O voto dele em Bolsonaro descobri por acaso.
Jamais imaginei esse tipo de revelação de sua parte, já que não somos amigos,
muito embora o conheça desde criança. Apesar de não chegar a sermos amigos, não
somos inimigos ou adversários, costumamos ser amigável um com o outro. Volta e
meia rola um diálogo sobre algum assunto, mas os afetos trocados são bastante contraditórios,
porque é uma relação muito doida, alguma coisa entre o amor e o ódio, talvez
fosse mais conveniente trocar o vocábulo "amor" por
"admiração", tem mais a ver com o que acontece entre nós. Tem hora
que os laços afetivos estão mais estreitos: que é quando nos aproximamos mais
um do outro, e é quando rola uma conversa solta ou um diálogo mais sério e
completo. Já em outras ocasiões ele fica à beira da hostilidade. Talvez a
revelação de que tinha votado em Bolsonaro, fosse uma coisa mais de querer
tirar onda, já que o candidato havia vencido a eleição para deputado federal
com um número recorde de votos. Mas assim que percebeu, que a minha reação fora
um tanto quanto negativa, mais que de imediato justificou o seu voto afirmando,
que Bolsonaro não é essa figura que costuma ser tão mal pintada pela
mídia e pelos adversários políticos. Que o candidato era um cara bom. E para
concluir, afirmou que, o que o fizera realmente decidir a bater o martelo na
escolha do voto favorável a Bolsonaro, foi quando descobriu, que ele
costuma dar ajuda a muita gente. Não procurei entrar em detalhes, com perguntas
sobre de que se constituía essa ajuda. Não sei se procede ou se é verdade a
informação, nunca li nada a respeito na imprensa. Acho muito difícil ser
verdadeiro esse dado. Porque, qual é o
político hoje em dia, que esconde dos eleitores, que ajuda alguém? Já que nada mais hoje em dia é melhor capital
político do que isso. Logo quem. Será mesmo?
Duvido muito, mas evitei polemizar com ele, e então encerramos mais esse
diálogo cordialmente. Não é nada combinado nem deliberado, porque não temos uma
cumplicidade explícita, alguma regra informal de relacionamento existe, mas
jamais discutimos asperamente. Quando as coisas ficam um pouco mais tensas,
sempre um dos dois bota o galho dentro e a conversa se encerra numa boa, o que
é bom para ambos os lados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário