Jessé de Souza já vem dizendo tudo isso, que expõe em seu artigo, há muito tempo em seus livros, batendo sempre na mesma tecla sobre o posicionamento ideológico e político das chamadas “classes médias”, sobretudo no último que li dele: "A Tolice da Inteligência Brasileira" da LeYa, que recomendo a todos aqueles, que desejam entender como funciona a engrenagem social e econômica, e também o sistema de poder em nosso país. Agora o que ele diz de essencial no artigo, que essa classe média que foi pra rua vestida de verde e amarelo, que o vulgo chama de "coxinha", entrou de gaiata nessa estória sem perceber, e no final vai pagar uma conta enorme. Foi pra rua em parte motivada por um ódio de classe, por não tolerar mais assistir a empregada doméstica utilizando-se de meios de consumo antes só permitido às classes mais altas, como viajar de avião por exemplo, mas não apenas isso. E vai pagar a conta, coisa que já começou a acontecer, quando o filhote que estava nos States estudando pago e financiado através de um instrumento criado pelo governo deposto, ou seja, através do programa: "Ciência sem Fronteiras", retorna ao lar. Retorna devido ao fim do programa determinado pelo governo golpista de plantão, com o firme propósito de alinhar-se às políticas neoliberais, cuja cartilha manda reduzir gastos e cortar despesas, para a redução do tamanho do Estado tão apregoada por eles, onde se confunde investimento em educação com gastos desnecessários. Sucateia-se uma Universidade como a UERJ, deixa-se morrer à míngua por falta de verbas, e libera-se montanhas de dinheiro com crédito barato para empresas privadas. É claro que com a crise, as classes médias voltarão a poder contar de novo com uma oferta muito maior de domésticas sujeitas a se submeter aos valores pagos por faxina diária, mas os seus filhos perderão os celulares caros na primeira esquina, já que com o aumento da miséria, vem junto a violência dos assaltos, porque cada um se vira como pode, e a violência é sim uma das consequência desse desequilíbrio. As classes médias nacionais não tomam jeito, não aprendem com a História, é sempre o mesmo script, o mesmo roteiro, foi assim em 1954 contra Vargas, que acabou por levar o velho ao suicídio, dez anos depois em 64, quando apoiou o golpe militar, que nos legou uma ditadura de direita por longos 21 anos e só nos trouxe atraso. E foi assim agora recentemente, e sempre tomaram na cara, eles se contentam com pouco, parece que gostam e preferem viver num país cercado de miséria por todos os lados, é assim que eles querem permanecer, com alguns privilégios e a vidinha de sempre.
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