sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Algumas rápidas impressões de Paris antes do atentado

Paris a cidade está muito bem, continua linda como sempre, em alguns lugares percebo, que a limpeza pública não é mais a mesma, com papéis e guimbas de cigarro largados pelo chão, que não foram ainda recolhidos pelo serviço de limpeza pública. Essa foi a primeira impressão, sobretudo nas áreas turísticas, porque depois pude constatar ao vivo sentado no 'terrace' de algum Café ou Bistrô, que o serviço de limpeza pública passa de três a quatro vezes por dia nas áreas turísticas, que os próprios turistas sujam muito, que não tem serviço público, que consiga dar conta da falta de educação de alguns turistas, uma turma da pesada realmente. Por outro lado, tive oportunidade de conhecer bairros não turísticos, mais residenciais, ao visitar amigos franceses, cujas ruas eram impecáveis, quase padrão suíço, além de limpos eram lugares bem mais tranquilos. Agora gostaria de falar de um cantinho, que me pegou principalmente pela boca, glutão que sou por doces, depois descobri outros lugares também bons em doces em outras partes da cidade, mas a primeira impressão da Rue Mouffetard, foi que tinha chegado ao paraíso. Além dos doces, tem também outras lojinhas cheias de charme, na decoração, no lay out  e no bom gosto em geral, ao longo de toda a rua, que fazem toda a diferença, quando a comparamos com outros lugares similares. Recomendo a quem estiver indo para Paris, não deixar de fazer um passeio por essa rua, durante uma tarde pelo menos, para tomar um bom café e comer um éclair, a nossa bomba de chocolate, na Rue de Mouffetard, Quartier Latin, ou se deliciar com outras infinitas coisinhas gostosas. Hum! Que delícia! A rua Mouffetard é tudo de bom. Acho até que exagerei um pouco, passei muito do limite, porque não conseguia resistir a tantas tentações, e quando me dava conta da vida, lá estava eu por aqueles cantos da rua, sentado em algum lugar gostoso ou mesmo caminhando. Curti muito aquela rua maravilhosa. Outro lugar explorado nessa viagem, foi o Marais, um lugar realmente que se pode chamar de especial. Um bairro com a quase totalidade dos imóveis da época medieval, que foi completamente revitalizado dos anos noventa pra cá. Quando vivi em Londres nos anos oitenta e ia a Paris de vez enquando, o Marais era um bairro completamente decadente e evitado, apesar de ser bem central. Para quem está na rive gauche e atravessa as pontes sobre o Sena, situadas atrás da nave mãe da Catedral de Notre Dame, já cai direto no Marais. É um lugar sobretudo para curtir  inicialmente com o olhar, procurar descobrir algo interessante que atraia, em seguida usufruir com todos os outros sentidos, e finalmente terminar se perdendo literalmente, tal o poder de encanto e feitiço, que o lugar proporciona e estimula. Lembro bem o dia, quando me dirigi até lá com um objetivo específico, algo que não iria me tomar mais do que uma hora no máximo, se mantivesse o foco, e quando me dei conta, o dia estava quase terminando, mas foi ótimo, adorei. Dessa vez, fui três vezes até lá, e fiquei com a impressão de não ter conhecido nada. É mágico, bárbaro, absurdo e fantástico. Entrei numa lojinha de artigos para cozinha, a procura de uma lembrança para uma amiga, e fiquei impressionado com a quantidade e variedade dos artigos, objetos e gêneros alimentícios exóticos de toda a parte do mundo, além de infinitas outras coisas interessantes, tudo me mostrado por uma senhora judia, que gerenciava a loja, e que sabia tudo, conhecia tudo, dava até a impressão, que por lá estivesse desde sempre. Encontrei também pequenas livrarias boutiques, porque Paris quase não tem mais livrarias meio termo, de tamanho médio, ou são as grandes redes tipo FNAC, que tem filial no Brasil, ou as pequenas livrarias boutiques, especializadas ou não, as livrarias  medias, que existiam em profusão no Boulevard Saint-German quase não existem mais, por vários motivos e razões, dentre os quais os similares do Brasil, altos aluguéis inviabilizaram vários negociantes de livros, que tiveram que fechar as portas e encerrar o empreendimento de forma definitiva, livros agora no Boulevard Saint-German, só em camelôs nas calçadas, e no lugar das antigas livrarias e sebos, agora apenas lojas de marca famosa de roupas e acessórios caros. Mas voltando ao Marais, além das pequenas livrarias, tem também como em toda Paris, pequenos Cafés e bistrôs, onde se pode pedir um café e passar o tempo que se quiser, iniciar um papo com alguém sentado ao lado e deixar o tempo passar. Aliás, nesse particular, alguns pontos de Paris lembra muito o Rio, com a sua profusão e a abundância de botecos. No Marais tudo é muito bonito, com um certo charme e encanto todo especial, mas também bem mais caro do que outras partes da cidade. Enfim esse é o preço que se paga, quando se escolhe curtir um lugar diferenciado, mas vale a pena, o cafezinho parece até mais gostoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário