sábado, 14 de maio de 2016

Opinião ou fato

O golpe, em parte, já foi dado, e parte-se agora para a segunda parte dele no Senado, que poderá levar até 180 dias de duração. A situação se inverteu de tal forma, que se antes, quem se interessava pela demora no processo era o governo, agora quem deseja procrastinar é a direita golpista. É natural, que agora, depois de milhares de espumantes abertos para celebrar a vitória da truculência do golpe de estado, eles arrefeçam um pouco do lado de lá da direita. Agora é o momento da direita inventar um discurso, precisam mais do que nunca de uma narrativa legitimadora para o golpe, algo que cole nas consciências como um vírus, e façam o povo acreditar, que essa é a verdade. Porque, não sei se já conseguiram perceber nessas últimas aparições do Temer, pelo olhar, dá para perceber, que continua com aquele seu olhar típico e característico de golpista traíra, tipo puta arrependida. Ainda não conseguiu vestir o paletó de presidente da república, não conseguiu ainda entrar no personagem, por enquanto continua muito canastrão. Daí ser necessário o ataque das esquerdas ser permanente, denunciando, desmascarando, desqualificando, e aqui faço um breve parêntesis para fazer uma paródia de uma fala de FHC, usando no caso o termo “desqualificação”. Quando foi perguntado a FHC o que se poderia ainda fazer para salvar o governo e o Brasil da situação política de crise se agravando a olhos vistos, ele respondeu que não tinha como salvar o que não podia ser salvo. Eu assisti a declaração na tevê. Então fazendo a paródia dessa ideia de FHC, se poderia dizer “como se poderia desqualificar quem não tem qualidade”. Um dos papéis do discurso ideológico, e que se faz através de manipulação, que uma ideia mentirosa seja transformada em verdade, vencem até mesmo as verdades dos fatos, como é o caso agora. Eles apostaram e colaboraram no agravamento da crise política, para aumentar a desgovernabilidade da presidente, desde o final do resultado das urnas, quando já se falava em impeachment. Investiram tudo que podiam para capitalizar a figura de Eduardo Cunha e toda a sua quadrilha de mais de cem ladrões, eleita com ajuda do dinheiro obtido por Cunha, não se sabe como, mas pode-se imaginar. Aliás, foi aí, dizem algumas não tão boas línguas, foi aí que Skaf e sua tropa de choque empresarial da Fiesp pagou realmente o pato, rolou muita grana para políticos até o desfecho final com a apoteose do 17 de abril. Pagaram um pato enorme, e o mais curioso, é ver como as pessoas não percebem, algo tão bandeira, e aceitam como natural, uma corrupção correr solta para dar um golpe num governo, que diz querer derrubar porque é corrupto. Então eu derrubo um governo corrupto, através da prática disseminada da pior corrupção possível, que é a compra de deputados no balcão de negócios do Sr. Cunha, numa conspiração em quem dá mais para derrubar a presidenta, eles gostam “só para sacanear” de dar mais ênfase no A final de presidenta. Tudo vale e tudo pode para derrubar esse governo, até coisas erradas, até o senhor Eduardo Cunha na presidência da Câmara, que apoiaram tanto, que conseguiram elegê-lo por ampla maioria sobre o segundo colocado. E o discurso contra a corrupção prosseguia, e a corrupção entre eles também, nunca se corrompeu tanto como nesse período golpista da república, não importa o preço a pagar para derrubar o governo do PT, esse era o lema em São Paulo, e que acabou se espalhando de forma virótica para o resto do país. Como são os atores principais e protagonistas da crise política, crise que acabou por contaminar a economia, claro com a instabilidade de um lado, impossível que não reflita na vontade do investidor, e afeta tudo em cadeia. Com isso, tudo piorou a partir daí, até os índices econômicos, de desemprego e inflação, que são referentes mais sensíveis ao clima político. Além da influência da crise mundial, o preço do petróleo muito menor, etc. Agora é curioso, observar a desonestidade dos partidários do golpe, em transferir toda a responsabilidade pela crise apenas para um lado da moeda, como se tivessem lavado as mãos muito sujas de todos eles, não têm nada a ver com a piora da economia do país, se o país quebrar é tudo por culpa do governo, que é incompetente e corrupto, diziam e continuam a dizer, incrível como é possível alguém em sã consciência acreditar numa fábula falsa dessa. Como é desonesto tudo isso, basta ver como votaram as pautas bombas monumentais com Cunha dando as cartas na presidência da Câmara, tal e qual um chefe mafioso, a tática do quanto pior melhor. Votaram contra até mesmo aquilo que adotaram quando foram governo.
E agora depois do golpe, com a maior cara de pau, vem a público tentar levar a população acreditar em mais mentiras. Como se fabricar a crise, já não fizesse parte da estratégia golpista para derrubar o governo. O termo desonestidade é pobre para dizer e exprimir tudo o que anda fazendo e dizendo a nossa direita golpista.Viva o fato. 

4 comentários:

  1. E viva a canalhice institucionalizada!

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  2. E agora o que faremos? Estou perdido!

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    1. O que fazer? Negar, desconstruir, desqualificar, destruir e desmascarar a narrativa mentirosa deles. Sobretudo agora, que estão a elaborar uma nova narrativa, para justificar, legitimar e naturalizar o golpe de estado parlamentar, jurídico e midiático, que deram, derrubando um governo legítimo, eleito por 54 milhões de eleitores. Agora é isso, sempre que puder e tiver oportunidade, sempre negar o discurso mentiro deles, denunciá-lo, deslegitima-lo. Entendeu?

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