sexta-feira, 25 de março de 2016

O nível do Congresso



Dilma Rousseff e os seus adversários do Congresso Nacional. Agora entendi porque eles têm tanta raiva dela. Se tornou consenso, que o atual congresso eleito nas eleições gerais de 2014, é o pior de todos os tempos. Nível intelectual e moral dos deputados o pior possível, é um tal de bancada disso e bancada daquilo, são aquelas gangues do agronegócio, ou bancada ruralista liderada no senado por Ronaldo Caiado. As vezes dá a impressão que os antigos lobistas do Congresso se tornaram todos congressistas. Se reinventaram? Ou continuam lobistas na pele de deputado? A célebre e famosa bancada BBB: boi, bíblia e bala. Além dos ruralistas do gado, tem a bancada evangélica do Marco Feliciano, lembram dele? E a bancada da bala, que em sua grande maioria são ex-policiais da força pública de SP, que se tornaram políticos, e o restante da bancada da bala, representam os interesses da indústria de armas. Durante a ditadura militar havia um ex-policial, que ficou célebre pela truculência, era a cara da direita, Deputado Federal por São Paulo ERASMO DIAS, que foi membro da repressão política no estado. Como é o caso agora do ex-comandante da ROTA Paulo Telhada(PSDB-SP), que é um radical de direita extremada, defende as ações da PM, contra qualquer acusação ou denúncia de abusos praticada por policiais. Coloca-se como se fosse advogado de defesa da PM-SP no Congresso, para quem bandido bom é bandido morto. Tudo dito abertamente e de forma escancarada. A primeira vez que assisti na TV Câmara, não acreditei no que estava ouvindo, fiquei chocado com a violência verbal, mas existem outros do mesmo nível ou pior. Só estão lá, infelizmente, postos pelo voto de milhares de eleitores brasileiros, que acharam por bem escolher homens desse naipe como seus representantes legais, sem falar na força da grana angariada junto ao setor econômico financeiro para as campanhas eleitorais, então os empresários financiadores têm também a sua parcela de responsabilidade. Conta-se nos bastidores vários motivos para o ódio dos políticos do PMDB contra Dilma. Todo mundo sabe que faz parte do DNA do PMDB, ser fisiológico e estar atrelado ao poder, embora o partido jamais tenha eleito um presidente, sempre esteve agarrado ao poder, aliando-se a presidentes de diferentes tendências e cor ideológica. A presidente depois de eleita em 2010 com o apoio deles, e sabendo dessa fama do partido, decidiu acabar com a chamada "porteira fechada", que era o mecanismo de ministros nomeados ter amplos poderes para nomear quem quisesse para todos os cargos da pasta. A partir de então, o partido indicava um nome para o ministério "X", mas seria uma espécie de rainha da Inglaterra, não teria poderes para muita coisa, todos os postos subordinados da pasta ficariam sob a responsabilidade da presidente. Tá bem, vocês me indicaram o nome de um safado, eu nomeio sem problemas, mas ele não vai mandar em tudo, será apenas mais um ministro, vai fazer as declarações protocolares necessárias em nome da pasta que representa, e falar com a imprensa quando preciso. Nada de excessivo protagonismo desnecessário, que só faz barulho midiático. Com isso o clima em Brasília começou a ficar ruim, Dilma era acusada de ser uma tecnocrata sem nenhuma habilidade política para lidar com os usos e costumes dos políticos. Pois muito bem, durante todo o primeiro mandato da presidente, ela praticamente governou com medidas provisórias, o Congresso era só delongas, e perdeu o bonde da história, produziu muito pouco do ponto de vista legislativo. O segundo mandato, estamos a assistir os passos, elegeram com o apoio da oposição para a presidência da Câmara o Deputado Eduardo Cunha, de ficha policial por demais conhecida. E desde os primeiros dias, os deputados liderados por Cunha, não fazem outra coisa que não seja: criar dificuldades, problemas, óbices, pautas bombas, ameaças, chantagem etc. Gente que se instalou no comando do aparelho político de Estado, do legislativo portanto, como se estivesse governando a máfia napolitana. É tudo o que a gente tem assistido do começo de 2015 até agora. Antes o país seguia o seu rumo através das medidas provisórias da presidente, e agora que o Congresso só pensa no Impeachment, semi paralisou o país e o foco principal, o objetivo maior é o caos. Salvo raríssimas exceções esses políticos não pensam nem um pouco no país, em lutar por um país melhor, não, nada disso, pensam só em suas carreiras individuais, nos votos a conquistar, em como fazer para angariar mais apoio político, financiamento, etc. Estamos a assistir como estão negociando as mudanças de partido, a "mobilidade partidária" novo eufemismo na praça dos três poderes, e as justificativas para tal. Para ajudar a governar são completamente inoperantes, agora para atrapalhar são muito eficazes, estamos assistindo tudo ao vivo e a cores. Como não faziam quase nada na outra legislatura, eram inoperantes, quase não serviam para nada. Agora, na nova legislatura, atacam a presidente o tempo todo por outras motivações, é verdade. Mas não custa nada, brincar um pouco e acreditar na charge ilustrativa do artigo, que diz: "Ou tiramos ela ou seremos extintos". Faz sentido.

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