terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A volta do livro impresso

Nem tudo está perdido, e me dou conta disso quando ligo o computador e vejo a notícia que o criador do kindle o Sr. Jeff Bezos, dono da Amazon, vai abrir uma livraria em Manhattan, Nova York. Porque a ideia inicial com o kindle era o barateamento do livro, quando disponibilizado numa plataforma diferente do papel impresso, e inicialmente isso até aconteceu durante algum tempo, só que ultimamente os preços se inverteram, e as principais editoras estão lançando até com preços mais altos do que o de papel. Além da paixão pela leitura, todos sabem que na atual conjuntura o que fala mais alto é o preço do livro, e se no papel está mais em conta, essa torna-se a melhor opção, além de todo o simbolismo do apego à algo físico com textura e cheiro, quase um fetiche, que é a presença física do livro impresso. Então com os preços menores os leitores estão retornando para o impresso em massa, movimento que não precisei fazer, já que jamais abandonei o livro físico, que adoro por várias razões. Quando estive em Paris em maio e junho de 2015, senti uma nostalgia imensa, quando procurei algumas livrarias ícones no Boulevard Saint Germain, e só encontrei nos lugares lojas de marcas de roupas famosas. Compreendi o fenômeno do encarecimento dos aluguéis em espaços mais da moda, que tornaram mais difíceis a manutenção de certas atividades, mas é impossível não se sensibilizar. Depois andando em outros quatiers de Paris, vi que o fenômeno do fechamento de livrarias não havia ficado restrito apenas ao do Boulevard Saint Germain no Quatier Latin. Paris não seria mais uma cidade marcada pela cultura livresca de outros tempos? Impossível não se indagar. Ainda bem, que agora diante dessa notícia, há uma luz no fim do túnel para os livros impressos, e que retornem todas as fantásticas livrarias grandes e maravilhosas em todas as grandes cidades do mundo, que para mim tem um significado similar a uma catedral, porque é para onde prefiro me dirigir em estado de reverência, curiosidade e êxtase, quando encontro uma raridade ou um lançamento bombástico. Adoro. Que bom!

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