lei, que juraram em seus códigos de ética profissional, cumprir o que reza a Constituição. Agentes que não cumprem a lei, que a desrespeitam em suas condutas, como, por exemplo, não respeitar o direito à presunção de inocência, de quem ainda não é réu, porque ainda não foi julgado e sentenciado. O acusado, preso preventivamente, outra anomalia jurídica praticada, ilícita na maioria das vezes, não pode fazer nada, fica completamente à mercê de carrascos mentirosos, truculentos e cruéis, a fazer todo tipo de ameaça e chantagem contra o acusado, até mesmo ameaçar familiares, chantagear, bloquear bens, etc. É possível conduzir um processo dentro da lei? Claro que é, se o conduz em desrespeito à lei, está agindo fora da lei, então é um fora da lei, como outro qualquer, embora continue envergando o paletó e gravata de procurador federal ou a toga de juiz. E dessa forma, perdeu totalmente a legitimidade para prosseguir na condução do processo, precisa ser afastado do caso o quanto antes, porque o contaminou completamente com as arbitrariedades e ilegalidades praticadas.

Assista ao vídeo da entrevista aqui.

Será que o jogo está virando?

Será que o jogo está virando mesmo? Porque tem aumentado muito o número de baixas nas hostes golpistas. Temos assistido praticamente toda semana, algum personagem protagonista do golpe, instrumento ou veículo utilizado pelos golpistas, caindo um a um, de podre, mostrando a cara feia que possui e ninguém ainda tinha percebido ou prestado atenção. Um desses casos é o do elemento Aécio Neves, o homem do aeroporto construído com dinheiro público na fazenda de um familiar, de um helicóptero recheado com meia tonelada de cocaína pura no Espírito Santo, do “empréstimo” de dois milhões de reais tomado a Joesley Batista, gravado em vídeo, e amplamente exibido em horário nobre na televisão, com vários pacotes e malas de dinheiro, recebidos por um primo do senador. De conversas gravadas, por ordem judicial, de telefonemas nada republicanos com altas figuras da república, como foi com o ministro do STF Gilmar Mendes. Além de muito mais, como os 51 milhões de reais encontrados no apartamento de Geddel Vieira Lima, em Salvador, Bahia. De sorte, que após todos esses episódios, todos amplamente divulgados, tudo leva a crer, que agora Aécio Neves acabou, pode-se dizer que esse personagem já era, pelo menos do ponto de vista eleitoral, o personagem "senador" no mínimo saiu bastante avariado. Portanto, por tudo aquilo que foi mostrado, exibido e visto pela audiência, Aécio Neves não passa de um bandido, é bandido mesmo, só que não um reles bandido, é bandido de gravata e capital, e se comporta como tal, tanto na maneira de agir, como na forma de proceder. Um bandido que sai por aí dando carteirada de senador da república. Então o cargo de senador é um artifício, um álibi, para o deixar imune e livre de sanções, e assim, continuar a praticar crimes. Utilizando-se para isso, do chamado foro privilegiado, que é facultado a todo senador da república, portanto mais uma ilegalidade de Aécio, que subverte e distorce completamente o objetivo daquele instrumento, que foi criado com outra finalidade. Soa bastante verossímil e verdadeiro, portanto, o bandido vivido e encarnado por Aécio, que apareceu nos meios de comunicação de massa nos últimos tempos. Um primor de papel, muito melhor do que o de senador. É melhor Aécio vestir logo a toga de bandido, porque o senadorzinho dele já era, não convence mais, ninguém acredita mais naquele personagem, não engana mais a ninguém, nem mesmo se  trocar de texto, ou o roteiro completo. Não há mais salvação, foi totalmente desmascarado, infelizmente ainda não temos como saber se morreu politicamente de forma definitiva. Fala-se, que sairá candidato a deputado federal por Minas Gerais nas próximas eleições gerais em 2018, mas é difícil prever o resultado, pode ser que até consiga ser eleito. Pois se até Collor de Melo voltou ao Congresso, após cumprir o período de afastamento, imposto pela cassação do mandato de presidente. Mas voltou como? Collor hoje é praticamente um cadáver ambulante, sem a menor expressão, poucos são os políticos de mais expressão, que querem o nome associado ao dele.
E para piorar a situação do lado golpista, foi a vez do grupo Globo, das Organizações Globo, uma holding de mídia, praticamente um monopólio de mídia, ficar extremamente em evidência por motivos negativos. Primeiro, com o caso de racismo praticado por William Waack, um importante âncora, que foi defenestrado simbolicamente, ao ser afastado dos programas, que comandava na emissora do Jardim Botânico carioca. E finalmente, agora acaba de vir à tona toda essa sujeira da Globo, pagando propina a autoridades internacionais, para ter exclusividade na transmissão de jogos de futebol. O problema todo com essa gente, é que eles costumam atuar em bandos, em quadrilhas, em gangues, gangues de poderosos endinheirados, utilizando-se da ética dos mafiosos, que não confiam nem na própria sombra. É outra lógica. São perigosíssimos. Que se destruam!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Defender racistas também é racismo





