terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Xenofobia fruto maduro do elitismo

Não é difícil imaginar, que é mais fácil para os de baixo, para quem procede e teve a origem advinda dos campos mais humildes da hierarquia social, como é mais fácil conhecer, os terríveis efeitos e consequências dos males, que fazem certos preconceitos, males que deixam marcas, deixam traumas, que não se apagam, marcas indeléveis, que deixam feridas profundas na alma de todas as suas vítimas. Preconceitos que circulam na teia social, em grande medida frutos do elitismo de alguns, de uma gente que nasceu em berço esplêndido, podendo contar com vantagens sociais e privilégios, desde que nasceram. Contando com bens, serviços e oportunidades, que dão-lhes uma vantagem enorme vis-à-vis os de baixo, uma coisa desigual de privilégios, de tal modo, já naturalizados na cabeça de todos, que fica difícil perceber, que nem todos os outros habitantes da mesma cidade vivem nas mesmas condições de temperatura e pressão. Julgam os de baixo com a mesma fita métrica, que medem a si mesmos, como se estivessem olhando-se no espelho. O que deixa visível, como o privilegiado ainda não entendeu as diferenças de oportunidades entre um grupo e outro, o que escancara, deixa um enorme flanco aberto, para a entrada dos mais perversos preconceitos sociais estigmatizadores. Preconceitos terríveis, que quando ativados são verdadeiros obuses, devastadores contra suas vítimas, quase um atentado, um assassinato da cidadania da vítima, além de provocar profunda baixa autoestima, e de outros terríveis malefícios definitivos em suas vítimas. Nota-se que tais preconceitos sociais manifestados hoje em toda parte, e por todo lado, através de diferentes meios e veículos. Não surpreende mais encontra-lo, até mesmo da parte de gente, que teoricamente já deveriam tê-los superado há muito tempo, já que encontram-se no campo popular, da chamada esquerda política. Mas quando certos valores estão mais arraigados na mente, fica difícil se livrar deles sem algum esforço, mesmo sendo de esquerda, para quem vem dos estratos mais privilegiados da sociedade. Daí os julgamentos públicos manifestos,  que emergem vez ou outra, a condenar e acusar o povo brasileiro disso e daquilo, por várias razões e motivos, desde ser um povo passivo, de não ter reagido ainda contra os golpistas, não ter ido às ruas ainda como deveriam, até por não protestar mais, etc. Então no fundo, no fundo, estão a condenar o povo brasileiro, como um povo fraco e inferior, de ser um povo com complexo de vira-lata, como sempre fez e faz, o tempo todo, a pequena burguesia nacional mais conservadora e de direita. Questiono, em que medida, julgar e condenar o povo brasileiro, como tem sido feito, na prática irá ajudar ou trazer algum benefício, para esse mesmo povo, por sua vez, tão massacrado pela vida dura que foi condenado a levar, com poucas chances e oportunidades, quase a sina do escravo, sem saída, espoliado, explorado e condenado, ao longo de toda a história, por uma elite, que não se reconhece neles. Claro, que não ajuda em nada.

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