segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Coxinhas em momento cívico?

Coxinhas indo participar de manifestações contra o governo central, governo que criou cotas para afrodescendentes poder frequentar cursos universitários e outros benefícios para os mais pobres, como o programa Luz para todos, o bolsa família, o minha casa minha vida, e muitos outros programas. Dilma Rousseff criou também um programa para a classe média, o ciência sem fronteira, que proporcionava bolsas de estudos, para alunos fluentes em línguas estrangeiras, poder cursar algumas das melhores universidades do mundo, subsidiado pelo governo federal, que o Temer acabou. De fato, os programas melhoraram a vida de muita gente, em alguns deles faltou mais fiscalização, o que gerou alguns abusos e fraudes, mas no mérito, não há o que se questionar sobre os benefícios para a grande maioria dos menos afortunados. A política de valorização do salário mínimo, e também para os outros salários, trouxe benefícios para muita gente, o que facilitou até mesmo viagens de avião para muitos peões de obra poder visitar os pais no estado natal. O boom imobiliário deixou a construção civil, com os salários mais valorizados, porque havia pleno emprego no setor de construção civil, em algumas praças houve ganho, porque os salários subiram bem acima da inflação. Na construção naval também, o sucesso foi enorme, com a política da exigência de componentes nacionais na indústria do petróleo, em todo o agregado de óleo e gás do país, só que mais regionalizada e setorizada. Só no Rio de Janeiro, o número de trabalhadores no setor da industria naval caiu de 86 mil trabalhadores, para poucos mais de dois mil agora em 2017 no governo golpista e anti-nacionalista, que derrubou a exigência de componentes nacionais, poderia ainda estar crescendo, não fosse o golpe. A melhora das condições de vida para os mais pobres, também trouxe alguns transtornos para as madames paneleiras, a dificuldade em encontrar empregadas domésticas, por exemplo, já que as antigas passaram a buscar empregos fixos com carteira assinada, visando ter mais segurança e benefícios, que só o emprego formal proporciona. Outras coisas também irritaram muito as madames paneleiras, “como é possível encontrar nos aeroportos gente comendo de boca aberta, que horror!", disse uma senhora olhando em minha direção, em tom de queixa, no aeroporto de Vitória/ES. Logo em seguida, mandou essa, “veja como se vestem, onde já se viu viajar de avião com havaianas?” E outras pérolas do repertório típico coxinha, o que revela como aquela gente teve a cabeça feita pelos principais órgãos da mídia corporativa, principalmente a televisão

Os coxinhas podiam ir às suas manifestações políticas contra o governo popular vestidos de verde amarelo, mas apenas eles, cheguei a ver na avenida Atlântica/Copacabana um cãozinho poodle branco muito fofo caracterizado com pequenos detalhes em verde/amarelo. Quanto aos criados, ah os criados! Eles que se f.... ouvi da boca de uma manifestante nessa mesma passeata anti-popular. “Os criados são empregados, eles estão aqui trabalhando e não protestando”, onde já se viu criados se manifestarem? Pau neles! “Portanto precisam manter o uniforme de trabalho, o mesmo uniforme de quando estão comigo na hípica”, disse outro. Aí está revelado o nível de consciência de classe dessa pequena burguesia nacional, mesmo à revelia dos mesmos, já que perderam a vergonha de ostentarem os piores preconceitos, que sempre sentiram, mas enrustiam, e que agora vomitam às escâncaras sem dó nem piedade. O que mostra uma separação de classe às claras, com intolerância e ódio, que existe na Índia com as castas, e na África do Sul com o apartheid antes de Mandela chegar ao poder. O trabalho midiático da emissora monopolista e hegemônica da narrativa da direita política, além de ocultar do grande público toda a situação de intolerância e ódio de classe existente, eles ainda trabalham dia e noite, divulgando um discurso negativista, denunciando, desgastando a imagem e desqualificante perante a opinião pública, contra as principais lideranças políticas do governo deposto, para quando o judiciário chegar ao veredito final condenado-as, já estar tudo legitimado e justificado perante essa mesma opinião pública. E assim ajudar a por fim, de forma definitiva, do maior partido do chamado campo popular surgido no país nos últimos 70 anos, a sigla partidária do governo deposto, que representa e unifica o trabalhismo nacional, numa frente de centro-esquerda mais reformista do que revolucionária, na busca de atingir um determinado projeto de país mais inclusivo pela via democrática, projeto que foi completamente abandonado e rejeitado pelos golpistas. Não é nada democrática essa direita tupiniquim, democracia para eles só na retórica.