Tem sido visto ultimamente certa solidariedade, por parte de gente, que tem voz ativa no mercado, gente que faz parte da grande mídia, repórter ou jornalista, além de alguns artistas, todos tentando minimizar o fato, alguns até mesmo tentando desqualificar o episódio, imaginem dizem outros, todos enfim a passar pano quente na declaração racista do jornalista William Waack, um dos porta-vozes do golpe. Além disso, circula rumores, dele ter sido recrutado pela CIA nos anos oitenta, quando foi correspondente na Alemanha. Portanto, para ser elegante, reafirmo que não tenho nenhum apreço por essa figura. E se já não tinha apreço por outros motivos e razões, antes de saber que era racista, agora ficou mais difícil. Vejo gente elogiando-o por ser um homem de cultura. E daí cara pálida? Não importa a cultura de um homem, mas o que esse homem faz com essa cultura. E que bem William Waack dá à sociedade? Talvez dê à sua classe, ou àqueles a quem presta serviço. Não é com a participação em programas de tevê, como, por exemplo, as exibições monocórdicas da ladainha neoliberal sem JAMAIS incluir o contraditório, que fazia uma vez por semana na Globonews no programa "Painel". Uma mesa-redonda com Waack apresentando, discutia-se um determinado tema combinado com três convidados, todos do mesmo campo político, com a mesma ideologia. Dentre os temas debatidos sem a presença do contraditório, discutia-se incansavelmente, a queda da presidente Dilma. Trabalharam muito pela desestabilização do governo, para enfraquecê-lo cada vez mais, e tornar mais fácil o processo de impeachment, já encaminhado por Eduardo Cunha na Câmara dos deputados. Para tal desafio discutiam as pautas bombas, para arruinar o governo, a política do quanto pior melhor. De forma que era aquela arena, o local perfeito e adequado, para se discutir abertamente, e de todas as formas, o que melhor fazer para derrubar o governo Dilma. Era no programa Painel, onde William Waack se sentia uma espécie de paladino e baluarte do golpe, onde fazia intenso proselitismo favorável ao mercado financeiro e ao golpe, jactava-se da posição que exercia, e pavoneava-se de forma inacreditável. Seu proselitismo ideológico foi nefasto para o país. Está colhendo hoje o que plantou. Quem o defende por motivações ideológicas, por estar alinhado com as suas posições políticas, presta um desserviço à democracia, porque não se deve dar atenuantes ao racismo. Nada o justifica. É condenável sob todos os aspectos pela Constituição, que considera o racismo, crime imprescritível e inafiançável. É claro, que a partir de agora, uma plêiade de personagens do mesmo naipe, sectários adeptos da ideologia política de direita, racista e antipopular, virão em seu auxílio, solidarizando-se com o acusado, a utilizar todo tipo de artifício, visando desqualificar a acusação por crime de racismo. Quem sabe aparece um advogado iluminado, que costuma advogar causas perdidas, venha em seu auxílio, e transforme a acusação de crime de racismo, em crime por injúria racial, com pena bem mais branda e leve. Tem sido assim de forma recorrente, há bastante tempo, sempre que alguém do andar de cima, é levado à justiça acusado de racismo.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Fundamentalismo contra fundamentalismo

