sábado, 26 de outubro de 2019

A rapinagem neoliberal

Os ideólogos e formadores de opinião do neoliberalismo, ora triunfante, trabalham, cada vez mais, com  afinco, para reforçar a tese principal de sua maior convicção, incutir, na cabeça de todos, a crença de que só existe uma saída, é a saída individual. Cultivam com firmeza a fé nessa empreitada, a saída individual. Apostando todas as fichas nessa ladainha, de que só resta uma saída, a crença de que todo mundo é empreendedor, que basta querer para virar empresário, como se todos tivessem implantado um chip de empresário no corpo. A se acreditar no que prega a cartilha política da direita neoliberal, ala extremista do liberalismo econômico, que deseja ardentemente deixar tudo totalmente entregue aos caprichos do mercado. Tudo isso é bastante coerente com o projeto político neoliberal, o obsessivo desejo de redução do tamanho do Estado, na maior velocidade possível, questão onde sempre têm muita pressa. Comenta-se, à boca pequena, que esse processo de ataque ao Estado, no que tange ao Brasil, entrou em andamento com o golpe de 2016 e o governo Temer, alguns falam que desde 2013, e finalmente os outros, mais radicais, apontam que desde o ano de 2005, com o mensalão. Com o estado se retirando, em escala ascendente, de várias áreas de atividades fundamentais, sob o impacto das privatizações, de cortes de verbas, etc., e com a chegada ao poder de Estado em muitos lugares do planeta, principalmente na América Latina e no Brasil em particular, de regimes políticos de cunho privatista e ultra-liberal na economia, principalmente de sua ala mais radical conhecida como “neoliberalismo”. Não preciso dizer, que a retirada do Estado de áreas tão fundamentais e essenciais, na prestação assistencial aos mais pobres, deixa uma lacuna imensa, que não será preenchida pelo mercado. O mercado, representado por seu agente financeiro,  só investe, quando o retorno for garantido e assegurado, quando tiver uma absoluta confiança na segurança jurídica local, ou tiver algum nível de garantia institucional ao seu investimento. Riscos só na Bolsa de valores ou num cassino de fronteira. O mercado não prega prego sem estopa, como costuma dizer o ditado popular do senso comum. Fora disso, só resta mesmo aquele velho Estado cansado de guerra, para prestar os serviços básicos e essenciais à população, como saúde e educação, que jamais deveriam ser considerados gastos. Pelo contrário, são recursos arrecadados pelo poder público, que são retirados de todos na forma de impostos, e que voltam, a depender do tipo de projeto político, que esteja no poder. Retornam em forma de benefício para toda a comunidade de contribuintes.

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