O retorno com força de Marx


Com o golpe parlamentar de 2016 no Brasil, que como podemos ver, continua em curso a pleno vapor, com a retirada de forma extrema dos direitos mais básicos e fundamentais da classe trabalhadora. Os golpistas e todos os seus apoiadores, principalmente nas camadas médias da sociedade, com suas ações e omissões, mesmo sem querer, acabaram conseguindo a façanha de tornar a teoria marxista super atual e relevante, na compreensão dos fenômenos sociais mais agudos, pelo qual estamos todos a passar, como a luta de classes, e todas as consequências geradas por ela, a exploração do trabalho, o trabalho escravo, a mais-valia, as ideologias, o estado de exceção, a perda de direitos, o empobrecimento das grandes massas de trabalhadores, etc. O marxismo havia sido um pouco jogado para escanteio por ocasião da queda do muro de Berlim em 1989, e do total desmoronamento do império soviético no início dos anos noventa, ficou meio fora de moda se falar de Marx e de todos os seus seguidores, que continuaram publicando ao longo de todo o século XX, caso de gente do porte de Georgy Lukács, Fredric Jameson, alguns autores da escola de Frankfurt, como Marcuse e Benjamin, e mesmo agora nesse século XXI, com o filósofo húngaro Istvan Meszaros, falecido em primeiro de outubro de 2017, o importante pensador francês Alain Badiou, um outro francês Daniel Bensaïd falecido em 2010, além de muitos outros. Porque o capitalismo continuou em seu processo galopante de expansão voraz, ampliar territórios, ampliar o consumismo, vender mais produtos e bugigangas, apesar de toda a insustentabilidade causada por esse sistema de produção em massa no desequilíbrio do planeta, o risco de exauri-lo, questão sempre minimizada pelos partidários do mercado. O que já é, por sua vez, um flanco do capitalismo, que foi deixado aberto pelos próprio sistema de produção capitalista e por seus teóricos, que tem recebido muitos ataques, além de muitos outros lados vulneráveis desse sistema econômico hegemônico. O aperfeiçoamento dos mecanismos do capital financeiro, que radicalizou muito o liberalismo econômico, cujo objetivo maior é sequestrar o estado nacional em causa própria, levou o mundo para a crise de 2008, que como se viu depois, envolveu muita jogatina com dinheiro sujo, lavagem de dinheiro, corrupção de todo tipo, pirâmides financeiras disseminadas em massa, um cassino funcionando oficialmente a céu aberto, onde se podia de tudo, muita gente arriscando em especulações financeiras com papéis podres, os chamados derivativos, derivativos de derivativos, que depois foram regulados e alguns proibidos. E quando se pensava, que com a crise de 2008, aquele movimento liberalizante fosse arrefecer, pelo contrário, o que se viu a seguir é que o liberalismo econômico tornou-se muito mais radical, a ponto de muitos analistas já o chamarem de "fundamentalismo" de mercado, como se uma seita religiosa fosse. Há quem fale até em deus mercado. Portanto, diante disso, o marxismo continua, mais do que nunca, muito atual, e considero, que continua a ser hoje uma ferramenta teórica indispensável e fundamental, para se compreender os desequilíbrios gerados por esse capitalismo da ocasião, sobretudo desequilíbrios do capital financeiro. E porque isso acontece? Porque os problemas gerados por um sistema econômico, que continua com apetite voraz, bastante ampliado com o fim da bipolaridade, com erros e aperfeiçoamentos, com suas crises ocasionais geradas pelo próprio sistema, que continua, de uma forma ou de outra, a cometer os mesmos desequilíbrios, falhas e erros gerados no século XIX, que acabou levando um autor como Marx, junto com Engels, a dedicar toda a vida na busca de encontrar uma compreensão científica do sistema econômico capitalista, quando construiu o seu grande tratado “O Capital”. Aliás, tudo isso, me lembra uma frase atribuída a Che Guevara, durante os momentos de lutas de guerrilha na Bolívia, quando o acusam de ser marxista, na ocasião um xingamento, e Che responde, que era a realidade, política, econômica e social, que era marxista, e isso o obrigava a lutar, para poder  transformá-la. Se o sistema capitalista continua existindo, a teoria que o explica e compreende nunca perdeu importância e pertinência. Se ficou ou não fora de moda, foi um acidente político de percurso. Hoje não se derrota o inimigo apenas no campo de batalha militar, existem outras alternativas de batalhas muito menos sanguinolentas e muito mais eficazes. 



