quinta-feira, 22 de março de 2018

Os golpistas não mataram a minha esperança


É espantoso ver, como tem gente, que ainda não percebeu o que de fato está  acontecendo no país. É curioso ver gente vir a público dizer, por exemplo, que está completando dois anos do golpe, quando na verdade, o golpe continua em curso, em pleno vapor. No atual momento da vida nacional, todo dia tem golpe. A cada dia que passa, mais um golpe é desferido, não apenas contra Dilma, Lula ou o PT, mas desferido contra a sociedade brasileira, contra a soberania e a cidadania, contra um projeto de país, contra os recursos naturais e o patrimônio público do país. Vejo também gente falando em eleições de maneira tranquila, como se o país estivesse vivendo em plena normalidade democrática, que as eleições ocorrerão de forma natural, o que é outro erro de avaliação, um total absurdo. Isso ocorre mesmo em setores, que se dizem de esquerda, onde pequenos partidos já lançaram seus candidatos próprios, que em nenhum momento cogitaram ou falaram de unidade da esquerda. Rui Costa Pimenta do PCO, costuma dizer, que esses grupos de esquerda, como PSOL, PSTU e até mesmo o PCdB, que durante anos foi aliado do PT, ainda não acordaram para a realidade política, que o país está passando, o risco que o país está correndo, que o golpe pode se radicalizar ainda mais, descambar para a extrema direita, apelar para mais intervenção com o uso da força, a ponto de não haver nem eleições. Muito pelo contrário, todos eles lançaram os seus candidatos próprios, o que seria mais do que legítimo, se o país estivesse em plena normalidade democrática, o que não é o caso agora. Preferem assim fazer, para marcar posições, marcar suas diferenças ideológicas com o único partido de massa do campo popular, o PT, o que revela cada vez mais, que esses grupos compraram totalmente a agenda moralista da direita golpista contra a corrupção. Falei do Rui Costa Pimenta, porque me lembrei de um diagnóstico, feito por ele, a respeito desses grupos de esquerda como o PSOL por exemplo, dizia ele, que esse tipo de partido, não tem base social nenhuma onde se amparar, Guilherme Boulos do MTST tem, mas o Boulos nunca foi do PSOL, não fez a sua carreira de militância política nesse grupo, só se filiou ao PSOL muito recentemente, unicamente para ser candidato do mesmo, o que desagradou algumas alas do partido. Para Rui Pimenta esses pequenos partidos de esquerda, como o PSOL, são partidos dirigidos por uma elite pequeno burguesa, que falam e se dirigem para a pequena burguesia, para grupos de militantes de classe média, como se estivessem falando para os trabalhadores mais pobres, sem ter nenhuma base na classe operária, que via de regra, querem ser mais realistas que o rei. Partidos políticos sem lastro social, sem base, sem conexão com a classe trabalhadora, conduzidos única e exclusivamente por meia dúzia de intelectuais, está fadado ao fracasso, como a história mostra exaustivamente. Não ter compreensão da dimensão real do momento político, pelo qual estamos todos passando, leva a erros de avaliação, que gera prejuízos políticos graves, já vividos muitas vezes no passado. Errar é humano, mas se deveria aprender com os erros, e não continuar a cometê-los, por qualquer razão, seja por teimosia, sectarismo ou esquerdismo. Aliás, já dizia o mesmo o próprio Lenin lá atrás, quando publicou, “Esquerdismo, a doença infantil do comunismo”.


Um comentário:

  1. Muito bom! Sua análise sobre o Psol é muito elucidativa. Nunca tinha me atentado a tais fatos.

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