segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Um antilulismo movido a preconceito


Tem sido visto ultimamente uma gente, não é conveniente fulanizar por enquanto, tudo gente de bem e de bens, que leva uma vida boa e confortável do ponto de vista material, aquilo que se poderia chamar de: "privilegiados". Estão quase todos os dias a publicar ou compartilhar posts ofensivos contra Lula, a quem acusam de tudo, sempre com as piores acusações e desqualificações, já visando atingi-lo o máximo possível, com o claro objetivo de que toda essa carga negativa possa dar resultado no julgamento marcado para o dia 24 de janeiro próximo em Porto Alegre, ou seja, com o objetivo de fazer pressão sobre os juízes, que julgarão o caso. E no entanto, considero bastante curioso, que sobre os corruptos do seu próprio campo político, não dizem um "ái", nunca dizem nada, silenciam o silêncio da cumplicidade, como se esses nunca tivessem feito nada, como se não tivesse sido encontrado no apartamento de Geddel, na Bahia, a soma de mais de 51 milhões, uma mala com remessa para Temer com meio milhão de reais, malas e pacotes totalizando 2 milhões de reais entregues por Joesley Batista para Aécio Neves, um helicóptero com mais de 500 quilos de cocaína pura, com fortes suspeitas de pertencer a “Aécio & Perrela”, além de muitos outros fatos delituosos. Por que será? Portanto a acusação de corrupção usada à exaustão contra políticos do campo popular, a chamada esquerda, que foi utilizado como arma política para criminalizar e retirar da vida pública, várias personalidades daquele campo político, enquanto os seus corruptos preferidos, de várias siglas partidárias, como do PSDB, DEM, MDB e outros, foram e são blindados o tempo todo, não são atingidos pela justiça política, tendenciosa, SELETIVA e partidária deles, (in)justiça que está sendo usada e utilizada descaradamente, como instrumento de ação política. A estratégia de usar a corrupção, para atingir determinado setor da vida nacional, não cola mais, porque já está muito manjada, aliás é uma tática amplamente utilizada no país desde os anos 50 do século XX, foi assim contra Getúlio Vargas em 1954 com o famoso "mar-de-lama", um pouco contra JK, contra João Goulart em 1964, quando deram um golpe usando os quartéis, e agora contra Dilma, usando-se a desculpa esfarrapada das pedaladas fiscais e o judiciário. Sei que existem várias razões para agirem dessa forma, a que chama mais atenção é a falta de argumento político para o debate público, falta de uma "pauta do bem" para o país, são golpistas, e só conseguem chegar ao poder através de golpes, como o que deram em 2016. Não possuem argumentos convincentes para construir e estabelecer uma narrativa, trata-se de uma direita chinfrim, uma direita burra, que repetem o que assistem as nove horas no jornal nacional de todas as noites, de forma passiva, sem questionar, e que consideram como verdade quase absoluta. Não confessam jamais, talvez porque, para a grande maioria dos indivíduos do campo político conservador antilulista, não sejam ainda conscientes da grande motivação, que está por trás, que os mobilizam nessa cruzada maldita contra o líder político metalúrgico. Tenho um palpite, uma leve desconfiança, quase uma certeza, que o que está por trás desse ódio todo contra Lula, não tenha nada a ver com corrupção ou qualquer outra falta, que porventura Lula tenha cometido, ou deixado de fazer. Tudo leva a crer, que toda a campanha antilulista, tem a ver com o preconceito dessa “gente-de-bem”, que não se conformam em ter sido governados, e bem governados, por um político, que veio de baixo, das camadas mais inferiores da escala social. Para essa gente conservadora, com mentalidade fortemente escravista, embora a maioria deles não se dê conta, uma mentalidade herdada ainda dos tempos do escravismo nacional, dos tempos da casa grande e senzala, que essa gente ainda cultiva sem perceber. Daí tamanho preconceito. Para esse tipo de gente preconceituosa, político bom tem que ser doutor, de preferência bem apessoado, engravatado, com perfil elitista, mesmo que seja corrupto. Quem não se lembra de Fernando Collor em 1989? Para quem não importa o ser, o importante é a aparência. Por isso não toleram um político com o perfil de Lula, e ainda com um dedo faltando um pedaço, sem diploma universitário, sem boa dicção. Essa gente vive de aparência, por isso demonizam tanto Lula, que não corresponde jamais ao ideal do homem público idealizado. Um indivíduo, que vem de baixo e sobe na vida por esforço próprio, tão valorizado na cultura norte-americana, o chamado “self-made-man”, na cultura e mentalidade escravocrata brasileira não funciona, não é valorizado jamais. No afã de manter a sua situação de privilégios, vis-à-vis o restante e a maioria da população, não gostam nem um pouco de assistir alguma melhora para a gentalha, querem continuar pagando merreca à empregada doméstica, e de pouco ou nenhuma oportunidade para os do andar de baixo, por isso combatem tanto a política de cotas para pobres e negros, o bolsa-família e tantos outros programas de políticas públicas deixados pelo governo deposto. É uma gente de coração muito ruim, egoísta e preconceituosa. É lamentável assisti-los continuar cultivando a consciência num nível tão baixo.


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