domingo, 28 de janeiro de 2018

Redirecionando o futuro

Quando se vê o futuro de milhões sendo alterado arbitrariamente, alterado para muito pior do que está, alterado na mão grande,  em desrespeito às urnas, através de golpe de estado, golpe que em tempos de “fake News” e pós-verdade, não importa mais o nome que se queira dar, ou quem são os seus principais agentes e protagonistas, se são relevantes ou não, não importa nada disso. O que importa, é que o golpe foi dado, é fato, factual, e com o golpe veio a mudança radical de rumo, mudança de projeto de país, da direção governamental, que vinha sendo dada ao país. No primeiro mandato, é bom que se diga, já que no segundo Dilma Rousseff não conseguiu governar, não deixaram, com a sabotagem toda de Eduardo Cunha e sua gangue de mais de 140 deputados federais eleitos no pleito de 2014, para a câmara dos deputados. Eleitos com dinheiro acumulado através da chantagem contra empresários e outros, um dinheiro sujíssimo, quando se usa o cargo público, para auferir vantagens de forma sub-reptícia. Além, é claro, do pato amarelo da Fiesp, da banca, do aparelho judiciário e do partidarismo de uma mídia vendida.  Bem, essa história ainda está em curso, mas todos que acompanham a conjuntura do país sabem do que estou a falar. Quando se vê como eles destruíram de forma repentina toda a estrutura anterior, que vinha, a duras penas, tentando cumprir o que reza a Constituição de 1988. Como foi o caso da chamada reforma trabalhista, um retrocesso tremendo, quando retiraram a possibilidade de criminalizar as práticas laborais análogas à escravidão, levando o país de volta ao século XIX. E a proposta de reforma da previdência, que está no Congresso, que vai deixar pelo caminho, sem direito à aposentadoria, mais da metade da população brasileira trabalhadora, pois com a situação laboral precarizada com a reforma trabalhista, e com o trabalho intermitente aprovado e em vigor, os trabalhadores não terão como arcar com os custos de uma aposentadoria privada. É um ataque brutal e covarde contra os direitos dos trabalhadores, um desrespeito total, da parte de quem diz “quem manda aqui sou eu”, ou “sabe com quem está falando?” O roubo de direitos é tão escroto e perverso, tirado dos mais pobres na mão grande, conquistas asseguradas depois de décadas e décadas de muita luta, e mobilizações a favor de pequenas melhoras, além, é claro, do pleito do aumento de salários, que aconteceu ao longo de todos esses anos. O pior de tudo, é que a covardia é feita, com a cumplicidade da mídia, a eterna fiel aliada dos golpistas, ou das classes dominantes, "mídia" um aparelho ideológico de estado importante na sustentação da narrativa conservadora, tanto quando evoca ou quando silencia e não divulga ou informa, o que os trabalhadores precisam saber. A mídia, que blinda as ações perversas contra a população mais frágil com um silêncio ensurdecedor, além de eloquente, claro. Parece que ninguém sabe de nada, não se ouve comentário algum por enquanto da parte de baixo da pirâmide, ninguém reclama, nem nas ruas, ninguém sabe do saco de maldades, que ainda está bem cheio e a caminho. Tudo agora é válido, para deixar o território brasileiro um pasto livre, bem atrativo e apetitoso, para os investidores internacionais ganharem muito dinheiro fácil, já que o estado ficou desonerado de suas obrigações mais fundamentais, básicas e constitucionais. O estado agora é um ente exclusivo dos interesses do deus mercado. Sempre foi o desejo de todos os arautos do liberalismo econômico, que mais uma vez alcançaram seus torpes objetivos de forma não democrática, não através do voto, mas pelo golpe. Esse é o eterno plano B da direita nacional, só conseguem chegar ao poder através de golpes. Diante de tudo o que está se passando no país, apesar de todos os malefícios, de ver e ter o futuro interrompido, também acho que o momento oferece a oportunidade, para se pensar e repensar saídas, novas táticas e estratégias, o que fazer daqui pra frente, o que se precisa ler de forma mais urgente, o que estudar. Que virá resistências não tenho a menor dúvida. As soluções serão diferentes, cada orientação política e ideológica terá a sua solução particular, mas desde já, vejo que passa por uma revolução. A direita golpista não respeita o resultado das urnas, aquele arremedo de democracia eleitoral, um simulacro, só é tolerada quando é conveniente, não tem mais como contemporizar e pactuar nada com essa gente cretina e mesquinha. Agora ficou claro, até mesmo para os de centro, que a saída é a revolução, não tem outra alternativa pela via pacífica. Só toleraram um pouco de democracia, porque ficaram desmoralizados com 21 anos de ditadura militar, foi apenas um breve soluço democrático, que já passou. Agora é o momento de encarar a situação real, pensar muito, e se preparar para o bom combate.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

