domingo, 28 de janeiro de 2018

Redirecionando o futuro

Quando se vê o futuro de milhões sendo alterado arbitrariamente, alterado para muito pior do que está, alterado na mão grande,  em desrespeito às urnas, através de golpe de estado, golpe que em tempos de “fake News” e pós-verdade, não importa mais o nome que se queira dar, ou quem são os seus principais agentes e protagonistas, se são relevantes ou não, não importa nada disso. O que importa, é que o golpe foi dado, é fato, factual, e com o golpe veio a mudança radical de rumo, mudança de projeto de país, da direção governamental, que vinha sendo dada ao país. No primeiro mandato, é bom que se diga, já que no segundo Dilma Rousseff não conseguiu governar, não deixaram, com a sabotagem toda de Eduardo Cunha e sua gangue de mais de 140 deputados federais eleitos no pleito de 2014, para a câmara dos deputados. Eleitos com dinheiro acumulado através da chantagem contra empresários e outros, um dinheiro sujíssimo, quando se usa o cargo público, para auferir vantagens de forma sub-reptícia. Além, é claro, do pato amarelo da Fiesp, da banca, do aparelho judiciário e do partidarismo de uma mídia vendida.  Bem, essa história ainda está em curso, mas todos que acompanham a conjuntura do país sabem do que estou a falar. Quando se vê como eles destruíram de forma repentina toda a estrutura anterior, que vinha, a duras penas, tentando cumprir o que reza a Constituição de 1988. Como foi o caso da chamada reforma trabalhista, um retrocesso tremendo, quando retiraram a possibilidade de criminalizar as práticas laborais análogas à escravidão, levando o país de volta ao século XIX. E a proposta de reforma da previdência, que está no Congresso, que vai deixar pelo caminho, sem direito à aposentadoria, mais da metade da população brasileira trabalhadora, pois com a situação laboral precarizada com a reforma trabalhista, e com o trabalho intermitente aprovado e em vigor, os trabalhadores não terão como arcar com os custos de uma aposentadoria privada. É um ataque brutal e covarde contra os direitos dos trabalhadores, um desrespeito total, da parte de quem diz “quem manda aqui sou eu”, ou “sabe com quem está falando?” O roubo de direitos é tão escroto e perverso, tirado dos mais pobres na mão grande, conquistas asseguradas depois de décadas e décadas de muita luta, e mobilizações a favor de pequenas melhoras, além, é claro, do pleito do aumento de salários, que aconteceu ao longo de todos esses anos. O pior de tudo, é que a covardia é feita, com a cumplicidade da mídia, a eterna fiel aliada dos golpistas, ou das classes dominantes, "mídia" um aparelho ideológico de estado importante na sustentação da narrativa conservadora, tanto quando evoca ou quando silencia e não divulga ou informa, o que os trabalhadores precisam saber. A mídia, que blinda as ações perversas contra a população mais frágil com um silêncio ensurdecedor, além de eloquente, claro. Parece que ninguém sabe de nada, não se ouve comentário algum por enquanto da parte de baixo da pirâmide, ninguém reclama, nem nas ruas, ninguém sabe do saco de maldades, que ainda está bem cheio e a caminho. Tudo agora é válido, para deixar o território brasileiro um pasto livre, bem atrativo e apetitoso, para os investidores internacionais ganharem muito dinheiro fácil, já que o estado ficou desonerado de suas obrigações mais fundamentais, básicas e constitucionais. O estado agora é um ente exclusivo dos interesses do deus mercado. Sempre foi o desejo de todos os arautos do liberalismo econômico, que mais uma vez alcançaram seus torpes objetivos de forma não democrática, não através do voto, mas pelo golpe. Esse é o eterno plano B da direita nacional, só conseguem chegar ao poder através de golpes. Diante de tudo o que está se passando no país, apesar de todos os malefícios, de ver e ter o futuro interrompido, também acho que o momento oferece a oportunidade, para se pensar e repensar saídas, novas táticas e estratégias, o que fazer daqui pra frente, o que se precisa ler de forma mais urgente, o que estudar. Que virá resistências não tenho a menor dúvida. As soluções serão diferentes, cada orientação política e ideológica terá a sua solução particular, mas desde já, vejo que passa por uma revolução. A direita golpista não respeita o resultado das urnas, aquele arremedo de democracia eleitoral, um simulacro, só é tolerada quando é conveniente, não tem mais como contemporizar e pactuar nada com essa gente cretina e mesquinha. Agora ficou claro, até mesmo para os de centro, que a saída é a revolução, não tem outra alternativa pela via pacífica. Só toleraram um pouco de democracia, porque ficaram desmoralizados com 21 anos de ditadura militar, foi apenas um breve soluço democrático, que já passou. Agora é o momento de encarar a situação real, pensar muito, e se preparar para o bom combate.

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