No vídeo disponibilizado e com link no final do texto, pode-se apreciar imagens da maravilhosa arquitetura iraniana, de tempos imemoriais, como o tempo do rei Dario ou mesmo de Ciro, em diversos e diferentes prédios públicos de lugares e cidades do interior do país, prédios religiosos ou laicos, como termas sensacionais e outros. Mas especificamente no vídeo do mochileiro curitibano André Minatowicz,  é exibido alguns exemplos da bela arquitetura da cidade de Kashan,

que quase nunca a maioria de nós tem acesso. Porque o Irã, a antiga Pérsia, uma civilização com mais de cinco mil anos, até outro dia era e continua sendo considerado um país pária, pela principal potência militar do planeta, a potência que dá as cartas no jogo político internacional. E dessa forma nenhum lado positivo do país  pode ser mostrado, exibido, divulgado ou publicado pelas poderosas agências noticiosas ocidentais. Pelo contrário, passaram, todas em uníssono, a acusar o Irã, utilizando-se de uma linguagem fundamentalista, assim como foi usado contra o Iraque, outra cultura do oriente médio, que acabou sendo completamente destruída, através de uma invasão em 2003, numa guerra absurda com pretextos mentirosos, como por exemplo, a de que o Iraque possuía um arsenal de armas de destruição em massa, como armas químicas ou biológicas. E a absurda acusação de que ambos fizessem parte de uma coisa esdrúxula denominada "Eixo do Mal". É inacreditável! Pensar que já tínhamos entrado no século XXI, e de repente ouvir expressões do século XVII ou talvez até d’antes. É impressionante e revoltante. Notem que o Irã vem sendo continuamente demonizado há quase quatro décadas, por grande parte da imprensa ocidental. Acontece que, como dizem as más línguas, grande parte da imprensa ocidental e suas agências correspondentes, está em mãos de grupos sionistas radicais, gente que condena outros Estados por serem Estados religiosos e não laicos, porque o laicismo é o modelo ideal, quase um dever ser, para qualquer Estado que se preze no mundo ocidental. Mas, por outro lado, não  escrevem um linha sequer sobre a situação de Israel ser  um Estado judeu, logo religioso e não laico. Então para esses escribas sionistas picaretas, é tolerável a existência de um Estado religioso, desde que a religião dominante seja o judaísmo sionista, qualquer outro caso não. Repetindo: o Estado de Israel pode ser religioso e não laico, as outras nações do mundo com outras religiões não. A ordem é que toda vez que ocorrer esse fenômeno em algum canto do planeta, em algum país, deverá ser maciça e violentamente demonizado, atacado e depois destruído. Esse é o caso hoje do Irã, como ontem foi o caso do Iraque de Sadam, principalmente depois que o Irã se livrou do Xá Reza Pahlavi, por ocasião da revolução islâmica em 1979, tendo portanto se tornado fundamentalista demais, para o gosto ocidental. Acontece que assiste-se a mesma imprensa ocidental pagar o mico, de fazer um ataque de narrativas contra o Irã, e realizar esse ataque através de outra narrativa fundamentalista, só que agora cristã. Atenção! O país que tem evangélicos fundamentalistas no poder, como se vê hoje em tantos lugares do mundo ocidental, sobretudo nos EUA, não tem moral para cobrar laicidade dos outros. Esse é o caso do Brasil atual, onde tele pastores pentecostais infestam as redes de tevês abertas menores, a oferecer todo tipo de cura milagreira em troca de dinheiro depositado em contas dos principais bancos. E também a querer fazer de suas pautas religiosas a pauta do país, como aconteceu durante essa semana no Congresso Nacional com a bancada da bíblia aprovando um projeto de lei com regras mais duras e severas restrições ao direito de aborto, proibido até mesmo o aborto em caso de estupro. Num total retrocesso. Portanto, quem possui representantes políticos fundamentalistas religiosos desse naipe, não pode ficar a atirar pedras contra quem quer que seja. Cada um tem o fundamentalismo que merece? Será?