O discurso dos ecos chatos

Sustentar a pauta do discurso ambiental no atual contexto da realidade nacional, quando o país está sofrendo um ataque terrível e devastador contra todas as instituições do Estado, instituições que asseguram o mínimo de garantias constitucionais às camadas mais fracas e vulneráveis do ponto de vista econômico e social do país. Um ataque do capital financeiro internacional, que busca, mais do que tudo, limpar a área para poder atuar com mais segurança no território. Deixar o campo livre para poder maximizar os lucros e dividendos em seus investimentos aplicados, investimentos dos fundos de pensões norte-americanos e do próprio rentismo nacional, não só aqui, mas também no Chile, Argentina, enfim em todo o continente latino-americano. Falar de ambientalismo na atual conjuntura desses países, é no mínimo falta de senso de oportunidade, porque uma coisa é falar de meio ambiente em lugares, como a Noruega ou Dinamarca, onde quase todas as principais demandas sociais já foram equacionadas, quando não resolvidas. Agora levantar a bola do ambientalismo, como questão prioritária num país como o Brasil, um país da periferia do capitalismo internacional, ainda com grandes bolsões de miséria, indigência e pobreza extrema, é uma total falta de noção do que seja prioridade, além de erro político grave e grotesco. Aliás essa pauta tem penetrado no país através de ONGs norte-americanas, que nos empurra essa demanda goela abaixo, e alguns vassalos aceitam e passam e repassam adiante. Não que a questão ambiental não seja importante e relevante, mas numa escala de prioridades, não é a demanda mais importante num país do perfil do Brasil. A agricultura familiar é muito mais importante, porque fixa o homem em seu torrão natal, e é muito mais sustentável do ponto de vista ambiental do que o agronegócio, e até mesmo do ponto de vista econômico, já que a agricultura familiar emprega muito mais gente. Portanto é bom ficar ligado, para não acabar caindo em arapucas midiáticas, que recebemos cotidianamente através de diferentes meios, e de várias formas.




quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O jogo político do ocidente é muito mais sujo

