domingo, 28 de setembro de 2014

A mentira tem pernas curtas

Tenho ultimamente me indagado com frequência do porquê do insucesso da mídia hegemônica em sua campanha de massa contra a presidente da república. Por que será que essa campanha não está surtindo o efeito esperado e desejado? Tem se falado muito no conceito de desconstrução, que de Derrida mesmo não tem nada, pelo menos no que tenha observado até agora. Talvez pensem que desconstruir é simplesmente desqualificar o adversário durante um período de tempo, e tudo bem. Sabemos desde o último Heiddeger, que a linguagem está muito longe de continuar a ser puramente representacional, portanto o dado/fenômeno pode ser expresso de muitas e várias maneiras diferentes, de forma que por mais que se fale jamais se esgota o dado. Logo não adianta eu daqui da minha poltrona negar um dado da realidade, seja política, social, econômica ou artística, e dessa maneira achar que desconstruí alguma coisa, que todos daqui por diante irão aceitar apenas a minha versão dos fatos. Talvez as coisas ainda acontecessem dessa forma no século XIX ou nas primeiras décadas do século XX. Na grande maioria da crítica realizada pelos opositores da presidente, tanto a feita por políticos, como a da mídia oligopolista, é nítida no teor delas um tom a mais nas tintas, há sempre um certo exagero, que tende perigosamente em direção à mentira. Quando essa cantilena crítica permanece na mesma toada durante muito tempo, como é o caso agora, leva os leitores à fadiga e ao descrédito daqueles formadores de opinião, salvo quem já foi convertido àquele credo. Daí o pouco ou quase nenhum impacto desses ataques junto à opinião pública e aos milhões de eleitores pelo país afora, como mostram as últimas pesquisas eleitorais. É claro, que se costuma desqualificar também os eleitores, dizendo que são analfabetos funcionais, que não entendem nada, que são compostos de massas ignorantes dos rincões dos sertões do nordeste e do norte do país, falam de curral eleitoral e de massas completamente dependente do bolsa família, a fim de justificar porque eles não estão respondendo aquela critica massiva veiculada. Também não é mais evidente, que aquilo que é dito e escrito nas crônicas de articulistas opositores nos jornais, revistas e na televisão, seja factível. Os eleitores não acreditam mais nessa ladainha crítica, completamente inadequada entre o discurso e a realidade factual. Em alguns desses articulistas de oposição é nítido um tom de ódio, o exagero nas análises e nas pinceladas, de forma que fica difícil catalogar o estilo como surrealista, abstrato ou expressionista. Alguns chegam a ser patéticos. Distorcem os fatos e as falas da presidente ao seu bel prazer. Agora mesmo no encontro de chefes de estado na abertura das atividades da ONU, elas distorceram de tal forma a fala da presidente em suas análises, que realmente não consegui levar a sério quase nada do que encontrei na imprensa a esse respeito. O editorial de um grande jornal chegou a afirmar que a presidente propôs o diálogo com os terroristas do Estado Islâmico, distorcendo dessa maneira completamente a fala da chefe de estado. Diante desse quadro, talvez já esteja batendo um certo desespero, até mesmo quem sabe um descontrole emocional em alguns desses formadores de opinião, já que eles não conseguem entender como é que eles batem tanto na presidente e ela não cai nas pesquisas de opinião. Por isso estão cada vez mais raivosos e rancorosos com a opinião pública, que eles não estão conseguindo atingir e manipular como gostariam. Alguns chegam até mesmo a atacar agora o próprio regime democrático, pois só um regime democrático, que supõe o voto e a escolha através do voto pelo gosto da maioria, que desmerece a opinião dos mais sabidos, que são segundo os próprios, os articulistas de oposição. Tem gente falando até em ditadura da maioria. Tudo isso é muito cansativo para quem ler jornal e encontra esse conteúdo de ódio todos os dias, não é provável que essa estratégia equivocada da oposição midiática vá diminuir tão cedo, principalmente agora nessa época pré-eleitoral, eles são infatigáveis, eles não desistem, mesmo que percam mais uma vez as eleições. A nossa mídia dominante é muito conservadora e reacionária, salvo aqueles jornalistas e escritores mais independentes, que não precisam mais se submeterem às cartilhas dos patrões, mas esses infelizmente são poucos.    

Nenhum comentário:

Postar um comentário