domingo, 3 de dezembro de 2017

As coisas estão mudando

Tenho ouvido dizer, que a direita política, aproveita-se dos momentos de crise econômica e política, para engendrar as suas pautas conservadoras e extremamente impopulares, para as inocular na sociedade, através de massiva propaganda, onde instrumentaliza o ódio contra supostos inimigos, deixando-os na defensiva e assim tornar mais fácil o avanço em busca de seus objetivos espúrios. Com o golpe político, que se iniciou com a derrubada do governo anterior, através de um impeachment ilícito, e que continua avançando dia a dia em outras áreas do Estado, como definido pela Constituição de 1988, que os governos posteriores foram, pouco a pouco, regulamentando e estruturando, onde muita coisa ainda estava por fazer. Com o golpe não só foi interrompido o lento avanço, que vinha sendo feito, como foi alterado, cortado, violado, estuprado e retirado várias garantias constitucionais, conquistas da sociedade civil alcançada depois de longas e duras lutas. E assim da noite para o dia, os golpistas resolveram acabar vilipendiando, num verdadeiro rolo compressor, e só não fez mais, devido aos seus próprios erros e falhas, como as duas denúncias contra Temer, feitas pela Procuradoria Geral da República, que solicitou ao STF dois pedidos de investigação contra o presidente ladrão e golpista, que tendo que se defender, não sobrou muito tempo para continuar a sua investida devastadora contra o Estado e a sociedade brasileira. A gente sabe quem são os principais agentes do golpe, aqueles que instrumentalizaram o golpe, uma artimanha iniciada pela Câmara dos deputados, para dar uma aparência legal, através do pedido de afastamento da presidente protocolado na Câmara, pela descabelada Janaína Paschoal e pelo advogado gagá Hélio Bicudo, aceita pelo criminoso confesso Eduardo Cunha, que presidia a Câmara na ocasião. Um impeachment sem crime de responsabilidade não poderia jamais ser legitimado, então eles inventaram um fenômeno inusitado, chamado de pedaladas fiscais, e sacramentaram com uma vitória acachapante no dia 17 de abril de 2016. O STF completamente conivente com a farsa do impeachment, acovardou-se, não se posicionou, e acabou por aceitar o golpe dado, que se consumou com o afastamento definitivo da presidente. É claro, que os golpistas não poderiam agir, como fizeram, sem contar com o apoio da mídia, de uma mídia mafiosa, composta por oligarquias familiares, que cartelizou completamente a veiculação de notícias no país, da pior maneira possível, num país que retardou muito em fazer a regulação da mídia, como já existe na maioria dos países avançados do mundo civilizado, sobretudo na Europa ocidental e EUA. Para agravar a situação, o Ministério Público Federal tendo recebido pela Constituição de 1988, uma certa autonomia de operação, como jamais tinha tido ao longo da história, e só recebeu porque estávamos saindo de um regime ditatorial, e não se queria interferência externa no judiciário. Com a presidente sofrendo ataques a partir de 2013 de todos os lados, o MPF começou a soltar as suas asinhas, e começou a cometer todo tipo de arbitrariedade, principalmente em operações feitas em conjunto com a PF, realizando prisões arbitrárias, conduções coercitivas, coações, ameaças a familiares de acusados, e muito mais, quebrando praticamente com o Estado de direito no país, num arremedo do modus operandi do MP dos países anglo-saxões, o que não é a nossa tradição jurídica, em nenhuma hipótese, e que continuam a praticar abusos e arbitrariedades até o presente momento. De repente, as esquerdas muito divididas, que estavam todas recuadas e na defensiva, começam a despertar da letargia e a reagir, e refletir sobre os erros cometidos, que as fizeram chegar até esse ponto. Foram republicanos demais, precisam ser mais maquiavélicos em todos os sentidos, porque as cobras peçonhentas da direita levantaram demais suas cabeças nojentas, que precisam ser esmagadas o quanto antes. Na próxima vez não será mais como antes, não se pode compor, nem fazer alianças com cobras desse calibre. O jogo precisa ser diferente. Não se pode deixá-los se criar, nem deixar mais o campo aberto. A luta continua.

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