Frantz Fanon

Admirador do contraditório, de que sempre é possível através da negação, se tentar chegar num patamar melhor do que se está, é por isso, que as vezes sou nostálgico da época da bipolaridade, dos dois blocos de países, duas forças poderosas, sobretudo no uso da força, no poder bélico de destruição um do outro, o que era praticamente inimaginável, logo ninguém cultivava a paranoia, não lembro de ninguém que tivesse conhecido, com essa noia, mas a guerra pairava na linha do horizonte, havia lá adiante a possibilidade, o mundo tinha acabado de terminar uma grande guerra, a última grande realmente. Sabia-se que qualquer um dos dois lados, que se atrevesse primeiro, se metesse a besta, seria destruído, tal era o poder balístico dos dois blocos. Com isso tinha-se a sensação de certo equilíbrio no planeta, havia a guerra fria, havia a corrida armamentista, é verdade, mas a vida prosseguia. Como habitante da parte mais pobre do lado ocidental, éramos e continuamos a ser a periferia do chamado mundo ocidental, aliás países como o Brasil, com mais de cinquenta porcento de mestiçagem com africanos, já é mais do que suficiente, para muitos analistas não considerarem, de fato e de direito, o Brasil como membro dessa comunidade chamada mundo ocidental. Quando menciono essa verdade, para alguns amigos mais classe média padrão, ficam horrorizados, mas como? Não acreditam. Se recusam a aceitar. Não conseguem se imaginar fora desse mundinho ocidental e dos seus valores, imagine! Embora achem de verdade, que a grande maioria do povo brasileiro não faça parte mesmo. São os nossos excluídos, povos inteiros que foram jogados todos na eterna indigência, são os condenados da terra como escreveu Frantz Fanon. Hoje, com o fim da bipolaridade, o mundo mudou completamente. Depois da queda do muro, chegou-se a pensar, que o bloco ocidental iria imperar sozinho, sem uma contrapartida. Por outro lado sempre se falou muito mal de Stalin, por décadas e décadas, de suas maneiras bizarras de fazer a política, que para o gosto ocidental mais arrumadinho, era considerado um horror. A mídia do ocidente sempre o demonizou, e continuou a fazer por décadas após sua morte em 1953. Acontece que diante do que está ocorrendo agora em nosso país, a maneira como estão buscando alcançar resultados políticos por outros meios, meios sujos, meios vis, a pior forma de fazer política, a política da covardia, completamente distante de qualquer vestígio daquela senhora de má fama, chamada democracia. É tudo tão escabroso, que chega a surpreender até mesmo aqueles, que até aqui ainda se escandalizavam com as práticas de Stalin. Alguém poderá objetar, que ainda não vimos sangue, mas as consequências da política que é feita hoje no Brasil, vai cobrar um preço muito caro, com a piora da qualidade de vida da população, que já vive em situação bem precária. Agora ficou mais evidente essas consequências, até mesmo para aqueles, que até outro dia, apoiavam o liberalismo econômico.



domingo, 14 de janeiro de 2018

O quinta coluna


O conhecido lesa pátria ou quinta coluna, aquele indivíduo que vende ou entrega os interesses do seu país, para forças estrangeiras. Muitas vezes entrega ou vende, até mesmo, para concorrentes e competidores de empresas nacionais no plano internacional do mesmo ramo. Pelo visto, o quinta coluna anda muito em voga ultimamente. Segundo o artigo do deputado distrital Chico Vigilante em anexo,
o ex-procurador geral da república Rodrigo Janot, entregou de bandeja para o Departamento de Justiça norte americano segredos da Petrobrás, que depois veio a favorecer e sustentar os argumentos de acusação dos acionistas ianques em ações contra a empresa na praça de Nova York. Que terminou, como todos já sabem, com Pedro Parente, atual presidente da empresa, aceitando um acordo muito estranho, ao concordar em doar para os investidores americanos mais de três bilhões de dólares, mais de dez bilhões em nossa moeda portanto. Sérgio Moro, por outro lado,  que virou celebridade, em virtude de ser o juiz que comanda a força tarefa da Lava Jato, convidado hoje para conferências em várias partes do mundo, recebe prêmios das Organizações Globo, prêmio de melhor do ano e outros afins, e tem sido capa, com frequência, das principais revistas semanais brasileiras. É o queridinho da vez na grande mídia nacional, jamais conseguem enxergar qualquer defeito nele. O protegem com uma blindagem midiática, que chama atenção. Como aconteceu recentemente com um depoimento prestado numa CPI do Congresso Nacional, onde o depoente, o advogado Rodrigo Tacla Duran denunciou o grupo da Lava Jato de Curitiba, chefiado por Sérgio Moro, de ter cobrado cinco milhões de dólares, para aceitar a colaboração premiada do advogado com a Lava Jato, ou seja uma cobrança de propina descarada, que toda a grande imprensa silenciou de forma eloquente, nenhum órgão midiático divulgou nada a respeito. Sérgio Moro que costuma ir pelo menos duas vezes por mês ao EUA, prestar contas junto a autoridades norte americanas do departamento de justiça, praticamente tirou do mercado todas as grandes empreiteiras nacionais, quando criminalizou aquelas empresas com a Lava Jato, impedindo-as de conseguir financiamento em qualquer lugar do planeta, o que gerou milhões de desempregos no Brasil e no exterior, e acabou favorecendo enormemente as suas concorrentes estrangeiras, sobretudo as empreiteiras norte americanas e chinesas, em praças de países, como os africanos, em toda a América Latina, onde as nossas empresas eram quase imbatíveis, e até nos EUA, onde as empresas de construção civil nacionais eram muito competitivas, chegaram a vencer algumas licitações, inclusive uma no aeroporto de Miami. E, para concluir, até um obscuro juiz da comarca do Rio de Janeiro, o Sr. Marcelo Bretas, está tendo os seus dias de glória no momento, quando tirou uma selfie de si mesmo portando um fuzil de grosso calibre junto a policiais também fortemente armados, que postou em redes sociais, ou seja, fez uma coisa não muito recomendável a um agente público, que ocupa o cargo de juiz, que deveria se comportar de forma mais reservada e discreta. Esse mesmo personagem deslumbrado interrompeu de forma radical e da noite para o dia, o programa nuclear brasileiro, que incluía a pesquisa na construção de um submarino movido a propulsão nuclear, quando condenou o almirante Othon, um engenheiro nuclear da Marinha do Brasil, com 78 anos, a principal cabeça e líder do programa nuclear brasileiro, condenou a 43 anos de prisão. O que nunca foi segredo para ninguém, esse sempre foi o desejo dos EUA, era portanto tudo o que os EUA mais queriam, o fim do programa. Um detalhe relevante, Marcelo Bretas também recebeu treinamento nos EUA, aliás magistrados de vários países latino-americanos também receberam o tal treinamento. Entenderam agora o que significou o golpe? E a importância estratégica no desmonte do país desses entreguistas? Não acredito serem capazes de alegar inocência. Está tudo muito claro e evidente. É lamentável! 


