segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Coxinhas em momento cívico?

Coxinhas indo participar de manifestações contra o governo central, governo que criou cotas para afrodescendentes poder frequentar cursos universitários e outros benefícios para os mais pobres, como o programa Luz para todos, o bolsa família, o minha casa minha vida, e muitos outros programas. Dilma Rousseff criou também um programa para a classe média, o ciência sem fronteira, que proporcionava bolsas de estudos, para alunos fluentes em línguas estrangeiras, poder cursar algumas das melhores universidades do mundo, subsidiado pelo governo federal, que o Temer acabou. De fato, os programas melhoraram a vida de muita gente, em alguns deles faltou mais fiscalização, o que gerou alguns abusos e fraudes, mas no mérito, não há o que se questionar sobre os benefícios para a grande maioria dos menos afortunados. A política de valorização do salário mínimo, e também para os outros salários, trouxe benefícios para muita gente, o que facilitou até mesmo viagens de avião para muitos peões de obra poder visitar os pais no estado natal. O boom imobiliário deixou a construção civil, com os salários mais valorizados, porque havia pleno emprego no setor de construção civil, em algumas praças houve ganho, porque os salários subiram bem acima da inflação. Na construção naval também, o sucesso foi enorme, com a política da exigência de componentes nacionais na indústria do petróleo, em todo o agregado de óleo e gás do país, só que mais regionalizada e setorizada. Só no Rio de Janeiro, o número de trabalhadores no setor da industria naval caiu de 86 mil trabalhadores, para poucos mais de dois mil agora em 2017 no governo golpista e anti-nacionalista, que derrubou a exigência de componentes nacionais, poderia ainda estar crescendo, não fosse o golpe. A melhora das condições de vida para os mais pobres, também trouxe alguns transtornos para as madames paneleiras, a dificuldade em encontrar empregadas domésticas, por exemplo, já que as antigas passaram a buscar empregos fixos com carteira assinada, visando ter mais segurança e benefícios, que só o emprego formal proporciona. Outras coisas também irritaram muito as madames paneleiras, “como é possível encontrar nos aeroportos gente comendo de boca aberta, que horror!", disse uma senhora olhando em minha direção, em tom de queixa, no aeroporto de Vitória/ES. Logo em seguida, mandou essa, “veja como se vestem, onde já se viu viajar de avião com havaianas?” E outras pérolas do repertório típico coxinha, o que revela como aquela gente teve a cabeça feita pelos principais órgãos da mídia corporativa, principalmente a televisão

Os coxinhas podiam ir às suas manifestações políticas contra o governo popular vestidos de verde amarelo, mas apenas eles, cheguei a ver na avenida Atlântica/Copacabana um cãozinho poodle branco muito fofo caracterizado com pequenos detalhes em verde/amarelo. Quanto aos criados, ah os criados! Eles que se f.... ouvi da boca de uma manifestante nessa mesma passeata anti-popular. “Os criados são empregados, eles estão aqui trabalhando e não protestando”, onde já se viu criados se manifestarem? Pau neles! “Portanto precisam manter o uniforme de trabalho, o mesmo uniforme de quando estão comigo na hípica”, disse outro. Aí está revelado o nível de consciência de classe dessa pequena burguesia nacional, mesmo à revelia dos mesmos, já que perderam a vergonha de ostentarem os piores preconceitos, que sempre sentiram, mas enrustiam, e que agora vomitam às escâncaras sem dó nem piedade. O que mostra uma separação de classe às claras, com intolerância e ódio, que existe na Índia com as castas, e na África do Sul com o apartheid antes de Mandela chegar ao poder. O trabalho midiático da emissora monopolista e hegemônica da narrativa da direita política, além de ocultar do grande público toda a situação de intolerância e ódio de classe existente, eles ainda trabalham dia e noite, divulgando um discurso negativista, denunciando, desgastando a imagem e desqualificante perante a opinião pública, contra as principais lideranças políticas do governo deposto, para quando o judiciário chegar ao veredito final condenado-as, já estar tudo legitimado e justificado perante essa mesma opinião pública. E assim ajudar a por fim, de forma definitiva, do maior partido do chamado campo popular surgido no país nos últimos 70 anos, a sigla partidária do governo deposto, que representa e unifica o trabalhismo nacional, numa frente de centro-esquerda mais reformista do que revolucionária, na busca de atingir um determinado projeto de país mais inclusivo pela via democrática, projeto que foi completamente abandonado e rejeitado pelos golpistas. Não é nada democrática essa direita tupiniquim, democracia para eles só na retórica.

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