sábado, 21 de janeiro de 2017

Comentário sobre um artigo de Jessé de Souza


Jessé de Souza já vem dizendo tudo isso, que expõe em seu artigo, há muito tempo em seus livros, batendo sempre na mesma tecla sobre o posicionamento ideológico e político das chamadas “classes médias”, sobretudo no último que li dele: "A Tolice da Inteligência Brasileira" da LeYa, que recomendo a todos aqueles, que desejam entender como funciona a engrenagem social e econômica, e também o sistema de poder em nosso país. Agora o que ele diz de essencial no artigo, que essa classe média que foi pra rua vestida de verde e amarelo, que o vulgo chama de "coxinha", entrou de gaiata nessa estória sem perceber, e no final vai pagar uma conta enorme. Foi pra rua em parte motivada por um ódio de classe, por não tolerar mais assistir a empregada doméstica utilizando-se de meios de consumo antes só permitido às classes mais altas, como viajar de avião por exemplo, mas não apenas isso. E vai pagar a conta, coisa que já começou a acontecer, quando o filhote que estava nos States estudando pago e financiado através de um instrumento criado pelo governo deposto, ou seja, através do programa: "Ciência sem Fronteiras", retorna ao lar. Retorna devido ao fim do programa determinado pelo governo golpista de plantão, com o firme propósito de alinhar-se às políticas neoliberais, cuja cartilha manda reduzir gastos e cortar despesas, para a redução do tamanho do Estado tão apregoada por eles, onde se confunde investimento em educação com gastos desnecessários. Sucateia-se uma Universidade como a UERJ, deixa-se morrer à míngua por falta de verbas, e libera-se montanhas de dinheiro com crédito barato para empresas privadas. É claro que com a crise, as classes médias voltarão a poder contar de novo com uma oferta muito maior de domésticas sujeitas a se submeter aos valores pagos por faxina diária, mas os seus filhos perderão os celulares caros na primeira esquina, já que com o aumento da miséria, vem junto a violência dos assaltos, porque cada um se vira como pode, e a violência é sim uma das consequência desse desequilíbrio. As classes médias nacionais não tomam jeito, não aprendem com a História, é sempre o mesmo script, o mesmo roteiro, foi assim em 1954 contra Vargas, que acabou por levar o velho ao suicídio, dez anos depois em 64, quando apoiou o golpe militar, que nos legou uma ditadura de direita por longos 21 anos e só nos trouxe atraso. E foi assim agora recentemente, e sempre tomaram na cara, eles se contentam com pouco, parece que gostam e preferem viver num país cercado de miséria por todos os lados, é assim que eles querem permanecer, com alguns privilégios e a vidinha de sempre.

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