sábado, 13 de janeiro de 2018

O ódio aos pobres


O ano novo mal se iniciou e já começa a retornar com vigor através da internet, as campanhas contra os pobres, e principalmente contra os políticos do chamado campo popular, ou seja, contra os representantes legais, que lutam através do meio político, por políticas compensatórias contra a desigualdade e as injustiças sociais, que são gritantes em nosso país. Desigualdades que só não sensibilizam uma parcela de certa classe média, infelizmente uma fração da classe média muito mesquinha, e que ainda acha bonitinho contar piadas politicamente incorretas, contra o elo mais fraco da sociedade, como se a culpa pela pobreza fosse dos próprios pobres. Segundo a cretinice de certa parcela da classe média, os próprios pobres são responsáveis pela menor escolaridade, pela péssima qualidade da educação recebida na rede pública de ensino, pelos baixos salários, por ter as suas condições laborais precarizadas pela última reforma trabalhista do governo golpista, são culpados por não ser nem parecer com “um classe média” padrão, enfim os pobres são culpados por tudo de ruim, que acontece no país. Então é considerado legítimo demonizar os mais pobres, pois são mais do que merecedores de todos os preconceitos e escárnios recebidos, através da cretinice dos mais abastados. No livro “A Elite do Atraso” Jessé de Souza diz, que o ódio aos pobres, é o mesmo ódio, que se tinha contra o escravo de origem africana, que depois da lei Áurea, foi estendido contra todos os pobres de todas as cores, é uma herança, portanto, da escravidão. Nenhuma sociedade passa pela escravidão impunemente, que mesmo depois de terminada, ficam marcas e ranços na mentalidade de muita gente,  marcas indeléveis, que permanecem, que perduram no tempo. Por isso, que nos EUA foram empregadas tantas ações afirmativas e políticas compensatórias ao longo do tempo, para diminuir com distâncias sociais quase abissais, como foi o caso da política de cotas para afrodescendentes, e outras. Com muito atraso, o Brasil dos governos petistas aplicou algumas políticas compensatórias, visando reduzir desigualdades sociais, que foram bem sucedidas. Mas como é do conhecimento de todos, quase todos os programas sociais daquele governo foram muito combatidos, pelos mesmos que depois vieram a público apoiar o golpe de estado, que depôs a presidente, e que acabou levando o país a chegar na situação, onde hoje se encontra, ou seja, numa situação deplorável sob todos os aspectos, com retiradas de direitos duramente conquistados através de longas lutas reivindicatórias, e que desapareceram da noite para o dia, sem mais nem menos, sob o pretexto de tornar o país mais apetitoso para o mercado financeiro internacional, ultra ganancioso. O golpe acabou fazendo o país retornar para um patamar social de algumas décadas atrás, o que é lamentável e cruel, logo após o governo anterior ter retirado da fome mais de quarenta milhões, quase uma argentina. Então senhores adeptos das piadinhas de mau gosto contra os mais pobres, xenófobos de todo tipo, homofóbicos, intolerantes contra todos os diferentes do sistema, saibam que vocês não estão com nada, são herdeiros do pensamento escravocrata, o pior do pior da sociedade, vocês são o Ó. Gente que perde o seu precioso tempo cultivando o ódio contra quem quer que seja, é em geral gente, que não tem vida própria, não tem vida interior, vida interessante, e por isso se agarra a essas patifarias, onde muitos acabam intoxicando-se com o próprio veneno, afogando-se no próprio saco de maldades.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Como assim?