Vídeo conexo: VIAGEM IRÃ 2017 - KASHAN

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

O que está por trás da proibição do show de Caetano

Os golpistas usaram e abusaram do poder midiático, durante o período que trabalharam em prol da derrubada do governo Dilma. Tudo começou em 2013, quando a tevê Globo colocou como prioridade em sua pauta, a convocação da presença dos militantes coxinhas nas ruas. A mídia foi importante, quando foi usada como instrumento para desmantelar, desmanchar e desfazer, através da propaganda, de um marketing profissional  quase perfeito, tudo aquilo que fosse considerado bom ou positivo no governo do PT. Segundo as lideranças das oposições era preciso fazer um trabalho de desconstrução eficaz e de primeira, que a meu juízo foi mais desqualificação do que qualquer outra coisa, mas enfim preferiram chamar de desconstrução, que fosse feita com urgência, pois queriam ganhar as próximas eleições gerais a se realizar no ano seguinte, em 2014. Pois muito bem, trabalharam diuturnamente contra a imagem da presidente, criminalizaram determinadas maneiras de fazer política adotadas pelo ex-presidente Lula, de tal forma, que um governo que era até bem pouco tempo atrás, muito bem avaliado, começou a despencar ladeira abaixo em se tratando de avaliação pública, computados através das principais agências de pesquisas, algumas pertencentes a grandes grupos de mídia. Mas o mais irônico e curioso, é que apesar de toda a campanha negativa, demolidora, destrutiva e contrária à imagem da presidente Dilma, ela conseguiu se reeleger, num resultado apertado, é verdade, mas venceu. E logo em seguida, mal fechadas as urnas, e o resultado final divulgado, o candidato perdedor, veio a público levantar suspeitas sobre a lisura do pleito, falou até em impeachment, tudo isso muito antes da presidente assumir o novo mandato. Portanto era visível o papel que cumpria nesse processo as principais emissoras de tevê, além das principais revistas semanais, das principais emissoras de rádio, e de todos os principais jornais impressos do país. Quanto ao relevante papel ocupado pela mídia, da sua importância no resultado final do golpe, não resta a menor sombra de dúvida. Então é ponto pacífico, o fato da mídia ter sido um instrumento atuante e relevante para derrubar a presidente. O outro instrumento usado à exaustão como arma política, usado com o objetivo de desestabilizar o governo anterior, foi o judiciário. Isso desde o episódio do mensalão, iniciado em 2005 e 2006, ainda durante o primeiro mandato de Lula, e que durou até o julgamento final, quando o relator da AP 470, ministro Joaquim Barbosa condenou José Dirceu à severa pena de prisão, baseado apenas na teoria do domínio do fato, uma esdrúxula teoria alemã, criada no pós-guerra para condenar criminosos nazistas, e aqui foi apresentada como novidade para condenar adversários políticos sem prova nenhuma. É bom não esquecer, que outros agentes políticos de outros partidos, que também praticaram os mesmos atos, como o ex-governador de Minas Eduardo Azeredo do PSDB, que na mesma ocasião ou até um pouco antes, não foram atingidos, e quando o foram, responderam na primeira instância, fora portanto do STF onde fora julgado o mensalão do PT. Mas mesmo assim, Lula conseguiu se reeleger, derrotando no segundo turno o candidato do PSDB. Digo isso para mostrar, como a mídia e o judiciário tem sido usados como instrumentos, e como arma política para tentar desqualificar, desestabilizar e finalmente conseguir derrubar governos do campo popular, governos que não interessam ao mercado financeiro, campo popular também conhecido como o da esquerda política em geral, que no caso do PT, trata-se de um partido mais de centro-esquerda. Tanto tentaram, que acabaram por conseguir o objetivo maior, tirar do poder um governo popular e bem avaliado, através de um golpe parlamentar, governo que já vinha sendo erodido com o auxílio daqueles dois instrumentos, que apontei atrás, ou seja, a grande mídia e o judiciário. Já vimos como essa gente, que patrocinou o golpe de Estado, dá importância a esses dois instrumentos, a esses dois aparelhos de Estado, para usar a linguagem do filósofo franco-argelino Louis Althusser, a mídia sendo mais um aparelho ideológico de Estado, enquanto o jurídico faça parte mais do aparelho repressivo de Estado. Para concluir, o caso em questão, a respeito da proibição, que impediu a realização do show de Caetano Veloso num acampamento do MTST em São Bernardo do Campo, no ABC, grande São Paulo. O que é que não se queria? Não se queria que fosse dada publicidade a um evento de moradores sem teto. E o que a presença de um artista como Caetano proporcionaria ao evento? Mais publicidade, evidentemente. Então o que se decidiu fazer para evitar tamanha repercussão ao evento? Claro, proibir o show através da justiça. Pronto, dessa forma o evento ficaria  invisível, porque a mídia, como fez com a caravana de Lula, não diria uma palavra a respeito, e estava liquidada a fatura. Já se o show de um artista internacional e conhecido como Caetano fosse realizado, seria impossível não se falar a respeito, e o show permanecer oculto. E novamente aqueles dois instrumentos políticos relevantes desses novos tempos foram mais uma vez utilizados com eficiência, apesar de um protestinho aqui e outro acolá, mas nada que pusesse em risco os objetivos claros e evidentes que se queria atingir.