quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Última terça no grupo de estudo filosóficos

Com o fim da exposição do físico Mariano, sobre o processo caótico e estocástico, com todos aqueles gráficos, fórmulas complexas de matemática, em narrativa nada linear, pois não tinha começo, meio e fim, deixando alguns ouvintes com o sentimento, de que são mais ignorantes do que imaginavam ser. É incrível isso acontecer, porque o fenômeno da física hoje no planeta é de fato um fenômeno, se formos pensar na audiência, na quantidade de livros vendidos, principalmente por parte de alguns gurus indianos, que são verdadeiras fábricas de dinheiro, tal é a volúpia, com a qual esses gurus transformam um simples lançamento corriqueiro de livro em best-seller. Bom, mas esse assunto pode se tornar outro post no futuro, que trate exclusivamente do assunto, do fenômeno editorial dos gurus da física, indianos ou não. Deixo aberto o blog, até para a colaboração de algum amigo, que queira contribuir com alguma coisa nesse sentido. Gostaria de deixar registrado, um pouco do que rolou no último encontro do grupo de Filosofia, realizado na última terça dia primeiro de dezembro. Com o fim da exposição de Mariano, e com o fim do ano e de nossas atividades chegando ao fim, acabamos ficando sem pauta, sem assunto ou tema definido, para tratar e discutir em grupo no último encontro.
Como Paulo Mafort mencionou, que recentemente havia feito uma apresentação sobre a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, sugeri então, se não seria oportuno, dar uma palinha, e caso agradasse, talvez pudesse tornar-se tema num futuro próximo.
Paulo de pronto concordou, e iniciamos os trabalhos no grupo, com a exposição do assunto, meio de improviso, já que foi de surpresa, pois, como mencionei acima, estávamos sem pauta. Uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo no grupo de estudo, é que as pessoas não têm o menor temor de intervir, mesmo tratando-se de um assunto, que elas desconheçam totalmente. Com isso, qualquer coisa lançada naquela arena heterogênea, é motivo mais do que suficiente, para surgir as mais apaixonadas discussões e polêmicas. E não foi diferente mais uma vez, mesmo que o assunto não tivesse sido combinado previamente, ninguém havia lido nada antes sobre o assunto, salvo o próprio narrador Paulo Mafort. Quando ele mencionou a expressão Teoria Crítica, julguei, que fosse desenvolver em primeiro lugar, o significado dos termos, fosse fazer um pequeno histórico, etc., enfim, fosse trabalhar mais com o trabalho teórico de Max Horkheimer, que foi quem cunhou essa expressão Teoria Crítica, no ensaio Teoria Tradicional e Teoria Crítica, ainda nos anos trinta, antes da segunda guerra mundial e do exílio nos EUA. Mas para a minha surpresa, Paulo tomou um rumo totalmente inesperado, e começou a citar Adorno e até Benjamim, em reflexões sobre a arte, sobre os textos de Adorno a respeito da música, a crítica de Adorno ao Jazz norte americano, que segundo Adorno, não ajudava o espectador, era um empecilho no cultivo da boa música, e pelo contrário, o preparava de alguma forma, para o que depois, veio a ser a manipulação do consumidor pela indústria cultural, que visava mais o lucro, do que a qualidade, etc. Dessa forma, voltou a polaridade entre uma cultura de elite e uma cultura mais popular, e pronto, estava, mais do que suficiente, presente o motivo, para ser instaurado mais um polêmico debate, e aí ninguém conseguiu segurar mais o grupo, que não deixou espaço nem mesmo para o narrador expositor, que perdeu o protagonismo e foi obrigado a voltar a insignificância de ser apenas, mais um elemento do debate, que fluía acaloradamente por todos.

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