terça-feira, 30 de setembro de 2014

Os rentistas não desistem nunca

Não demonizo jamais aqueles que, por essa ou aquela razão, conseguiram amealhar algum dinheiro, e hoje podem viver quase ou exclusivamente do rendimento desse dinheiro, seja no rendimento de aluguéis ou o rendimento de aplicações financeiras no mercado de capitais, bolsa de valores ou outras aplicações, seja qual for. Cada um vive como pode e quer. Agora também é preciso compreender, que a lógica política desse pessoal que vive de rendas, não é o mesmo daqueles que vivem exclusivamente de salários ou proventos de aposentadoria. Principalmente hoje em dia, numa época pós crise financeira de 2008 nos EUA, que depois se estendeu para a Europa, de onde não saiu até agora, pode-se ter certeza quase absoluta dessa diferença e dessa lógica. Costuma-se denominar hoje em dia esse pessoal que vive de rendimentos do mercado de capitais de RENTISTAS, então vamos chama-los também dessa mesma forma: RENTISTAS. Esse pessoal, visando aumentar os lucros cada vez mais em suas aplicações, procuram a orientação de gestores de finanças sofisticados no mercado financeiro, visando otimizar os rendimentos, e dessa forma diversificam as aplicações em diferentes papéis e ativos financeiros, com mais ou com menos riscos, de acordo com o perfil do aplicador, e assim eles tocam o seu dia a dia e a sua vida, de acordo com os interesses imediatos, ou seja: procurar cada vez mais atingir o máximo de rendimento possível com o capital financeiro amealhado e os rendimentos sempre crescentes. Todos sabem, que os rentistas num país como o Brasil, não chegam a um por cento da população economicamente ativa, portanto eles constituem uma minoria mínima, do ponto de vista quantitativo. Muito embora, por terem muito mais dinheiro do que o restante da população assalariada, são muito mais influentes também, e por essa razão causem um barulho midiático enorme. Não é difícil reconhecer, que há uma enorme distância, entre os interesses e necessidades de um grupo e outro. É natural, que os objetivos de uns não sejam os mesmos dos outros, ou seja os objetivos dos rentistas são diferentes dos interesses dos que aguardam o seu salário no final do mês. E essas diferenças são marcantes nas idéias, nos valores, no gosto estético, na culinária, mas principalmente na política. Uns são mais ricos e influentes, embora minoritários, e os outros, os assalariados, a maioria da população, apenas se submetem. Ambos os grupos vivem sob o mesmo regime político, ou seja o regime democrático sujeito a mudança periódica de governo através do voto. O que não pode acontecer, é um grupo pequeno apesar de influente, usando de todo tipo de tática e estratégia, querer impor o seu gosto político e ideológico, visando atender e atingir apenas os seus interesses particulares, impor portanto seu gosto para a maioria da população. Nada mais ideológico, ou seja quando torno um interesse meramente particular, que beneficia apenas uma minoria, em algo universal, isto é: para todos. É dessa forma que o rentismo está agindo na atual campanha política dessas eleições gerais no país, isto é, estão tentando levar para a maioria da população, a crença de que uma narrativa conservadora, que vai beneficiar menos de UM por cento da população, será bom para todo mundo. Que falácia! Será que eles ainda acham que vão conseguir convencer a todos com essa mentira picareta. Tenha dó!

 

domingo, 28 de setembro de 2014

A mentira tem pernas curtas

Tenho ultimamente me indagado com frequência do porquê do insucesso da mídia hegemônica em sua campanha de massa contra a presidente da república. Por que será que essa campanha não está surtindo o efeito esperado e desejado? Tem se falado muito no conceito de desconstrução, que de Derrida mesmo não tem nada, pelo menos no que tenha observado até agora. Talvez pensem que desconstruir é simplesmente desqualificar o adversário durante um período de tempo, e tudo bem. Sabemos desde o último Heiddeger, que a linguagem está muito longe de continuar a ser puramente representacional, portanto o dado/fenômeno pode ser expresso de muitas e várias maneiras diferentes, de forma que por mais que se fale jamais se esgota o dado. Logo não adianta eu daqui da minha poltrona negar um dado da realidade, seja política, social, econômica ou artística, e dessa maneira achar que desconstruí alguma coisa, que todos daqui por diante irão aceitar apenas a minha versão dos fatos. Talvez as coisas ainda acontecessem dessa forma no século XIX ou nas primeiras décadas do século XX. Na grande maioria da crítica realizada pelos opositores da presidente, tanto a feita por políticos, como a da mídia oligopolista, é nítida no teor delas um tom a mais nas tintas, há sempre um certo exagero, que tende perigosamente em direção à mentira. Quando essa cantilena crítica permanece na mesma toada durante muito tempo, como é o caso agora, leva os leitores à fadiga e ao descrédito daqueles formadores de opinião, salvo quem já foi convertido àquele credo. Daí o pouco ou quase nenhum impacto desses ataques junto à opinião pública e aos milhões de eleitores pelo país afora, como mostram as últimas pesquisas eleitorais. É claro, que se costuma desqualificar também os eleitores, dizendo que são analfabetos funcionais, que não entendem nada, que são compostos de massas ignorantes dos rincões dos sertões do nordeste e do norte do país, falam de curral eleitoral e de massas completamente dependente do bolsa família, a fim de justificar porque eles não estão respondendo aquela critica massiva veiculada. Também não é mais evidente, que aquilo que é dito e escrito nas crônicas de articulistas opositores nos jornais, revistas e na televisão, seja factível. Os eleitores não acreditam mais nessa ladainha crítica, completamente inadequada entre o discurso e a realidade factual. Em alguns desses articulistas de oposição é nítido um tom de ódio, o exagero nas análises e nas pinceladas, de forma que fica difícil catalogar o estilo como surrealista, abstrato ou expressionista. Alguns chegam a ser patéticos. Distorcem os fatos e as falas da presidente ao seu bel prazer. Agora mesmo no encontro de chefes de estado na abertura das atividades da ONU, elas distorceram de tal forma a fala da presidente em suas análises, que realmente não consegui levar a sério quase nada do que encontrei na imprensa a esse respeito. O editorial de um grande jornal chegou a afirmar que a presidente propôs o diálogo com os terroristas do Estado Islâmico, distorcendo dessa maneira completamente a fala da chefe de estado. Diante desse quadro, talvez já esteja batendo um certo desespero, até mesmo quem sabe um descontrole emocional em alguns desses formadores de opinião, já que eles não conseguem entender como é que eles batem tanto na presidente e ela não cai nas pesquisas de opinião. Por isso estão cada vez mais raivosos e rancorosos com a opinião pública, que eles não estão conseguindo atingir e manipular como gostariam. Alguns chegam até mesmo a atacar agora o próprio regime democrático, pois só um regime democrático, que supõe o voto e a escolha através do voto pelo gosto da maioria, que desmerece a opinião dos mais sabidos, que são segundo os próprios, os articulistas de oposição. Tem gente falando até em ditadura da maioria. Tudo isso é muito cansativo para quem ler jornal e encontra esse conteúdo de ódio todos os dias, não é provável que essa estratégia equivocada da oposição midiática vá diminuir tão cedo, principalmente agora nessa época pré-eleitoral, eles são infatigáveis, eles não desistem, mesmo que percam mais uma vez as eleições. A nossa mídia dominante é muito conservadora e reacionária, salvo aqueles jornalistas e escritores mais independentes, que não precisam mais se submeterem às cartilhas dos patrões, mas esses infelizmente são poucos.