segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Guerra de narrativa

Hoje em dia, ao mesmo tempo, que ficou mais fácil, qualquer pessoa ir para uma rede social, para falar ou escrever sobre qualquer coisa, o que, à primeira vista, parece uma coisa boa, e deveria ser, mas não é bem assim, que a banda toca. Porque tem gente, que conheço há décadas, que não entende nada de política, não sabe nem quem foi Maquiavel, e que de repente, vejo que se transformou da noite para o dia, num exaltado analista político, ditando regras sobre quase tudo, fala até mesmo de parte do planeta onde jamais pôs os pés. O que é bem complicado, pois  na exaltação provocada pela paixão política, acaba dizendo besteira, que me faz ficar pisando em ovos, para não ofender ao querer criticar ou comentar, e acabo desistindo. Leio a bobagem publicada, mas não digo nada, evito fazer qualquer comentário a respeito. Talvez possa ser considerado um excesso de cautela ou covardia da minha parte não comentar. Penso sempre, quando isso acontece, que qualquer coisa dita, possa ser mal interpretada ou não bem compreendida, e aí o estrago será fatal, com o que, posso acabar criando um clima, um stress desnecessário, ferir a susceptibilidade alheia, e como consequência, acabar por criar uma inimizade. Então é preciso tomar cuidado. Foi por isso, que passei a procurar entender porque a maioria das pessoas evitam  fazer comentários, é difícil encontrar comentários, mas essa dificuldade  poderá ser também, uma incapacidade do leitor, expressar um pensamento, ou até mesmo, entender com mais profundidade o texto. Enfim, pelo sim pelo não, a maioria dos leitores, na minha avaliação, fogem, por tudo que é mais sagrado, como o diabo foge da cruz, de fazer um comentário. É raro encontrar alguma nota nas coisas, que vejo publicadas. Evidentemente, tudo que falei só vale, quando estamos se referindo às postagens dos amigos, porque quanto aos desconhecidos, é um verdadeiro salve-se quem puder, há de tudo, fala-se e escreve-se de tudo e muito. Acontece, que o momento que o país está passando, que o golpe mergulhou numa tremenda crise política, crise que dividiu o país, numa verdadeira guerra de narrativa, a direita contra a esquerda e vice-versa. Assim que o golpe se deu, os militantes do campo popular, a chamada esquerda, que sempre foi muito dividida dentro de seu espectro político, da extremidade ao centro. O golpe político deixou a todos do campo popular atônitos, meio nas cordas, na defensiva, e assim se mantiveram até recentemente. Agora, pouco a pouco, esse campo político, estimulado pela escalada das caravanas de Lula, que está disparando nas pesquisas eleitorais, como o candidato melhor avaliado, e em virtude disso, as esquerdas começam a reagir, embora Lula não seja unanimidade nas esquerdas, é visto nessa conjuntura, como a melhor alternativa, para a saída da crise provocada pelo golpe, e tudo isso começa a se refletir no discurso político publicado, isto é, na narrativa de esquerda, e até mesmo na batalha que se trava em toda parte, sobretudo na internet, onde o pau está quebrando o tempo todo. Chega a ser contagiante, acompanhar a luta ideológica travada no dia a dia, onde não existe marasmo. Aposto muito mais as minhas fichas na narrativa de esquerda, porque as pautas da direita são muito impopulares, além de conservadoras e reacionárias. É verdade, que eles contam com o forte auxílio da  mídia aliada oligopolista familiar e mafiosa de direita, mesmo assim, já começo a sentir uma leve vantagem do discurso esquerdista. Tanto é assim, que o candidato Lula, apesar de toda demonização feita pela mídia contra a sua figura, está na frente em todas as pesquisas, e continua avançando a cada nova pesquisa realizada, embora a campanha eleitoral ainda esteja longe de iniciar oficialmente. É claro, que a direita golpista está contando como certa, a criminalização do candidato Lula pela injustiça seletiva, parcial e partidária de Curitiba. Porém, como se sabe muito bem, todo grupo autônomo, que se investe de poder durante muito tempo, em algum momento, acaba sempre trocando os pés pelas mãos, o que o leva a fazer bobagem, cometer erros, e até praticar o ilícito e a corrupção. E assim é o que parece, que anda acontecendo com a força tarefa da Lava Jato, tanto a de Curitiba, como a do Rio de Janeiro, e até mesmo a de Florianópolis, onde uma delegada irresponsável da PF, ao receber uma falsa acusação de um desafeto do reitor, mandou prender e cometeu tantas arbitrariedades contra o reitor Cancellier da UFSC, que acabou por levar o pobre homem a cometer suicídio, o que já provocou um pedido de abertura de inquérito policial, para apurar o que aconteceu. Portanto, a guerra  política está aberta, declarada e escancarada, os militantes do campo popular não estão mais deixando barato, estão respondendo a tudo e a todos. Ainda é cedo e imprevisível avaliar até onde tudo isso pode chegar, mas se a justiça, que é parte do golpe, com Sérgio Moro e sua turma, resolver tirar Lula da jogada política, com condenações sem provas, como já foi feito por Moro na primeira instância em Curitiba, mas que ainda está dependendo do que decidirão a segunda turma de Porto Alegre, poderá haver reação popular, que ainda não se pode avaliar seu impacto, mas que poderá provocar confrontos e desestabilização por todo lado. Há quem acredite nisso. É preciso aguardar, para ver os desdobramentos. Mas a direita está esticando tanto a corda, que esta poderá não aguentar.

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