segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Defender racistas também é racismo





Tem sido visto ultimamente certa solidariedade, por parte de gente, que tem voz ativa no mercado, gente que faz parte da grande mídia, repórter ou jornalista, além de alguns artistas, todos tentando minimizar o fato, alguns até mesmo tentando desqualificar o episódio, imaginem dizem outros, todos enfim a passar pano quente na declaração racista do jornalista William Waack, um dos porta-vozes do golpe. Além disso, circula rumores, dele ter sido recrutado pela CIA nos anos oitenta, quando foi correspondente na Alemanha. Portanto, para ser elegante, reafirmo que não tenho nenhum apreço por essa figura. E se já não tinha apreço por outros motivos e razões, antes de saber que era racista, agora ficou mais difícil. Vejo gente elogiando-o por ser um homem de cultura. E daí cara pálida? Não importa a cultura de um homem, mas o que esse homem faz com essa cultura. E que bem William Waack dá à sociedade? Talvez dê à sua classe, ou àqueles a quem presta serviço. Não é com a participação em programas de tevê, como, por exemplo, as exibições monocórdicas da ladainha neoliberal sem JAMAIS incluir o contraditório, que fazia uma vez por semana na Globonews no programa "Painel". Uma mesa-redonda com Waack apresentando, discutia-se um determinado tema combinado com três convidados, todos do mesmo campo político, com a mesma ideologia. Dentre os temas debatidos sem a presença do contraditório, discutia-se incansavelmente, a queda da presidente Dilma. Trabalharam muito pela desestabilização do governo, para enfraquecê-lo cada vez mais, e tornar mais fácil o processo de impeachment, já encaminhado por Eduardo Cunha na Câmara dos deputados. Para tal desafio discutiam as pautas bombas, para arruinar o governo, a política do quanto pior melhor. De forma que era aquela arena, o local perfeito e adequado, para se discutir abertamente, e de todas as formas, o que melhor fazer para derrubar o governo Dilma. Era no programa Painel, onde William Waack se sentia uma espécie de paladino e baluarte do golpe, onde fazia intenso proselitismo favorável ao mercado financeiro e ao golpe, jactava-se da posição que exercia, e pavoneava-se de forma inacreditável. Seu proselitismo ideológico foi nefasto para o país. Está colhendo hoje o que plantou. Quem o defende por motivações ideológicas, por estar alinhado com as suas posições políticas, presta um desserviço à democracia, porque não se deve dar atenuantes ao racismo. Nada o justifica. É condenável sob todos os aspectos pela Constituição, que considera o racismo, crime imprescritível e inafiançável. É claro, que a partir de agora, uma plêiade de personagens do mesmo naipe, sectários adeptos da ideologia política de direita, racista e antipopular, virão em seu auxílio, solidarizando-se com o acusado, a utilizar todo tipo de artifício, visando desqualificar a acusação por crime de racismo. Quem sabe aparece um advogado iluminado, que costuma advogar causas perdidas, venha em seu auxílio, e transforme a acusação de crime de racismo, em crime por injúria racial, com pena bem mais branda e leve. Tem sido assim de forma recorrente, há bastante tempo, sempre que alguém do andar de cima, é levado à justiça acusado de racismo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário