quinta-feira, 24 de março de 2016

Sectários e dogmáticos


Tenho ouvido queixas de amigos de classe média, que mencionam uma mudança brusca no comportamento de amigos contrários ao atual governo, quando esses notam que os amigos favoráveis ao governo não mudarão de posição, que não há nenhuma chance de pensar igual. E é um comportamento muito revelador por outro lado. Apesar de contrariar as reais intenções de não querer revelar nada nunca. E como esse comportamento é movido por sentimentos, é quase impossível, que não se manifeste. Como se sabe, tudo que se manifesta, aparece, emerge, vem à tona, e tudo que aparece é fenômeno, e os fenômenos não apenas aparecem, como também costumam se revelar em suas aparições, é da natureza da aparição. E como se materializa essas manifestações fenomênicas? É muito curioso, porque nota-se de forma repentina, de uma hora para a outra, uma súbita alteração na qualidade da relação. A relação afetiva, que antes existia, toda a cordialidade, a cumplicidade e simpatia recíproca que rolava, desaparece quase em sua totalidade assim de repente, deixa de existir, não acontece mais. É verdade que vez ou outra, ainda se encontram na rua meio que por acaso, quer dizer se esbarram, porque encontro mesmo para valer, pelo que tudo indica não rolará mais. Antigos grandes amigos de boa ou ótima convivência passam a se evitar, de uma hora para a outra, como tivessem se tornado estranhos sem mais nem menos. Tudo se avoluma, cresce, quando se estendem também às redes sociais essa atitude comportamental, nenhum “like” mais é dado em nada do outro, nem tampouco comentário algum em coisas compartilhadas, o oposto do que era antes, contam em tom queixoso os meus amigos, como se estivessem surpresos com aquela situação incompreensível. E que nas raras oportunidades em que se esbarram, quase nenhum diálogo mais rola, embora não seja tempo o empecilho impeditivo, pois já aconteceu de permanecerem juntos por até uns trinta minutos ou mais. É como se houvesse um clima ruim e tenso no ar entre ambos nesses encontros casuais. Fala-se muito nessas raras ocasiões, mas é como se fosse um diálogo de surdos, cada qual em seu monólogo, com a sua verdade particular. É notável, que os amigos cooptados pela mídia para odiar o governo atual, que mudaram o comportamento em relação aos velhos amigos, que aderiram à direita política, NÃO QUEREM DIÁLOGO ALGUM. Deixam isso bem claro logo de cara. Postam-se como se fossem os donos da verdade, e quem não aceita pensar da mesma maneira deve estar "equivocado", ou por fora, não merece o respeito, nem é considerado mais amigo. Demonstram profundo desapontamento ao perceber que alguém próximo continua a apoiar “esse governo corrupto”, repete meu amigo lamentando sem entender o porquê. "Como é que pode?" Indagam-se decepcionados os coxinhas, quando se dão conta da impossibilidade em convertê-los para a cartilha do contra. Tem um detalhe nessa história toda, que me chama atenção, o fato dessa mensagem se manifestar da mesma forma em praticamente todos eles, o discurso ideológico repetido pelos coxinhas parece algo decorado de uma cartilha, é um discurso coletivo de intolerância, que contaminou a todos de forma massiva, é o mesmo discurso de sempre e os mesmos chavões padronizados. Logo a origem, a fonte deve ser a mesma. E por último, alguns estão se valendo agora de uma pesquisa que vazou de origem desconhecida, que revela haver 68% de apoio ao impeachment. O que já é suficiente, para o meu amigo se sentir um lixo ainda maior, sob um certo olhar arrogante. 

Um comentário:

  1. Tá vendo meu amigo como funcionam estas coisas de comportamento de massa. Parece que muitas pessoas estão enfeitiçadas. Será que estão usando propaganda subliminar? Jo no creo (creo si) en brujerias, más que las hay, las hay.

    ResponderExcluir