sábado, 7 de janeiro de 2017

Sobre a modernidade


Costumo dizer, que chego sempre com atraso nas coisas e nos movimentos, não nos compromissos, porque gosto de ser pontual nos compromissos, não gosto de fazer ninguém esperar. E não foi diferente em relação ao modernismo, quando pensava que estava chegando perto à modernidade, qual não foi meu desalento ao descobrir, que tinham inventado um óbice aos meus intentos, isto é, a pós-modernidade. Uma frustração, claro, que não gostei nem um pouco, nem simpatizei com o movimento novo, visto, desde que comecei a ouvir algo a respeito, com muita desconfiança e irritação. Até encontrar o livro "As razões do Iluminismo" de Sergio Paulo Rouanet, que me deu um pouco de clareza para toda essa questão. Rouanet chega a dizer, que não considera alguns arautos do movimento pós-moderno, que os norte-americanos preferem denominar pós-estruturalistas, e que todo mundo quase sabe de quem se trata, ou seja, o Foucault de antes da História da Sexualidade, Derrida, Deleuze e muitos outros. Rouanet afirma que esses autores todos criticam a modernidade utilizando-se dos mesmos instrumentos teóricos e críticos, todas as ferramentas da própria modernidade, que pretendem superar. Uma modernidade, que no plano do pensamento eclodiu a partir do pensamento kantiano, com o seu livro "Crítica da razão pura", com o movimento enciclopedista na França do século XVIII, além, é claro, da própria Revolução Francesa. Pode se dizer, que quem não descamba para o irracionalismo total, como é o caso de Bergson, de alguns herdeiros de Nietzsche e um certo Heidegger, não toda a obra, não consegue escapar da modernidade, podem espernear o quanto quiserem. Seria preciso a existência de um evento muito impactante no planeta, como uma revolução por exemplo, para que pudéssemos mudar de patamar, coisa que não ocorreu ainda. Por enquanto, não consigo vislumbrar nada em especial na linha do horizonte, embora esteja ligado, que o regime capitalista seja feito de crises, e como diz a célebre frase do Manifesto Comunista de Karl Marx, "tudo que é sólido desmancha no ar".


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