Me espanta ver a rapidez, como passa os eventos culturais publicados hoje em dia, me refiro a todo tipo de evento da produção cultural contemporânea, lançamento de livro, peça teatral, uma música recém lançada, um livro de poesia impactante, e que, acaba por ter pouca ou quase nenhuma repercussão na boca do povo. Na grande maioria dos casos, poucos são os posts que viralizam na rede, repercutem na opinião pública com impacto, impacto que perdura no tempo, entra no imaginário de certa coletividade. É até compreensível diante da montanha de outros posts publicados, é muita informação junta circulando ao mesmo tempo, onde uma grande maioria, ou a maior parte delas, serão lançadas de vez, na lata de lixo da história. Totalmente diferente de algumas décadas atrás, dos anos setenta por exemplo, quando esperávamos ansiosos cada ano novo que entrava, pelo novo filme de Pasolini. Como viria o novo Jorge Amado e o novo filme de Ingmar Bergman. E quando a obra era lançada, a repercussão era enorme durante algum tempo, se falava daquilo durante o ano inteiro. Depois acabava caindo no esquecimento, e praticamente todo mundo deixava de tocar no assunto, até que morria de vez, era natural, um processo natural de esquecimento. Alguns eventos permaneciam mais tempo na cabeça do povo, outros nem tanto, mas era assim que se vivia, que se levava a vida, era normal daquela forma. Hoje não é mais assim, tudo passa muito rápido e muito mais veloz, desaparece no tempo, a grande maioria das coisas publicadas não tem repercussão alguma, como se estivessem estado sempre invisíveis, nas sombras, ninguém prestou atenção em seu conteúdo. O que, por outro lado, acaba sendo terrível, sobretudo, quando se vive numa era da quantidade, do quantitativo, do número de visualizações. Só terás um fôlego maior de sobrevivência na rede se fores acolhido por um número muito grande de gente. Quantas vezes já escutamos esse mantra? Por isso é que, para quem produz conteúdo, é muito frustrante não receber a menor consideração por parte da sua audiência, tanto em curtidas como em comentários críticos, elogiosos ou não. Pior do que um comentário desqualificativo é a falta dele, quando ninguém comenta nada. É claro, que de alguns comentários depreciativos, de baixo nível, até mesmo de baixo calão, como vemos nas redes, de forma agressiva com xingamentos, etc. Pode e deve sempre ser bloqueado. Considero desafiador para quem produz conteúdo hoje em dia, é encontrar sempre um motivo ou razões metafísicas para continuar produzindo, para não precisar parar jamais por falta de motivação. Muito embora, a sensação, que sempre se tem, depois de publicar algo, é que aquilo não tem mais a menor importância ou sentido. A razão de ser é a criação, todo o processo que vai da invenção e elaboração até
à produção, até o fazer, e não mais apenas à repercussão do evento na opinião pública ou publicada. Portanto, esse é o eixo. Não importa mais quantos irão ler.