quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O jogo político do ocidente é muito mais sujo

Frantz Fanon

Admirador do contraditório, de que sempre é possível através da negação, se tentar chegar num patamar melhor do que se está, é por isso, que as vezes sou nostálgico da época da bipolaridade, dos dois blocos de países, duas forças poderosas, sobretudo no uso da força, no poder bélico de destruição um do outro, o que era praticamente inimaginável, logo ninguém cultivava a paranoia, não lembro de ninguém que tivesse conhecido, com essa noia, mas a guerra pairava na linha do horizonte, havia lá adiante a possibilidade, o mundo tinha acabado de terminar uma grande guerra, a última grande realmente. Sabia-se que qualquer um dos dois lados, que se atrevesse primeiro, se metesse a besta, seria destruído, tal era o poder balístico dos dois blocos. Com isso tinha-se a sensação de certo equilíbrio no planeta, havia a guerra fria, havia a corrida armamentista, é verdade, mas a vida prosseguia. Como habitante da parte mais pobre do lado ocidental, éramos e continuamos a ser a periferia do chamado mundo ocidental, aliás países como o Brasil, com mais de cinquenta porcento de mestiçagem com africanos, já é mais do que suficiente, para muitos analistas não considerarem, de fato e de direito, o Brasil como membro dessa comunidade chamada mundo ocidental. Quando menciono essa verdade, para alguns amigos mais classe média padrão, ficam horrorizados, mas como? Não acreditam. Se recusam a aceitar. Não conseguem se imaginar fora desse mundinho ocidental e dos seus valores, imagine! Embora achem de verdade, que a grande maioria do povo brasileiro não faça parte mesmo. São os nossos excluídos, povos inteiros que foram jogados todos na eterna indigência, são os condenados da terra como escreveu Frantz Fanon. Hoje, com o fim da bipolaridade, o mundo mudou completamente. Depois da queda do muro, chegou-se a pensar, que o bloco ocidental iria imperar sozinho, sem uma contrapartida. Por outro lado sempre se falou muito mal de Stalin, por décadas e décadas, de suas maneiras bizarras de fazer a política, que para o gosto ocidental mais arrumadinho, era considerado um horror. A mídia do ocidente sempre o demonizou, e continuou a fazer por décadas após sua morte em 1953. Acontece que diante do que está ocorrendo agora em nosso país, a maneira como estão buscando alcançar resultados políticos por outros meios, meios sujos, meios vis, a pior forma de fazer política, a política da covardia, completamente distante de qualquer vestígio daquela senhora de má fama, chamada democracia. É tudo tão escabroso, que chega a surpreender até mesmo aqueles, que até aqui ainda se escandalizavam com as práticas de Stalin. Alguém poderá objetar, que ainda não vimos sangue, mas as consequências da política que é feita hoje no Brasil, vai cobrar um preço muito caro, com a piora da qualidade de vida da população, que já vive em situação bem precária. Agora ficou mais evidente essas consequências, até mesmo para aqueles, que até outro dia, apoiavam o liberalismo econômico.



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